O card. Parolin, secretário de Estado do Vaticano, fala sobre a próxima visita do Papa ao Parlamento Europeu
Roma, 21 de Novembro de 2014 (Zenit.org)
Custódia da criação, solidariedade com os migrantes e
refugiados, reconstrução de uma visão integral do homem. Estes foram os
temas que o Papa João Paulo II destacou no Europarlamento em sua
histórica visita de 1988. Temas actuais, como sublinha o secretário de
Estado Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, em uma entrevista ao Centro
Televisivo Vaticano poucos dias antes da viagem do Papa Francisco a
Estrasburgo.
O prelado define essas questões “autênticas emergências”, definidas
como tal pelo mesmo Papa Bergoglio, que sobre a “Custódia da Criação” e
da “solidariedade com as pessoas à procura de novas oportunidades fora
do seu próprio País" fala muitas vezes em seus discursos. E para
enfrentar e lidar com estas duas questões - acrescenta o card. Parolin -
é fundamental uma chamada à visão integral do homem. “Um homem
considerado em todas as suas dimensões, portanto, incluindo também a
dimensão espiritual e a dimensão transcendente”, reflecte o card.
Parolin.
O Secretário de Estado aborda também a questão da desconfiança dos
cidadãos em relação à União Europeia. "A Europa é muitas vezes percebida
pelas pessoas como uma realidade muito distante – afirma - , uma
realidade burocrática que não se preocupa com os efectivos problemas que
as pessoas enfrentam a cada dia... e, por outro lado, esta crise também
se articula na perda de esperança, uma perda da confiança de que a
Europa possa dar resposta aos muitos problemas que o continente está
enfrentando”.
O antídoto, de acordo com o card. Parolin, reside na "educação,
especialmente dos jovens, para tentar mostrar concretamente a validade
do projecto europeu. Que o projecto europeu, se vivido de acordo com o
espírito e os valores dos padres fundadores, que lhe deram luz, ainda
pode ser capaz, hoje, de responder os desafios da Europa actual e de dar
respostas concretas às pessoas”.
Uma Europa que não pode prescindir das suas raízes cristãs. Sobre
este aspecto, muito debatido no passado recente, o card. Parolin
expressou optimismo. "Se olharmos para o Tratado de Lisboa, ali no
primeiro artigo, creio eu, são lembrados uma série de valores que são
fundamentalmente os valores cristãos, que estão enraizados na história e
na contribuição que o cristianismo deu ao continente, começando pela
dignidade da pessoa humana, o tema da liberdade, o tema da democracia, o
tema da igualdade, o tema do estado de direito, o tema do respeito dos
direitos humanos. Eis que todos são valores que nascem do húmus do
cristianismo e, portanto, se houvesse a busca de vive-los e realiza-los,
creio eu, que se estaria fortificando as mesmas raízes cristãs da
Europa".
(21 de Novembro de 2014) © Innovative Media Inc.
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