Entrevista com líder de Comissão composta por pais italianos para impedir a implementação da ideologia do género nas escolas
Roma, 25 de Novembro de 2014 (Zenit.org) Federico Cenci
Desta vez é apropriado dizer: no exterior estão mais adiante
do que nós. Na Alemanha, locomotiva da Europa, chegaram a enviar um
mandado de prisão a pais contrários à ideia de que a sua filha de oito
anos participasse de curso extracurricular em escola comprometida com a
ideologia de género.
Um número crescente de famílias em toda a Europa está se
levantando: antes que a degeneração se torne a norma, associações e
comissões são formadas para reafirmar o direito prioritário dos pais de
educar seus filhos de acordo com suas crenças e conter a entrada nas
escolas da cultura da desconstrução antropológica. Entre as várias
iniciativas, formou-se na Itália a Comissão Artigo 26. No dia em que
começa a "Semana Nacional contra a Violência", Zenit entrevistou Maria
Chiara Iannarelli, professora primária e mãe de cinco filhos, chefe do Comité Artigo 26.
ZENIT: De onde surgiu a ideia de criar uma Comissão?
Maria Chiara Iannarelli: A iniciativa deriva da necessidade de não se
sentir sozinha em frente à chegada das teorias de "género" nas escolas
italianas e do desejo de afirmar como reconhecido pela Declaração
Universal dos Direitos Humanos, art. 26: "Os pais têm o direito primário
de escolher o tipo de educação que deve de ser dada aos filhos”. O
coração da Comissão é a aliança entre pais, professores e especialistas
que, de dentro da escola, confirmam o risco de tais iniciativas. O
objectivo não é apenas monitor, mas se comprometer com a continuidade da
educação: a escola e a família. Mais e mais pais estão se unindo para
enfrentar esta emergência social e antropológica, de forma pacata mas
assertiva.
ZENIT: Sobre teorias de "género", recentemente foi
disponibilizado para os pais de alunos um documento que é um pedido de
consenso para dirigentes escolares. O que é isso?
Maria Chiara Iannarelli: É uma ferramenta simples com a qual é
possível solicitar que a escola informe sobre as actividades relacionadas
as questões afectivas e sexuais, a fim de avaliar e consentir ou não a
participação de seus filhos. Nem sempre há transparência sobre o
conteúdo dos projectos ou sobre os requisitos de especialistas externos
utilizados pela escola. Em alguns casos, as instituições ou os
professores promovem actividades que não levam em conta as crenças das
famílias. Em algumas escolas de educação infantil, são propostas fábulas
gays para crianças de dois ou três anos, o que está causando uma grande
preocupação. Acreditamos que esta abordagem, embora com objectivos
comuns, propõe uma metodologia inaceitável e manifesta infelizmente
apenas um caminho. Nós incentivamos os pais a assumirem a tarefa da
educação, que não admite procuração.
ZENIT: Em setembro, foi realizado em Roma uma conferência nacional intitulada "Educar para as diferenças". Qual foi o objectivo?
Maria Chiara Iannarelli: Da conferência, organizada pela Scosse -
associação que já formou professores de 17 escolas e jardins de infância
de Roma - participaram representantes do feminismo radical e do
movimento LGBT - com o objectivo de reforçar nas escolas as iniciativas
sobre género e sobre ''educar para as diferenças". A partir dos
documentos que surgiram - difundidos na internet - foram discutidas apenas
as discriminações sobre orientação sexual. Afirmou-se a necessidade de
promover na escola, para faixa etária de 0 a 6 anos, o transgénero, o
transexualismo e a intersexualidade, a fim de fazer conhecer e
implementar as directrizes da OMS (Standard per l’Educazione Sessuale in
Europa, ed), que inclui a masturbação infantil para crianças entre 0 e 4
anos. É legítimo esta expressão? Que referências culturais estão por
trás de certos projectos educativos, se estas são as premissas? É justo
impedir os pais que estão interessados nestas questões de se
manifestarem, por motivos pessoais e convicções exageradas, e não educar
seus filhos ao acolhimento? É lícito que o convite à inclusão não
justifique certas propostas? No evento foi solicitado a distribuição da
cartilha da Unar (Ufficio Nazionale Antidiscriminazioni Razziali) já
retirada pelo Ministério da Educação, produzida pelo Instituto Beck, que
faz parte de uma estratégia, em colaboração com 29 associações LGBT e
nenhuma associação de pais.
ZENIT: A acusação mais frequente dada àqueles que se opõem a
estes projectos escolares, é a de homofobia. Você poderia explicar por
que uma mobilização como a de vocês não tem nada a ver com
discriminação?
Maria Chiara Iannarelli: É triste constatar que a discussão sobre
certas questões seja colocada apenas como polémica. Isso é enganoso. O
que tem a ver necessidade de educar os jovens ao respeito por todos, com
a alegação - pedagogicamente não demonstrada – de empurrá-los a uma
sexualização precoce, indiferença sexual, causando confusão sobre sua
orientação sexual? Acreditar que não se nasce homem ou mulher, mas que
você pode escolher e colocar em questão o natural conceito de família
natural são iniciativas baseadas nas "teorias de género" e difundidas
hoje sem considerar as circunstâncias individuais dos alunos, o contexto
familiar e sem um debate social, político e cientifico. Não é aceitável
que qualquer afirmação crítica sobre o assunto seja considerada
discriminação, em um país que por sinal é considerado um dos mais gay-friendly
do mundo. Isso é perigoso também no âmbito social; poderia gerar
divisões, incitando o combate. O nosso país hoje não precisa disso.
Desejamos abordar questões específicas no diálogo, a nível racional, sem
fazer ideologia, especialmente sobre as crianças. Demonstramos que
temos um posicionamento. Reiteramos que é uma questão de razão e senso
comum, compartilhada por todos, e que urge a informação sobre o que está
realmente acontecendo.
ZENIT: Na França, no ano passado, alguns pais conseguiram
realizar uma grande campanha de protesto contra a introdução da
ideologia do género nas escolas. Culminando em um boicote chamado "Um
dia do mês sem escola". Na Itália há algo similar?
Maria Chiara Iannarelli: Na Itália há uma proposta semelhante,
pensada pela Age, tradicional associação de pais. Todos esperam
claramente que não seja necessário chegar a esse ponto, e que as escolas
respeitem o que é reconhecido aos pais no artigo 30 da nossa
Constituição: "É dever e direito dos pais manter instruir e educar os
filhos". Os pais esperam hoje este reconhecimento com maior
determinação.
(25 de Novembro de 2014) © Innovative Media Inc.
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