Páginas

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Israel: polémica lei de Estado da Nação judaica

O Parlamento vai discutir o assunto. Os cidadãos árabes de Israel temem sentir-se estranhos em sua própria casa


Roma, 27 de Novembro de 2014 (Zenit.org) Sergio Mora


O rascunho de uma norma destinada a estabelecer a Lei Básica, que proclama Israel “Estado-nação judaica” foi aprovada neste domingo, 24, em primeira instância. A proposta colocaria Israel por acima da natureza e tratados pró-democráticos deste país, que conta com uma população de quase um milhão de pessoas que são árabes e quase dois milhões de pessoas que não professam o judaísmo.

O custódio da Terra Santa, o padre franciscano Pierbattista Pizzaballa, em declarações à agência de notícias italiana SIR, manifestou o seu desejo de que o Parlamento de Israel não aprove a lei que transforma o país em “Estado da Nação Judaica” porque isso distanciaria os judeus, muçulmanos e cristãos.

A notícia "está sendo acompanhada de perto pelas igrejas locais, preocupadas pelo respeito dos direitos das minorias”, disse.

"Que Israel seja um Estado judeu - explica o Custodio - não é novidade. Se a lei for aprovada, de um ponto de vista técnico, as coisas mudam pouco".

"A aprovação da lei em questão, corroeria ainda mais a relação entre árabes e judeus porque – acrescenta o padre Pizzaballa – faria que os cidadãos árabes de Israel se sentissem cada vez mais como hóspedes na própria casa. É como dizer-lhes que têm direitos, mas não são iguais aos outros”.

"A consequência mais directa, no entanto, seria uma distanciamento cada vez maior das comunidades judaicas, muçulmanas e cristãs, e aprofundaria o sentimento de desconfiança em relação ao Estado e o componente judeu”, disse.

De acordo com o religioso franciscano, "trata-se de qualquer forma de uma lei muito controversa também no interior do mundo judaico, e existem fortes pressões para muda-la. Esta proposta é parte das dinâmicas que estamos assistindo neste período marcado por grandes lacerações e divisões internas em Israel”.

"Como Igrejas locais – conclui o Custódio – acompanhamos de perto a evolução disso tudo. Não queremos intervir muito para não criar polémicas, das quais não temos necessidade, mas estamos preocupados pelos direitos das minorias”.

Sem comentários:

Enviar um comentário