O Parlamento vai discutir o assunto. Os cidadãos árabes de Israel temem sentir-se estranhos em sua própria casa
Roma, 27 de Novembro de 2014 (Zenit.org) Sergio Mora
O rascunho de uma norma destinada a estabelecer a Lei
Básica, que proclama Israel “Estado-nação judaica” foi aprovada neste
domingo, 24, em primeira instância. A proposta colocaria Israel por
acima da natureza e tratados pró-democráticos deste país, que conta com
uma população de quase um milhão de pessoas que são árabes e quase dois
milhões de pessoas que não professam o judaísmo.
O custódio da Terra Santa, o padre franciscano Pierbattista
Pizzaballa, em declarações à agência de notícias italiana SIR,
manifestou o seu desejo de que o Parlamento de Israel não aprove a lei
que transforma o país em “Estado da Nação Judaica” porque isso
distanciaria os judeus, muçulmanos e cristãos.
A notícia "está sendo acompanhada de perto pelas igrejas locais, preocupadas pelo respeito dos direitos das minorias”, disse.
"Que Israel seja um Estado judeu - explica o Custodio - não é
novidade. Se a lei for aprovada, de um ponto de vista técnico, as coisas
mudam pouco".
"A aprovação da lei em questão, corroeria ainda mais a relação entre
árabes e judeus porque – acrescenta o padre Pizzaballa – faria que os
cidadãos árabes de Israel se sentissem cada vez mais como hóspedes na
própria casa. É como dizer-lhes que têm direitos, mas não são iguais aos
outros”.
"A consequência mais directa, no entanto, seria uma distanciamento
cada vez maior das comunidades judaicas, muçulmanas e cristãs, e
aprofundaria o sentimento de desconfiança em relação ao Estado e o
componente judeu”, disse.
De acordo com o religioso franciscano, "trata-se de qualquer forma de
uma lei muito controversa também no interior do mundo judaico, e
existem fortes pressões para muda-la. Esta proposta é parte das
dinâmicas que estamos assistindo neste período marcado por grandes
lacerações e divisões internas em Israel”.
"Como Igrejas locais – conclui o Custódio – acompanhamos de perto a
evolução disso tudo. Não queremos intervir muito para não criar polémicas, das quais não temos necessidade, mas estamos preocupados
pelos direitos das minorias”.
(27 de Novembro de 2014) © Innovative Media Inc.
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