Reafirmado o caminho do diálogo e da negociação para encerrar os conflitos e a violência
Cidade do Vaticano, 25 de Novembro de 2014 (Zenit.org)
O papa Francisco recebeu nesta segunda-feira o presidente da
República Árabe do Egito, Abdel Fattah Al-Sisi, na primeira visita de
um chefe de Estado egípcio ao Vaticano nestes últimos oito anos.
"Durante os cordiais colóquios, foi abordada a situação do país,
destacando-se a solidariedade da Igreja para com todo o povo egípcio
durante o período da transição política", informou a assessoria de
imprensa da Santa Sé, que acrescentou: "Foi manifestado o desejo de que,
no marco das garantias aprovadas pela nova constituição no tocante à
tutela dos direitos humanos e da liberdade religiosa, possa ser
reforçada a coexistência pacífica entre todos os componentes da
sociedade e se prossiga no caminho do diálogo inter-religioso".
Entre outros temas "de interesse comum", também tratou-se do "papel
do país na promoção da paz e da estabilidade no Oriente Médio e no norte
da África". A este respeito, reafirmou-se que "o caminho do diálogo e
da negociação é a única opção para encerrar os conflitos e as violências
que põem em risco as populações impotentes e causam a perda de vidas
humanas".
Ao terminar o encontro, o presidente egípcio se reuniu com o cardeal Pietro Parolín, secretário de Estado do Vaticano.
Em 2009, o Egipto era governado por Hosni Mubarak e a Irmandade
Muçulmana lutava para sair da clandestinidade. Quatro anos depois da
chamada “Primavera Árabe”, o presidente Mubarak é apenas uma lembrança
sombria, mas os militares que governavam com ele continuam no poder
depois de o actual presidente Al-Sisi, então comandante do exército,
destituir e prender seu predecessor Mohamed Mursi e declarar a Irmandade
Muçulmana um “grupo terrorista”.
Desde que chegou ao poder no ano passado, Al-Sisi impôs um regime
marcial em que o exército controla toda a actividade pública. A intenção é
sufocar todas as revoltas que possam prejudicar a luta contra a
insurgência islamista do Sinai. Nessa região do Egipto, vários grupos
terroristas se rebelaram contra o governo e pretendem impor a sua rígida
interpretação da lei islâmica, a sharia.
(25 de Novembro de 2014) © Innovative Media Inc.
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