Durante a audiência geral, o Papa Francisco reflecte sobre a Igreja a caminho do Reino dos Céus
Roma, 26 de Novembro de 2014 (Zenit.org) Luca Marcolivio
No meio de uma manhã “um pouco feinha” por causa das
constantes gotas de chuva, o Papa Francisco teve a Audiência Geral da
quarta-feira sobre um tema muito querido por ele: a Igreja a caminho.
Depois de ter chamado de “corajosos” os peregrinos reunidos na
Praça de São Pedro, apesar do mau tempo, o Papa recordou uma das pedras
angulares do Concílio Vaticano II: "A Igreja não é uma realidade
estática, parada, fim em si mesma, mas está continuamente a caminho na
história, rumo à meta última e maravilhosa que é o Reino dos céus, cuja
Igreja na terra é a semente e o começo”.
São conceitos, observou o Papa, que quase sugam a nossa imaginação,
“capazes apenas de intuir o esplendor do mistério que supera os nossos
sentidos".
Isto levanta questões em nós: "quando vai acontecer esta etapa final?
Como será a nova dimensão na qual a Igreja entrará? O que será, então,
da humanidade? E da criação que nos circunda?".
O Santo Padre citou a Gaudium et Spes que reafirma a impossibilidade
de conhecer o momento do Juízo e, ao mesmo tempo, a certeza que da
“Revelação que Deus prepara uma nova habitação e uma terra nova, na qual
habita a justiça, e cuja felicidade saciará superabundantemente todos
os desejos de paz que surgem no coração dos homens" (GS n° 39).
O Paraíso ou a “nova Jerusalém” – como a Bíblia define – mais do que
um “lugar” é um “estado” cujas “nossas expectativas mais profundas serão
cumpridas de forma superabundante e o nosso ser, como criaturas e como
filhos de Deus, alcançará o pleno amadurecimento” e no qual estaremos
“face a face” com Deus, revestidos do Seu amor, da Sua “paz” e da Sua
“alegria”, de forma completa, “sem nenhum limite”.
O pensamento do Céu, que um dia, "todos nós nos encontraremos lá”, comentou Francisco, “é bonito” e “dá força à alma”.
Existem depois “uma continuidade e uma comunhão de fundo entre a
Igreja celestial e aquela ainda a caminho sobre a terra”. Quem já está
na presença de Deus pode “apoiar-nos e interceder por nós, rezar por
nós”, enquanto que nós, aqui na Terra, “somos sempre convidados a
oferecer obrar boas, orações e a mesma Eucaristia para aliviar a
tribulação das almas que ainda estão à espera da bem-aventurança sem
fim”.
Na perspectiva cristã, explicou o Papa, “a distinção não é mais entre
quem já morreu e quem não morreu ainda, mas entre quem está em Cristo e
quem não”: isso determina “a nossa salvação” e “a nossa felicidades”.
O cumprimento do "projecto maravilhoso" indicado pela Sagrada
Escritura "não pode não afectar também tudo o que nos circunda e que saiu
do pensamento e do coração de Deus”. Como afirma São Paulo, toda a
criação “será libertada da escravidão da corrupção, para entrar na
liberdade da glória dos filhos de Deus” (Rm 8, 21).
Uma "nova criação", então, "já está em vigor a partir da morte e
ressurreição de Cristo", não para levar “uma aniquilação do cosmos e de
tudo o que nos circunda”, mas para que cada coisa alcance “a sua
plenitude de ser, de verdade, de beleza”.
Em conclusão, o Papa Francisco recordou como as “estupendas
realidades que nos esperam”, nos fazem compreender “o quanto pertencer à
Igreja seja realmente um dom maravilhoso, que traz em si uma vocação
altíssima”.
(26 de Novembro de 2014) © Innovative Media Inc.
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