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sábado, 22 de novembro de 2014

Paquistão: ameaças a parentes de casal assassinado

Parentes do casal assassinado brutalmente sob a acusação de blasfémia sofrem pressão para retirar as acusações


Roma, 21 de Novembro de 2014 (Zenit.org)


Não tem fim o pesadelo dos parentes do casal cristão assassinado brutalmente sob acusação de blasfémia, na província de Punjab, Paquistão. "Estamos recebendo ameaças telefónicas para retirar as acusações", disse Shahbaz Masih, irmão Shehzad Masih, durante conferência de imprensa em Islamabad, à agência de notícias Mishná. "Para compensar foram oferecidas terras e dinheiro", diz ele. Por esta razão, os parentes exigem a protecção do governo.

As duas vítimas são Sehzad Masih e Shama Bibi, que estava grávida. Eles foram atacados por uma multidão e jogados em uma fornalha após um líder islâmico da cidade ter anunciado no alto-falante de uma mesquita, que os dois haviam cometido blasfémia queimando páginas do Alcorão.

Até à data, regista-se mais de cem participantes no ataque, a polícia deteve 43. "Nós só queremos justiça através de investigações justas", disse Masih, que também pediu a formação de uma comissão judicial e uma equipe de investigação conjunta que inclua membros de minorias religiosas, a fim de obter resultados imparciais.

As demandas das famílias das duas vítimas parecem ecoar o clima que reina no país. Na quarta-feira Nazir S Bhatti, presidente do Pakistan Christian Congress (PCC), expressou profunda preocupação com as declarações de Ali Mohammad, líder do Paquistão Tehreek Insaf (PTI), que comentou sobre o assassinato do casal na televisão, ele chamou os cristãos de "kafir", ou seja, "infiéis". As comunidades cristãs do Paquistão solicitaram imediatamente o pedido de desculpas por parte de Ali Mohammad Imran Khan. Por enquanto, permanece o silêncio.

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