Durante a Audiência Geral, o Papa Francisco recorda que o Senhor não nos chama a "algo pesado ou triste", mas a "compartilhar a alegria"
Roma, 19 de Novembro de 2014 (Zenit.org) Luca Marcolivio
Se tem uma coisa que realmente identifica o cristão é a
vocação à santidade. O tema foi tocado por Francisco durante a audiência
geral de hoje, quando o Santo Padre recordou que "um grande dom do
Concílio Vaticano II foi ter recuperado uma visão da Igreja baseada na
comunhão, e interpretado o conceito de autoridade e hierarquia nesta
perspectiva."
Esta dimensão torna mais compreensível o facto de que "todos os
cristãos, como baptizados, têm igual dignidade diante do Senhor" e são
chamados à "mesma vocação, a da santidade". Mas em que consiste esta
vocação e "como podemos realiza-la?".
O Papa respondeu, destacando primeiro que "a santidade não é algo que
obtemos graças às nossas capacidades ou qualidades", mas "um dom que o
Senhor Jesus oferece gratuitamente, quando Ele nos leva com Ele e nós
reveste de si mesmo, tornando-nos semelhantes a Ele”.
Em outras palavras, a santidade é "a face mais bela da Igreja" que
nos faz descobrir "na comunhão com Deus, na plenitude de sua vida e do
seu amor"; não é "uma prerrogativa oferecida para alguns”, mas "uma
característica que distingue os cristãos".
Para ser santo não é necessário ser "bispo, sacerdote, religioso e
religiosa", disse o Papa. Este não é um caminho reservado "para aqueles
que têm a possibilidade de se destacar das tarefas comuns para
dedicar-se à oração."
Santidade, disse Francisco, não é "fechar os olhos e fazer uma cara
de imagem", mas viver com amor e oferecer o próprio testemunho cristão
nas ocupações diárias.
Quem é consagrado, "viva com alegria a sua doação e seu ministério";
se a sua vocação é o matrimónio, “seja santo amando e cuidando de sua
esposa ou de seu marido", como Cristo amou a Igreja"; aqueles que não
são casados “realize seu trabalho com honestidade e competência",
“ofereça seu tempo a serviço dos irmãos"; pais e avós são santificados
"ensinando com paixão seus filhos e netos a conhecer e seguir Jesus."
Catequistas, educadores e voluntários sejam santos "tornando-se sinal
visível do amor de Deus e de sua presença ao nosso lado", acrescentou o
Santo Padre.
"Todo estado de vida - continuou o Pontífice - leva à santidade",
seja vivido “em casa”, "na rua”, "no trabalho" ou "na Igreja", quando
vivido "em comunhão com o Senhor e a serviço dos irmãos".
Quando o Senhor nos chama à santidade "não nos convida a algo pesado,
triste", mas convida-nos "a viver com alegria e amor cada momento de
nossa vida, transformando-o também em um dom para as pessoas que nos
circundam”.
Se compreendermos isso, "tudo muda e adquire um novo significado,
belo, começando pelas pequenas coisas de cada dia", disse o Papa,
citando alguns exemplos: a dona de casa que fica longe da fofoca que
escutou no mercado; o pai que, apesar de voltar cansado do trabalho, tem
paciência de escutar seus filhos; a oração recitada à noite, apesar do
cansaço; a constância à missa dominical, acompanhada pela Comunhão e,
ocasionalmente, pela confissão; a esmola aos pobres.
"Cada passo em direcção à santidade - disse o Papa - nos fará pessoas
melhores, livres do egoísmo e do fechamento em si mesmo, abertos aos
irmãos e às suas necessidades."
Francisco concluiu a catequese, lembrando que "o caminho rumo à
santidade não se percorre sozinho, mas juntos, naquele único corpo que é
a Igreja, amada e santificada pelo Senhor Jesus Cristo".
(19 de Novembro de 2014) © Innovative Media Inc.
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