No Simpósio Internacional de Asia News, mons. Lazzaro You Heung-Sik fala sobre a Igreja em seu país após a visita do Papa
Roma, 20 de Novembro de 2014 (Zenit.org) Antonio Gaspari
"Os coreanos têm saudade do Papa Francisco” e também o Pontífice “me disse que ficou com saudade da Coreia”.
Quem falou assim foi mons. Lazzaro You Heung-sik, bispo de Daejeon
(Coreia do Sul), presente em Roma nesses dias para participar do
simpósio internacional organizado por Asia News na Pontifícia
Universidade Urbaniana.
Em uma entrevista concedida a Zenit, mons. You Heung-sik disse que o
efeito da visita do Papa Francisco à Coreia foi "amplo e profundo" e
"trouxe frutos maravilhosos”.
Tanto é assim que os jornais coreanos continuam a escrever sobre uma
doença que as pessoas contraíram, ou seja, da “saudade do Papa”.
A visita do Papa afectou a todos, católicos e não. De acordo com o
Bispo de Daejeon, "a gratidão e carinho pelo Santo Padre foram crescendo
em todos os fieis” e isso “contribuiu para um aumento da confiança de
todos na Igreja Católica".
De uma pesquisa realizada com 1500 pessoas do Instituto de Joghe, que
é budista e mede os fenómenos sociais, descobriu-se que Igreja Católica
alcançou o limite de 3,39 pontos de 5 no que diz respeito à confiança
do povo.
Pesquisas realizadas antes da visita do Papa, nunca tinham atingido o limite de 3 pontos.
"O efeito Francisco - disse mons. You Heung-sik - encontra-se no fato
de que há um crescimento dos fiéis na Missa", há também “novos
baptizados” e uma “volta à Igreja dos fieis não praticantes”.
Na catedral de Myundong da Arquidiocese de Seul, por exemplo, depois
da visita do Papa, houve um crescimento quase dobrado do número dos
fieis.
Em setembro de 2012, na catedral, as pessoas inscritas no catecismo
para a preparação ao baptismo eram 165. Em setembro de 2013 tinham caído
para 102. Este ano, depois da visita do Papa subiram para mais de 300.
Números que dão ideia da percentagem do crescimento.
Entre as muitas questões levantadas pelo Papa e retomadas pela Igreja
coreana, mons. You Heung-sik, destacou o compromisso e a solidariedade
com os pobres e necessitados.
Neste sentido, explicou que na sociedade coreana é forte o confronto
com certos “valores” ligados ao capitalismo. “Tais valores – destacou –
levaram a concentrar-se sobre a realidade exterior negligenciando a vida
e as realidades interiores”.
"Uma reflexão sobre este ponto - acrescentou o prelado - é de suma
importância", pois nos impele a "lidar com a solução desses problemas de
modo evangélico”, ou seja, “na única maneira de trazer um renascimento
da sociedade”.
A ideia é a de oferecer "uma nova perspectiva que visa combater o
materialismo com os valores do Evangelho", com a Igreja que reforça a
sua identidade, “reforçando o seu papel luz e sal do mundo, vivendo em
plenitude o amor de Cristo".
"Por isso - concluiu mons. You Heung-sik - o testemunho dos mártires
coreanos é essencial e é um brilhante exemplo do caminho a seguir para
uma vida verdadeiramente cristã".
(20 de Novembro de 2014) © Innovative Media Inc.
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