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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Os coreanos têm saudade do Papa Francisco

No Simpósio Internacional de Asia News, mons. Lazzaro You Heung-Sik fala sobre a Igreja em seu país após a visita do Papa


Roma, 20 de Novembro de 2014 (Zenit.org) Antonio Gaspari


"Os coreanos têm saudade do Papa Francisco” e também o Pontífice “me disse que ficou com saudade da Coreia”.

Quem falou assim foi mons. Lazzaro You Heung-sik, bispo de Daejeon (Coreia do Sul), presente em Roma nesses dias para participar do simpósio internacional organizado por Asia News na Pontifícia Universidade Urbaniana.

Em uma entrevista concedida a Zenit, mons. You Heung-sik disse que o efeito da visita do Papa Francisco à Coreia foi "amplo e profundo" e "trouxe frutos maravilhosos”.

Tanto é assim que os jornais coreanos continuam a escrever sobre uma doença que as pessoas contraíram, ou seja, da “saudade do Papa”.

A visita do Papa afectou a todos, católicos e não. De acordo com o Bispo de Daejeon, "a gratidão e carinho pelo Santo Padre foram crescendo em todos os fieis” e isso “contribuiu para um aumento da confiança de todos na Igreja Católica".

De uma pesquisa realizada com 1500 pessoas do Instituto de Joghe, que é budista e mede os fenómenos sociais, descobriu-se que Igreja Católica alcançou o limite de 3,39 pontos de 5 no que diz respeito à confiança do povo.

Pesquisas realizadas antes da visita do Papa, nunca tinham atingido o limite de 3 pontos.

"O efeito Francisco - disse mons. You Heung-sik - encontra-se no fato de que há um crescimento dos fiéis na Missa", há também “novos baptizados” e uma “volta à Igreja dos fieis não praticantes”.

Na catedral de Myundong da Arquidiocese de Seul, por exemplo, depois da visita do Papa, houve um crescimento quase dobrado do número dos fieis.

Em setembro de 2012, na catedral, as pessoas inscritas no catecismo para a preparação ao baptismo eram 165. Em setembro de 2013 tinham caído para 102. Este ano, depois da visita do Papa subiram para mais de 300. Números que dão ideia da percentagem do crescimento.

Entre as muitas questões levantadas pelo Papa e retomadas pela Igreja coreana, mons. You Heung-sik, destacou o compromisso e a solidariedade com os pobres e necessitados.

Neste sentido, explicou que na sociedade coreana é forte o confronto com certos “valores” ligados ao capitalismo. “Tais valores – destacou – levaram a concentrar-se sobre a realidade exterior negligenciando a vida e as realidades interiores”.

"Uma reflexão sobre este ponto - acrescentou o prelado - é de suma importância", pois nos impele a "lidar com a solução desses problemas de modo evangélico”, ou seja, “na única maneira de trazer um renascimento da sociedade”.

A ideia é a de oferecer "uma nova perspectiva que visa combater o materialismo com os valores do Evangelho", com a Igreja que reforça a sua identidade, “reforçando o seu papel luz e sal do mundo, vivendo em plenitude o amor de Cristo".

"Por isso - concluiu mons. You Heung-sik - o testemunho dos mártires coreanos é essencial e é um brilhante exemplo do caminho a seguir para uma vida verdadeiramente cristã".

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