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sexta-feira, 2 de agosto de 2013

A voz da Igreja na sociedade

Mensagem da conferência dos bispos suíços para o dia 1º de Agosto de 2013


Roma, 01 de Agosto de 2013


“Por que não podemos prescindir da voz da Igreja?”, propõe como reflexão dom Charles Morerod, bispo de Lausanne, Genebra e Friburgo e vice-presidente da Conferência Episcopal Suíça.

"Numa sociedade pluralista como a suíça, perguntamos se a Igreja ainda deve intervir publicamente ou abster-se. Esta pergunta afecta, evidentemente, cada Igreja e cada religião, mas aqui a formulamos em referência à Igreja católica", começa a mensagem.

O texto afirma que "falar de intervenção pública não significa limitar-se às declarações dos bispos; está envolvido cada ato realizado por pessoas movidas pela fé. Ser cristão deve produzir efeitos; do contrário, não significa nada. Se o cristão crê que Deus ama imensamente os homens, ele então se sente chamado a fazer o mesmo, manifestando o amor na atenção para com aqueles que ninguém leva em consideração e no perdão até o ponto de amar os inimigos".

A mensagem lembra ainda que "o perdão e a integração do mais fraco são essenciais à existência de uma comunidade humana unida. Se percorremos a história prestando atenção a este aspecto, veremos até que ponto o evangelho plasmou a nossa sociedade".

Um recente estudo nacional, diz dom Morerod, revela que grande parte dos suíços considera positivo o impacto das Igrejas (não só da católica), pelo menos sobre os marginalizados.

Ele explica que "as posições assumidas pelos cristãos não são meramente individuais, porque o ser humano vive em sociedade e a fé integra essa dimensão comunitária".

Morerod recorda que "se o comportamento dos fiéis, incluindo, obviamente, o clero, às vezes não corresponde ao do evangelho, isto não significa que esse evangelho não deva ser anunciado. Muito pelo contrário: devemos anunciá-lo a nós mesmos e aos outros, como fonte de renovação oferecida por Deus, possível de ser acolhido pela nossa liberdade. Sem uma constante renovação, a fé e as suas consequências práticas desaparecem e corremos o risco de que elas se percam".

A seguir, o bispo cita exemplos do que a visão cristã da vida pode oferecer à sociedade: o homem não é apenas matéria, de modo que uma perspectiva puramente materialista não basta para fazê-lo feliz; o cristianismo nos convida a ir além do egoísmo e nos lembra que a vida terrena não é a única perspectiva; conhecer o factor religioso nas suas raízes é importante para o nosso mundo; conhecê-lo a partir de dentro favorece a nossa percepção do próprio mundo; uma visão religiosa contribui para o diálogo com outras religiões.

A mensagem conclui: "Se os bispos se manifestam publicamente sobre assuntos da sociedade, não é apenas para instruir a fé dos católicos, mas também para propor a todos a contribuição de uma visão cristã. Nós o fazemos escutando as ideias de outros e esperando ser escutados com a disponibilidade que se espera de uma sociedade democrática".



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