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quinta-feira, 8 de agosto de 2013

A Basílica de Santa Maria Maior, da neve milagrosa aos dias de hoje

Desde a sua fundação até os dias actuais, a basílica transmite uma intensa mensagem de unidade das naturezas divina e humana de Jesus Cristo


Roma, 07 de Agosto de 2013


Na última segunda-feira, 5 de Agosto, a basílica papal de Santa Maria Maior, em Roma, foi o local de celebração de uma missa solene presidida pelo arcipreste, o cardeal Santos Abril y Castelló, para comemorar o aniversário de fundação do templo, ocorrido no pontificado do papa Libério (352-365).

De acordo com a tradição, o pontífice teria traçado o perímetro da Igreja sobre uma capa de neve que excepcionalmente caiu na Cidade Eterna naquele dia 5 de Agosto de 358, em pleno verão romano. O evento é recordado todos os anos com pétalas brancas lançadas do tecto da igreja.

A Pontifícia Basílica Patriarcal Maior Liberiana, mais conhecida como Basílica de Santa Maria Maior e também chamada de Basílica de Nossa Senhora das Neves, assumiu ao longo dos séculos várias denominações, testemunhando os caminhos teológicos e espirituais do cristianismo através dos tempos.

A igreja é conhecida como Basílica Liberiana desde o quarto século, por ter sido construída, de acordo com o Liber Pontificalis, no local do antigo Titulus Liberii. As pesquisas arqueológicas refutaram posteriormente essa tese, situando a fundação da basílica no pontificado do papa Sisto III (432-440), mas preservando o valor da antiga denominação.

No século IV, justamente sob o papa Sisto III, a basílica também foi chamada de Teothokos (Mãe de Deus). Era assim que ela era apresentada em uma inscrição dedicatória, hoje perdida, a fim de enfatizar a importância do dogma cristão da Mãe de Deus, consagrado no terceiro concílio ecuménico de Éfeso (431) contra a heresia nestoriana.

No século VII, a basílica é mencionada com o título de Santa Maria Ad Praesepio, que aparece pela primeira vez no Liber Pontificalis na seção sobre o pontificado de Teodoro (642-649). O nome deve ser associado às relíquias da manjedoura em que Cristo nasceu, enviadas de Jerusalém a Roma para serem salvas dos árabes, que invadiram a cidade em 638. Hoje, essas relíquias são mantidas na Capela do Presépio, sob o altar da Capela Sistina de Santa Maria Maior.

A primeira capela representa uma profunda mensagem sobre a humanidade e a divindade de Jesus Cristo; a segunda celebra a maternidade divina de Maria, imprimindo às esplêndidas pinturas do século XVI, que a decoram, a decidida mensagem do cristianismo contra a heresia protestante então em voga.

A Basílica de Santa Maria Maior, desta forma, comunica desde a sua fundação milagrosa até os dias actuais a sua mensagem sobre a unidade das naturezas divina e humana de Jesus Cristo e sobre a maternidade divina da Virgem Maria.



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