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sábado, 8 de fevereiro de 2014

Pe. Lombardi, S.J.: "Comité da ONU atrai para si muitas críticas graves e fundamentadas"

Director da Sala de Imprensa do Vaticano, Pe. Lombardi, S.J., emite nota esclarecendo a posição da Santa Sé sobre informe publicado no dia 5 de Fevereiro pelo Comité sobre os Direitos das Crianças das Nações Unidas


Roma, 07 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org) Thácio Lincon Soares de Siqueira


Na manhã dessa sexta-feira, o director da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, S.J., publicou uma nota com a intenção de iluminar a tempestade de comentários e artigos surgidos à respeito do informe do Comité sobre os Direitos das Crianças das Nações Unidas, publicado na última quarta-feira, 5 de Fevereiro.

Primeiramente Pe. Lombardi contextualizou a relação existente entre a Santa Sé e a ONU. Não se deve falar em confronto “entre a ONU e o Vaticano”, diz a nota, uma vez que a “Santa Sé sempre deu um forte apoio moral à Organização das Nações Unidas como um lugar de encontro entre todas as nações” e por sua vez, “As Nações Unidas, nas suas instâncias mais altas, apreciam e desejam o apoio da Santa Sé e o diálogo positivo com ela”.

A nota esclareceu também o que são as Convenções Internacionais. “São caminhos por meio dos quais a comunidade internacional procura promover a dinâmica da busca da paz e da promoção dos direitos da pessoa humana em campos específicos”. Portanto, os Estados são livres para aderirem ou não. A Santa, na medida das suas forças, procurou aderir às principais, entre eles a Santa Sé aderiu – “entre os primeiros do mundo” àquela dos Direitos das crianças.

Não deve assombrar que no vasto mundo da ONU, continua a nota, se confrontem e se encontrem visões diversas. “Mas, para que o resultado seja positivo” é importante que se “respeite as regras essenciais nos procedimentos e no modo de realizar as actividades”.

Esse Comité – continua Pe. Lombardi - em concreto tem sede em Genebra com duas convenções por ano e “recebe as observações dos diferentes Estados aderentes”. “As recomendações formuladas por esse Comité são normalmente concisas e de peso relativo. Não é acaso que nunca se ouviu falar a nível de Imprensa Internacional”, até mesmo “nos países onde os problemas dos direitos humanos e da infância são notoriamente graves”.

Portanto, no caso da Santa Sé, nos meses passados foram enviados “amplas respostas escritas, ao qual seguiu-se um dia de audição de uma delegação específica da Santa Sé em Genebra no dia 16 de Janeiro”... E agora aconteceu essa publicação no dia 5 de Fevereiro.

Os pontos a serem observados, de acordo com director da Sala de Imprensa da Santa Sé, são esses:

A Igreja desde sempre teve o compromisso com o bem das crianças, e “quem não se dá conta disso do bem que isso representa para as crianças em todo o mundo quer dizer que não conhece bem esta dimensão da realidade”. “Portanto a Santa Sé continuará a comprometer-se para actuar na Convenção e para manter um diálogo aberto, construtivo e comprometido com os órgãos previstos nela”. E o fará com “coragem e decisão, sem timidez”.

Ao mesmo tempo essas recomendações últimas do Comité apresentam graves limitações “no parecer daqueles que bem seguiram o processo que lhe precedeu”. E faz pensar que tal documento tenha sido realmente preparado sem nem sequer terem “escutado as respostas, seja escrita, seja orais, dadas pelos representantes da Santa Sé”.

“A maneira de apresentar as objecções e a insistência em vários casos particulares” – continua – parece insinuar que se tenha dado mais atenção a ONG bem conhecida, prejudicialmente contrárias à Igreja católica e à Santa Sé, e não às posições da mesma Santa Sé, signatária da Convenção, e que esteve disponível para um diálogo aprofundado com o comité”. Diz o Pe. Lombardi que é “típico dessas organizações não reconhecer tudo o que foi feito pela Santa Sé e na Igreja” nos últimos anos, ao “reconhecer erros, renovar normas, e desenvolver medidas formativas e preventivas”. “Poucas ou nenhuma outra organização ou instituição tem feito o mesmo”, afirmou.

Finalmente, e “esta é observação talvez mais grave, as observações do Comité em muitos pontos parece ir além das suas responsabilidades e interferir nas mesmas posições doutrinais e morais da Igreja Católica, dando indicações que correspondem à avaliações morais da contracepção e do mesmo aborto, ou a educação nas famílias ou a visão da sexualidade humana, à luz de uma própria visão ideológica da sexualidade”.

O director da Sala de Imprensa da Santa Sé concluiu a nota destacando o efeito negativo para a Santa Sé ocasionado pelo informe, embora seja também “necessário reconhecer que, por sua vez, o Comité atraiu para si muitas críticas graves e fundamentadas”, perdendo credibilidade no Conjunto das Nações.

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