Director da Sala de Imprensa do Vaticano, Pe. Lombardi, S.J., emite nota esclarecendo a posição da Santa Sé sobre informe publicado no dia 5 de Fevereiro pelo Comité sobre os Direitos das Crianças das Nações Unidas
Roma, 07 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org) Thácio Lincon Soares de Siqueira
Na manhã dessa sexta-feira, o director da Sala de Imprensa da
Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, S.J., publicou uma nota com a intenção
de iluminar a tempestade de comentários e artigos surgidos à respeito
do informe do Comité sobre os Direitos das Crianças das Nações Unidas,
publicado na última quarta-feira, 5 de Fevereiro.
Primeiramente Pe. Lombardi contextualizou a relação existente entre
a Santa Sé e a ONU. Não se deve falar em confronto “entre a ONU e o
Vaticano”, diz a nota, uma vez que a “Santa Sé sempre deu um forte apoio
moral à Organização das Nações Unidas como um lugar de encontro entre
todas as nações” e por sua vez, “As Nações Unidas, nas suas instâncias
mais altas, apreciam e desejam o apoio da Santa Sé e o diálogo positivo
com ela”.
A nota esclareceu também o que são as Convenções Internacionais. “São
caminhos por meio dos quais a comunidade internacional procura promover
a dinâmica da busca da paz e da promoção dos direitos da pessoa humana
em campos específicos”. Portanto, os Estados são livres para aderirem ou
não. A Santa, na medida das suas forças, procurou aderir às principais,
entre eles a Santa Sé aderiu – “entre os primeiros do mundo” àquela dos
Direitos das crianças.
Não deve assombrar que no vasto mundo da ONU, continua a nota, se
confrontem e se encontrem visões diversas. “Mas, para que o resultado
seja positivo” é importante que se “respeite as regras essenciais nos
procedimentos e no modo de realizar as actividades”.
Esse Comité – continua Pe. Lombardi - em concreto tem sede em Genebra
com duas convenções por ano e “recebe as observações dos diferentes
Estados aderentes”. “As recomendações formuladas por esse Comité são
normalmente concisas e de peso relativo. Não é acaso que nunca se ouviu
falar a nível de Imprensa Internacional”, até mesmo “nos países onde os
problemas dos direitos humanos e da infância são notoriamente graves”.
Portanto, no caso da Santa Sé, nos meses passados foram enviados
“amplas respostas escritas, ao qual seguiu-se um dia de audição de uma
delegação específica da Santa Sé em Genebra no dia 16 de Janeiro”... E
agora aconteceu essa publicação no dia 5 de Fevereiro.
Os pontos a serem observados, de acordo com director da Sala de Imprensa da Santa Sé, são esses:
A Igreja desde sempre teve o compromisso com o bem das crianças, e
“quem não se dá conta disso do bem que isso representa para as crianças
em todo o mundo quer dizer que não conhece bem esta dimensão da
realidade”. “Portanto a Santa Sé continuará a comprometer-se para actuar
na Convenção e para manter um diálogo aberto, construtivo e comprometido
com os órgãos previstos nela”. E o fará com “coragem e decisão, sem
timidez”.
Ao mesmo tempo essas recomendações últimas do Comité apresentam
graves limitações “no parecer daqueles que bem seguiram o processo que
lhe precedeu”. E faz pensar que tal documento tenha sido realmente
preparado sem nem sequer terem “escutado as respostas, seja escrita,
seja orais, dadas pelos representantes da Santa Sé”.
“A maneira de apresentar as objecções e a insistência em vários casos
particulares” – continua – parece insinuar que se tenha dado mais
atenção a ONG bem conhecida, prejudicialmente contrárias à Igreja
católica e à Santa Sé, e não às posições da mesma Santa Sé, signatária
da Convenção, e que esteve disponível para um diálogo aprofundado com o comité”. Diz o Pe. Lombardi que é “típico dessas organizações não
reconhecer tudo o que foi feito pela Santa Sé e na Igreja” nos últimos
anos, ao “reconhecer erros, renovar normas, e desenvolver medidas
formativas e preventivas”. “Poucas ou nenhuma outra organização ou
instituição tem feito o mesmo”, afirmou.
Finalmente, e “esta é observação talvez mais grave, as observações do Comité em muitos pontos parece ir além das suas responsabilidades e
interferir nas mesmas posições doutrinais e morais da Igreja Católica,
dando indicações que correspondem à avaliações morais da contracepção e
do mesmo aborto, ou a educação nas famílias ou a visão da sexualidade
humana, à luz de uma própria visão ideológica da sexualidade”.
O director da Sala de Imprensa da Santa Sé concluiu a nota destacando o
efeito negativo para a Santa Sé ocasionado pelo informe, embora seja
também “necessário reconhecer que, por sua vez, o Comité atraiu para si
muitas críticas graves e fundamentadas”, perdendo credibilidade no
Conjunto das Nações.
(07 de Fevereiro de 2014) © Innovative Media Inc.
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