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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Peru: Os Bispos preocupados pela futura Lei Universitária

Uma Superintendência Nacional liderada pelo actual governo controlaria as orientações das universidades


Roma, 20 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org)


Os bispos peruanos manifestaram preocupação com "as várias posições levantadas sobre o projecto de Lei Universitária” e conscientes da importância de tal tema emitiram um comunicado sobre o assunto assumindo uma posição. Fizeram-no depois da 103ª Assembleia Geral Ordinária da Conferência Episcopal Peruana.

E por isso exortaram a realização de “um debate participativo e técnico que tenha como norte conseguir que as universidade sejam espaços que garantam o crescimento e a realização humana, mas respeitando a sua autonomia e outros direitos e garantias reconhecidos pela nossa Constituição". A CEP em sua declaração também "reafirma o seu compromisso de contribuir para este debate".

Além do mais, convidou o Congresso e outros poderes do Estado “a não perder de vista o seu dever constitucional de promover o bem-estar geral, que se fundamenta na justiça e no desenvolvimento humano integral de todos os peruanos”.

A proposta da nova lei universitária no Perú será debatida em Março no parlamento. O ponto mais polémico da proposta de Lei é a criação de uma "Superintendência Nacional de Educação Universitária", à qual deverão referir-se todas as universidades, que serão dirigidas pelo governo. Diante disso vários sectores da sociedade reagiram, porque vêem nisso uma violação da autonomia política, administrativa e académica de cada centro.

Os bispos recordam que “as universidades nasceram para que, por meio do caminho do conhecimento e do desenvolvimento pessoal, o ser humano seja mais livre”. A Igreja (explica o comunicado) participou activamente no nascimento das universidades; concretamente no Peru fundou a Universidade Nacional Maior de São Marcos, uma das mais antigas da América. Porque há mais de quatro séculos que “a Igreja está comprometida com a formação integral de milhões de peruanos através de escolas, institutos superiores e universidade por todo o país”.

Além disso, os bispos do Peru destacam que a Igreja Católica, no âmbito do Acordo Internacional entre a Santa Sé e a República do Peru, “desenvolve por meio de suas universidades um intenso trabalho de educação humanística, pesquisa científica e promoção da cultura". Assim, consideram positivo procurar melhorar o sistema universitário do país e que aconteça em um clima de diálogo frutífero, “sem que gere polarização e nem coloque em risco o futuro da universidade no Peru”.

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