Renúncia quaresmal deste ano na diocese vai servir para apoiar as vítimas da crise e a formação de seminaristas no nordeste do Brasil
Beja, 24 Fev 2014 (Ecclesia) – O bispo de Beja criticou hoje a
“lógica do ter, poder e prazer” que domina a sociedade e que “cava cada
vez mais o fosso entre ricos e pobres, entre senhores afortunados e
escravos”.
Na sua mensagem para o tempo da Quaresma, enviada à Agência ECCLESIA,
D. António Vitalino compara a actual conjuntura a uma “maré” composta
por “ondas fortes” contra as quais os cristãos são chamados a “nadar”.
“Só os grandes atletas, fruto de muito treino, conseguem, sobretudo
quando as ondas impelem em sentido contrário”, escreve o prelado,
incentivando os fiéis a contribuírem para a mudança de paradigma, com
uma atitude “mais atenta aos outros, sobretudo aos que sofrem”.
A renúncia quaresmal deste ano da Diocese de Beja vai ser destinada a
apoiar as vítimas da crise, através do fundo de emergência social, e a
formação de seminaristas em Maceió, no nordeste do Brasil.
Confiante na “generosidade dos diocesanos”, D. António Vitalino
recorda que esta iniciativa é “um caminho de desprendimento por amor a
Cristo e aos irmãos”.
O responsável católico frisa ainda que “a partilha” que a Quaresma
convida a fazer “é na dimensão da misericórdia com aqueles que sofrem,
não apenas a miséria material, mas também a moral e espiritual”.
“Os cristãos são chamados a caminhar com leveza e agilidade ao
encontro dos seus irmãos, a soerguer os marginalizados na berma dos
caminhos da humanidade e a carregá-los aos ombros para a integração na
comunidade humana”, escreve o bispo.
No último ano, a recolha de donativos na diocese alentejana totalizou
19.185,16 euros, “um terço” dos quais vai servir para responder às
necessidades das populações mais carenciadas da região, através da
Cáritas Diocesana.
Os outros dois terços vão ser encaminhados “para os pobres das
missões dos Padres Vicentinos em Moçambique” e “para o Carmelo de Beja”, respectivamente.
A Quaresma, que este ano se inicia a 5 de Março, com a celebração de
Quarta-feira de Cinzas, é um período de 40 dias, exceptuando os domingos,
marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de
preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.
JCP
in
Sem comentários:
Enviar um comentário