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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Segundo dia de reunião do C8: Conselho de Cardeais encontra Comissão referente ao banco do Vaticano

Discutidos problemas e orientações para a renovação da estrutura da instituição, sobretudo, em relação com a missão da Igreja


Cidade do Vaticano, 18 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org) Salvatore Cernuzio


O IOR estava ao centro do segundo dia de reunião do C8, o Conselho de Cardeais que colabora com o Papa na reforma da Cúria Romana. Reunidos em Santa Marta, os oito cardeais analisaram por mais de três horas - na presença de Bergoglio e Mons. Parolin – os "problemas" e "possíveis vias" para a reestruturação do Instituto para as Obras de Religião (IOR). Sempre à luz da "missão da Igreja " e do "contexto" em que está inserido o 'Banco do Vaticano', conforme informou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, durante conferência de imprensa nesta manhã.

Na presença do Papa e de seus conselheiros a Comissão referente ao IOR estava quase completa. Estavam presentes o presidente, cardeal Raffaele Farina, o Cardeal Jean -Louis Tauran, o coordenador Dom Arrieta, e o secretário Monsenhor Wells. Faltava a única mulher, a professora Glendon, residente nos Estados Unidos.

Conforme relatado por Lombardi, a equipe apresentou um "relatório completo", seguido de "questões de aprofundamento". Em particular -explicou- "um dos pontos em que a comissão tem trabalhado e sobre o qual os Cardeais reflectem muito, é a missão do Instituto para as Obras de Religião". Portanto, “as questões que dizem respeito às instituições da Santa Sé em relação a missão da Igreja, a missão de serviço da Igreja, e não simplesmente sob um ponto de vista operativo e económico com um horizonte limitado”.

A "realidade" do IOR foi analisada ponto a ponto e foram indicadas «algumas orientações possíveis para a renovação e organização do Instituto”. No entanto, nenhuma decisão foi tomada -afirmou o porta-voz do Vaticano.

Não parece tão distante da realidade a voz sobre as intenções do Papa e dos oito cardeais de agregar o IOR a outras estruturas económicas e administrativas do Vaticano, como a APSA, o Governatorato, ou outros. Estes são objeto de estudo da "Cosea", ou seja, a Comissão para a reorganização das actividades económico-financeiras da Santa Sé,que apresentou o trabalho realizado nestes 7-8 meses de actividade ontem na primeira reunião do C8.

Sobre a possível fusão, Lombardi não confirmou, nem negou: "Se as duas comissões têm tarefas distintas, certamente o Papa, com a ajuda do Conselho dos Cardeais, está analisando o contexto geral, para propor uma solução de renovação das organizações e instituições da Cúria e do governo da Igreja que seja coerente”.
Padre Lombardi respondeu também a algumas perguntas dos jornalistas sobre uma carta - publicada na imprensa italiana hoje - sobre o papel do cardeal Attilio Nicora, até há algumas semanas atrás, presidente da AIF (Autoridade de Informação Financeira do Vaticano).

“É necessário fazer uma distinção muito clara entre o IOR e a AIF, que é uma instituição inteiramente nova e que não existia" – respondeu Lombardi-. A AIF "é também um dos temas sobre os quais se fala muito na avaliação do Moneyval, porque tem um papel a desempenhar dentro deste sistema de controle", e mesmo “tendo funções que dizem respeito ao IOR, tem também funções que afectam outras instituições. Então, são duas coisas realmente distintas."

Sobre outros capítulos da reforma e o momento de uma nova Constituição Apostólica, padre Lombardi enfatizou que é "prematuro"pensar na “aposentadoria” do documento actual, embora o trabalho dos cardeais prossiga de “forma intensa”, ainda há uma grande quantidade de material a ser examinado. Portanto, é melhor ter "prudência " ao indicar qualquer conclusão dos trabalhos do Conselho.

Por fim, o jesuíta descartou a possibilidade de um casal à frente do Pontifício Conselho para a Família: possibilidade declarada pelo Cardeal Oscar Rodriguez Maradiaga, coordenador do C8 , em uma de suas “muitas entrevistas". É uma ideia "interessante", disse Lombardi, mas no momento não é uma "proposta concreta" no centro das reuniões dos cardeais.

A terceira rodada de reuniões do C8 termina nesta quarta-feira (19), com uma reunião entre os oito e seus colegas do "Conselho dos quinze",responsável por comissões de vigilância e análise da Santa Sé. 

(Trad.:MEM)

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