O consistório não dará respostas imediatas, mas abrirá a reflexão tendo em vista o Sínodo de bispos de 2015
Roma, 21 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org) Rocio Lancho García
O Consistório que ontem e hoje reúne no Vaticano o colégio
dos Cardeais já teve umas 43 participações. Alguns cardeais também
facilitaram o seu discurso por escrito para facilitar o aprofundamento e
a reflexão, tendo presente o Sínodo de bispos sobre o mesmo tema que
acontecerá em 2015.
Entre os temas abordados, afirmou o director da Sala de Imprensa,
padre Federico Lombardi, destaca o conceito da família de acordo com a
perspectiva antropológica cristã e a sua valorização no contexto da
cultura secularizada, que possui uma concepção diferente da família, da
sexualidade e da pessoa e na que o enfoque cristão se encontra às vezes
em dificuldade.
A reflexão "não se desenvolveu em um clima de luto, mas de realismo"
disse, e se constatou “a dificuldade cristã em uma cultura que vai,
predominantemente, em outra direcção", afirmou o porta-voz. Por outro
lado, várias vezes foi citado a Teologia do Corpo de João Paulo II, bem
como a encíclica Familiaris Consortio, e o Catecismo da Igreja Católica.
Outro problema enfrentado foi o da pastoral da família em vários
âmbitos, insistindo especialmente, na preparação para o matrimónio e na
espiritualidade conjugal e familiar. Falou-se também do problema dos
divorciados que voltaram a casar do ponto de vista jurídico canónico e
comentou-se sobre os procedimentos de nulidade para melhorá-los e
simplifica-los.
Sobre a admissão aos sacramentos dos separados ou divorciados
recasados, “os discursos foram amplos e profundos. Aqui também o clima
não tem sido de tensão ou de ansiedade, mas de busca conjunta do caminho
para conjugar o melhor possível a fidelidade às palavras de Jesus com a
misericórdia divina e a atenção às situações concretas, sempre com
grande sensibilidade”, disse o padre Lombardi.
O porta-voz reiterou que embora não tenhamos que esperar do
consistório uma orientação unitária, sim que houve uma introdução
consoladora para a tarefa do Sínodo, “que ao trabalhar com esta
amplitude de horizontes, estará no bom caminho para progredir na
resposta pastoral da Igreja às esperanças, muito sentidas, neste
âmbito”.
Da mesma forma lembrou que estamos no início de um caminho que durará
dois anos e que não se pode pensar no Consistório como, “um caminho que
se fecha em si, é preciso pensar também no Sínodo de 2015”.
Finalmente os cardeais discutiram sobre alguns contextos específicos
da pastoral familiar, como a imigração e a ignorância religiosa.
Além disso, o Santo Padre informou os presidentes do Sínodo da
Família. Já se sabia do relator, cardeal Erdo, e do secretário que é
mons. Bruno Forte. Nesta manhã, o Papa Francisco anunciou os três
presidentes: o cardeal Vingt-Trois, arcebispo de Paris; o cardeal Tagle,
arcebispo de Manila; e o Cardeal Damasceno Assis, arcebispo de
Aparecida.
(Trad.TS)
(21 de Fevereiro de 2014) © Innovative Media Inc.
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