Uma minoria que cresce num país hindu aos 80%
Catedral da Assunção em Katmandu - há que tirar os sapatos e sentar-se nos coxins |
Actualizado 26 de Fevereiro de 2014
ReL / AsiaNews
Siddhanta Chhetri, de 25 anos, é estudante universitário no Nepal que este passado 23 de Fevereiro recebeu a sua primeira comunhão na catedral da Assunção em Katmandu.
Convertido ao catolicismo desde uma origem hindu, o jovem declara à AsiaNews que ir à igreja ajuda-o a superar os seus problemas, e que boa parte dos jovens no Nepal vivem um hinduísmo feito de práticas vazias, que no enchem de verdade.
"Vejo milhares de jovens nepaleses, sobretudo de religião hinduísta, que vivem uma espiritualidade árida e estão confundidos", explica Chhetri.
"Falta-lhes um verdadeiro guia. Também eu tinha dúvidas sobre a minha vida e a minha carreira. Quando comecei a frequentar de modo regular a igreja, a falar com os sacerdotes e outros jovens católicos, fui encontrando o meu caminho".
A experiência pessoal de Chhetri é que o hinduísmo consiste em boa parte em práticas de mera tradição, ou inclusive superstição, que levam a um deserto espiritual muitos jovens.
"Isto levou muitos rapazes a cair na criminalidade ou ao abuso de drogas. O que eu aprendi da Igreja é que a espiritualidade é um grande instrumento para melhorar. Os católicos são pessoas satisfeitas porque são sólidos na fé em Jesus Cristo e vivem segundo a Palavra de Deus", explica o jovem.
Chhatri cumpriu o seu caminho de catecúmeno na catedral da Assunção. "Neste momento (comenta à AsiaNews Bhim Rai, um catequista) estamos preparando mais de 20 pessoas".
O p. Richard Rai, um sacerdote da catedral, explica: "Nós servimos a qualquer que necessite de nós. As pessoas vêm ver-nos para um conselho, e nós os escutamos e assistimos segundo o nosso sentir. E muitos, católicos e não católicos, visitam a nossa igreja. Muitos aprendem a viver em Cristo"
Uma Igreja que nasce do zero
Nepal, encaixado no Himalaia, entre o colosso chinês e o gigante indiano, conta com 30 milhões de habitantes, 80% são de religião hindu e 11 % budistas. Os cristãos são una ínfima minoria.
Considera-se que em 1960 não viviam no país nem dez cristãos. Ainda que tenham chegado missionários católicos portugueses já no século XVII, sempre foi difícil criar missões. De 1810 a 1950, enquanto o cristianismo se estendia na Índia e África, por exemplo, não houve no Nepal nem um clérigo cristão, nem um missionário estrangeiro.
Hoje, contam com o seu próprio bispo, nativo nepalês, o Vigário Apostólico Antony Francis Sharma, que lidera as comunidades católicas: 8 paróquias e 36 igrejas não paroquiais. Este Natal as festas foram as terceiras celebradas publicamente: a Monarquia nepalesa, que caiu em 2006, restringia muitíssimo a liberdade religiosa e os sinais públicos cristãos.
“Ainda que eu seja hindu, gosta da festa de Natal. Muitos dos meus amigos são cristãos e agora converteu-se numa tradição para nós intercambiar bons desejos e presentes. E a noite de Natal, enchendo velas e oro pela paz”, comentava à agência AsiaNews, Niru Chanda, uma jovem indiana de 19 anos.
Nestes anos desde que caiu a monarquia, os católicos passaram de ser uns 4.000 a mais de 10.000. Mantém mais de 20 escolas e oferecem instrução a dezenas de milhares de refugiados chegados de Butão, de cultura budista.
O que cresce com grande velocidade são as comunidades protestantes, sobretudo pentecostais, que são mais ágeis (e às vezes mais superficiais) no seu trabalho missionário. Há quem fala de um total de 1 ou 2 milhões de cristãos já no país.
ReL / AsiaNews
Siddhanta Chhetri, de 25 anos, é estudante universitário no Nepal que este passado 23 de Fevereiro recebeu a sua primeira comunhão na catedral da Assunção em Katmandu.
Convertido ao catolicismo desde uma origem hindu, o jovem declara à AsiaNews que ir à igreja ajuda-o a superar os seus problemas, e que boa parte dos jovens no Nepal vivem um hinduísmo feito de práticas vazias, que no enchem de verdade.
"Vejo milhares de jovens nepaleses, sobretudo de religião hinduísta, que vivem uma espiritualidade árida e estão confundidos", explica Chhetri.
"Falta-lhes um verdadeiro guia. Também eu tinha dúvidas sobre a minha vida e a minha carreira. Quando comecei a frequentar de modo regular a igreja, a falar com os sacerdotes e outros jovens católicos, fui encontrando o meu caminho".
A experiência pessoal de Chhetri é que o hinduísmo consiste em boa parte em práticas de mera tradição, ou inclusive superstição, que levam a um deserto espiritual muitos jovens.
"Isto levou muitos rapazes a cair na criminalidade ou ao abuso de drogas. O que eu aprendi da Igreja é que a espiritualidade é um grande instrumento para melhorar. Os católicos são pessoas satisfeitas porque são sólidos na fé em Jesus Cristo e vivem segundo a Palavra de Deus", explica o jovem.
Chhatri cumpriu o seu caminho de catecúmeno na catedral da Assunção. "Neste momento (comenta à AsiaNews Bhim Rai, um catequista) estamos preparando mais de 20 pessoas".
O p. Richard Rai, um sacerdote da catedral, explica: "Nós servimos a qualquer que necessite de nós. As pessoas vêm ver-nos para um conselho, e nós os escutamos e assistimos segundo o nosso sentir. E muitos, católicos e não católicos, visitam a nossa igreja. Muitos aprendem a viver em Cristo"
Uma Igreja que nasce do zero
Nepal, encaixado no Himalaia, entre o colosso chinês e o gigante indiano, conta com 30 milhões de habitantes, 80% são de religião hindu e 11 % budistas. Os cristãos são una ínfima minoria.
Considera-se que em 1960 não viviam no país nem dez cristãos. Ainda que tenham chegado missionários católicos portugueses já no século XVII, sempre foi difícil criar missões. De 1810 a 1950, enquanto o cristianismo se estendia na Índia e África, por exemplo, não houve no Nepal nem um clérigo cristão, nem um missionário estrangeiro.
Hoje, contam com o seu próprio bispo, nativo nepalês, o Vigário Apostólico Antony Francis Sharma, que lidera as comunidades católicas: 8 paróquias e 36 igrejas não paroquiais. Este Natal as festas foram as terceiras celebradas publicamente: a Monarquia nepalesa, que caiu em 2006, restringia muitíssimo a liberdade religiosa e os sinais públicos cristãos.
“Ainda que eu seja hindu, gosta da festa de Natal. Muitos dos meus amigos são cristãos e agora converteu-se numa tradição para nós intercambiar bons desejos e presentes. E a noite de Natal, enchendo velas e oro pela paz”, comentava à agência AsiaNews, Niru Chanda, uma jovem indiana de 19 anos.
Nestes anos desde que caiu a monarquia, os católicos passaram de ser uns 4.000 a mais de 10.000. Mantém mais de 20 escolas e oferecem instrução a dezenas de milhares de refugiados chegados de Butão, de cultura budista.
O que cresce com grande velocidade são as comunidades protestantes, sobretudo pentecostais, que são mais ágeis (e às vezes mais superficiais) no seu trabalho missionário. Há quem fala de um total de 1 ou 2 milhões de cristãos já no país.
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