A imagem comoveu o mundo inteiro: o esquiador Bilodeau que, tendo conquistado a medalha de ouro em Sochi, corre para abraçar seu irmão que sofre de paralisia cerebral
Roma, 18 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org) Federico Cenci
Cronicas de Sochi. Alguns tentam tirar proveito do palco que
os Jogos Olímpicos oferece para dar destaque à vãs campanhas
ideológicas. Outros, ilustram as belas histórias do desporto. Histórias
como a de Alexandre Bilodeau, canadense, vinte e seis anos de idade, que
ganhou a medalha de ouro na modalidade Mogul skiing.
Apenas conquistado o mais alto degrau do pódio, Alexandre não
hesitou um instante. Ele correu para o público que se aglomeravam nas
grades e puxou seu irmão Frederic, que se deixou envolver por um abraço afectuoso, aos gritos de alegria. A imagem dos dois irmãos festejando
comoveu primeiramente o país deles, o Canadá, e depois, o mundo inteiro.
Frederic, o mais velho dos dois, sofre de paralisia cerebral desde a
infância. Ainda assim, o crédito da conquista da medalha de ouro, deve
ser atribuída a ele - explicou Alexandre Bilodeau aos microfones do
jornal USA today.
"Se está chovendo lá fora ou a temperatura é de -40 graus", disse o
atleta canadense, pode surgir a tentação de pular um dia de treinamento.
Além disso -acrescentou- "não faria uma grande diferença para mim".
Alexandre explicou que, basta olhar para Frederic e pensar na emoção com
que ele vive a carreira de seu irmão e na alegria que sente ao vê-lo
alcançar o sucesso, para superar o impasse e enfrentar mais um dia de
trabalho duro.
Confirmando a estreita relação entre os dois irmãos Bilodeau,
Alexandre disse ainda durante a entrevista que, a primeira coisa que
disse Frederic tão logo ele correu para abraçá-lo, foi: "Eu te amo,
Alex". E acrescentou que Frederic "tem muito orgulho, vive seu sonho
através de mim, e ver seu olhar tão 'grande' e confiante é algo
inestimável para mim."
Frederic representa para Alexandre uma "grande parte" do seu
resultado, porque estava sempre ao lado dele durante os últimos quatro
anos de preparação para as Olimpíadas, incentivando, mas também
"trabalhando duro".
Ao jornalista que perguntou se agora a popularidade de seu irmão
poderia ofuscar a sua, o esquiador respondeu: "Eu ficaria feliz se esse
dia tivesse chegado, eu não preciso de ser o centro das atenções, tenho
condições de trabalhar e conquistá-la (popularidade), mas ele não tem,
por isso devo dar a ele”.
Nos Jogos Olímpicos de Vancouver, em 2010, Bilodeau ganhou uma
medalha de ouro e dedicou a seu irmão Frederic. Por fim, ao ouvir o
testemunho, percebe-se que Frederic representa para Alexandre aquela
fonte que inspira gratidão que é estranha àqueles que consideram o
talento uma 'coisa qualquer'. "Todos os dias - explica Alexandre - me
sinto sortudo por ser uma pessoa normal que tem a oportunidade de
realizar seus sonhos. E ele não tem essa oportunidade. Então, por
respeito a ele, eu tenho que alcançá-lo".
Depois do abraço em seu irmão Frederic, o que Alexandre Bilodeau
conseguiu alcançar, comovendo-o, foi o coração de milhões de
telespectadores. A imagem deles está prestes a se tornar um ícone dos
Jogos Olímpicos de Inverno. O que levaria a cumprir o desejo do Papa
Francisco de que Sochi 2014 fosse "uma verdadeira festa do desporto e da
amizade”.
(Trad.:MEM)
(18 de Fevereiro de 2014) © Innovative Media Inc.
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