«Uma das chaves para o êxito no
trabalho nos dias de hoje? Trabalhar sem distrações». É o que nos diz Cal
Newport, num dos seus livros chamado “Deep Work”.
Todos temos, muitas vezes, a sensação de passar o dia a “apagar fogos”, em vez de nos dedicarmos a fundo a pensar, a ser criativos e a resolver de verdade os problemas que existem e que afetam o nosso trabalho.
Para isso, necessitamos de
concentração, tempo, uma certa solidão e um esforço continuado e perseverante.
No entanto, tudo isto parece escasso e difícil de conseguir no trabalho do
dia-a-dia.
A tese de Newport é simples:
paradoxalmente, a sociedade e o sistema económico atual desgastam a nossa
capacidade de concentração, que é precisamente o principal recurso no qual se
sustenta a nossa civilização do conhecimento.
Reuniões, telemóvel sempre a
tocar/vibrar, e-mails, clientes, WhatsApp, sms “urgentes”, ambientes
laborais barulhentos e cheios de atividade: tudo isto cria fadiga e tira o
incentivo para um trabalho intelectual profundo e de qualidade, que é
precisamente o tipo de trabalho que marca a diferença e, além de rentável, é
também muito satisfatório do ponto de vista pessoal.
Aconselha que tenhamos um protocolo
concreto que nos sirva para “mudar o chip”, levando-nos do dia-a-dia
superficial, frenético e trivial, para esses momentos de plena atenção, tão
necessários para que exista um trabalho profundo.
O autor dá-nos verdadeiros conselhos
ascéticos: menos Netflix e Twitter, mais leitura de bons livros e passeios que
ajudem a “arrumar as ideias”. Dialogar a fundo com pessoas que nos podem ajudar
no nosso trabalho e não deixar nunca um elemento fundamental: a reflexão
pessoal.
Nada disto é novo na História da
Humanidade. Só que agora parece mais difícil de levar à prática. Mas a História
é mestra em recordar-nos que fazê-lo vale mesmo a pena, porque faz a diferença.
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