Caríssimos diocesanos, estimados filhos e filhas
no Senhor, amados presbíteros e diáconos e todos vós que servis com amor os
vossos irmãos: a graça e a paz de Jesus Cristo, nosso Senhor, estejam convosco!
1 – «Dei-vos o exemplo, para que assim como Eu
vos fiz, vós façais também». O Objetivo Geral que delineámos para o Programa
Pastoral da Diocese neste 2º ano dedicado à Caridade, centra-nos no fazer.
2 - O Ano Pastoral que estamos começando ficará
marcado por grandes acontecimentos: em primeiro lugar a JMJ que trará a
Portugal jovens do mundo inteiro: no final do mês de julho (26-31) nas dioceses
do país e, no início de agosto (1-6) com o Santo Padre, na cidade de Lisboa.
Maria levantou-se e pôs-se a caminho, é a frase
do Evangelho escolhida para lema desta Jornada Mundial da Juventude. A nossa
diocese de Beja, situada relativamente perto da cidade de Lisboa, está-se
preparando para acolher, na última semana de julho, alguns milhares de jovens.
Com essas Jornadas concluiremos este ano pastoral. Vamos preparar-nos para viver
e ajudarmos a viver intensamente este grande acontecimento. Esperamos que o
alegre dinamismo da Virgem Santa Maria, grávida por obra do Espírito Santo, ela
que foi ao encontro de Santa Isabel e encheu de alegria aquela casa comunique a
nós, às nossas famílias e paróquias, aos nossos arciprestados e a toda a nossa
querida diocese, essa alegria que é sinal da presença de Deus em nossas vidas.
3 – Completam-se, nos próximos meses de outubro,
novembro e dezembro, 75 anos da memorável visita à diocese de Beja, da imagem
de Nossa Senhora de Fátima da Capelinha das Aparições. Respondendo ao convite
do Sr. D. José de Patrocínio Dias, Maria pôs-se a caminho das paróquias
alentejanas e suscitou, nos corações de muitos, uma abundante chuva de graças
que renovou a vida cristã por toda a diocese.
Por sugestão de uma paróquia da nossa diocese,
vamos também nós receber, de outubro a dezembro próximos, uma imagem peregrina
de Nossa Senhora de Fátima. É Maria que se põe de novo a caminho na nossa
diocese. Ela vem repetir-nos as suas palavras nas Bodas de Caná: fazei tudo o
que Ele vos disser. Ela vem dar-nos o seu exemplo de primeira discípula de
Cristo que O seguiu até à Cruz. Convido toda a diocese, e os jovens de modo
especial, a receberem com amor a imagem d’Aquela que, por suas palavras e
exemplos, nos desinstala e põe a caminhar na vida, como cristãos. Exorto os
sacerdotes a que, de acordo com o ótimo guião preparado para toda a diocese
pelo senhor Cónego Domingos Pereira, convidem insistentemente os fiéis a participarem
nas procissões e nas outras celebrações desta peregrinação da Virgem Maria.
4 - Neste ano da JMJ, os jovens deverão estar no
centro das nossas preocupações. São por demais conhecidas as dificuldades que
em muitas paróquias e arciprestados desta diocese encontramos para lhes
propormos percursos pastorais que os ajudem a entrar na vida adulta com uma fé
solidamente construída. Mais do que um momento de colheita, a JMJ e todo este
ano, deverão ser tempo de semear. O Cristianismo de amanhã, em Portugal, dependerá,
em boa parte, do que for semeado neste ano da Jornada da Juventude. O padre
Francisco Molho está encarregado de coordenar as atividades relativas à JMJ.
Mas é necessária a colaboração dos padres e dos diáconos, dos religiosos e
religiosas e de todos os fiéis leigos.
5 – Neste ano, a Jornada da Juventude pede-nos
que abramos as nossas casas para acolhermos jovens provenientes de outras
partes do mundo, durante uma semana. É uma oportunidade única para muitas
famílias cultivarem esta dimensão católica da vida cristã. Ser católico é ter
um coração universal, aberto a todos aqueles que foram batizados e são, como
nós, filhos adotivos de Deus. E, mais ainda, como sublinhou S. Francisco de
Assis, é ter um coração aberto para escutar e dialogar com todos os homens e
com todas as criaturas saídas das mãos de Deus. Expressão do Seu amor são
vistas por nós, católicos, como irmãos e como irmãs. Para muitas pessoas, os
dias vividos nas famílias cristãs que as acolheram nas anteriores jornadas da
Juventude foram, segundo dizem, o melhor de tudo, ou seja, foram o corpo de que
o encontro com o Santo Padre foi a cabeça. Vamos, motivados por esta urgência,
viver a vida familiar como igrejas domésticas, orando em comum antes das
refeições, rezando o terço, participando na Celebração da Eucaristia Dominical,
pedindo e oferecendo o nosso perdão, dialogando, cultivando a comunhão apenas
possível se a recebemos de Jesus. E receberemos esses irmãos como receberíamos
o próprio Senhor.
6 – Continuamos a viver, neste ano, o Biénio
Vocacional, unidos em comunhão com as dioceses do Algarve e de Évora desta
Província Eclesiástica. Conscientes de que o Senhor é quem chama e que chama
por meio de pessoas concretas, peçamos ao Senhor da Messe que lhe envie
trabalhadores; e disponhamo-nos nós a chamar, em Seu Nome, aqueles jovens em
que vislumbramos sinais de vocação a uma vida de consagração, para serem
sacerdotes ou religiosos, ou religiosas.
7 – A formação de um novo grupo de diáconos, que
começaremos em breve, leva-nos a reanimar a Escola dos Ministérios. Destinada
não apenas aos diáconos, mas a todos aqueles que poderão vir a ser instituídos
catequistas, leitores, acólitos, etc., pode ser frequentada por qualquer pessoa
que o deseje.
Depois da interrupção do tempo da pandemia, vamos
neste ano retomar a formação dos Ministros Extraordinários da Comunhão. Há três
encontros marcados.
E vamos também dialogar com as 16 Confrarias das
Santas Casas da Misericórdia instituídas na área da nossa diocese, pois
precisamos todos de receber o Espírito Santo para podermos praticar
convenientemente as Obras de Misericórdia. Trata-se de, no seguimento do
trabalho sinodal do ano passado, aprendermos a caminhar juntos como Igreja.
8 – Conto concluir neste ano a Visita Pastoral às
Paróquias da Diocese, concretamente, às do Arciprestado de Beja.
9 – Mas que tem a ver todo este programa com o
tema que tínhamos escolhido para este ano: como Eu vos fiz, assim façais vós
também?
No capítulo 13 da 1ª Carta aos Coríntios, S.
Paulo esclarece-nos: ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, ainda
que tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios… se não tiver
caridade, nada sou. Como nos amou Jesus? Amou-nos até ao fim. Nós precisamos de
receber o amor de Jesus para vivermos como cristãos. Sem esse amor, nada de
novo debaixo dos céus… nada poderemos fazer. Por isso precisamos do Espírito
Santo para podermos cumprir este programa. O Espírito Santo é que dá testemunho
ao nosso espírito de que somos filhos de Deus e Seus herdeiros. Ele é quem nos
guia para a Verdade plena. Ele, Espírito de Amor, realiza por meio de nós, as
mesmas obras de Jesus. Para cumprirmos o programa pastoral, é claro que
precisamos do Espírito Santo. Como filhos adotivos que somos de Deus, não nos
cansemos de O pedir ao Pai. Ele dá-O àqueles que lh’O pedem.
Beja, setembro de 2022
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