A astrologia é uma arte de adivinhar o futuro
através de alguns astros, é uma previsão que procura identificar uma relação
entre as suas posições e o destino dos seres humanos. Funciona na base da
sugestão, recorre ao misticismo oriental e reporta-se a práticas antiquíssimas,
algumas oriundas do antigo Egipto, e não tem algum rigor científico nos dados
em que trabalha. Há quem diga que é uma pseudociência, pois os astrólogos são também praticantes de
outras artes divinatórias.
A astronomia é uma ciência exacta a partir século XVI, do domínio da Física e da Matemática, aliado à observação através de
estudos e programas de investigação exaustivos, de experimentação, levada a
cabo por profissionais que se dedicam a estudar a origem, evolução, composição
e classificação de todos os corpos celestes.
Se durante séculos astrologia e ciência coabitaram
juntas, a partir de Copérnico, Galileu, Kepler e, mais tarde, Newton, a sua
separação foi inevitável e as distâncias que as separam hoje são
intransponíveis.
A astrologia não pode nem deve ser confundida com astronomia, a ciência que
verdadeiramente estuda os astros e seu funcionamento, tem características
completamente diferentes e será, de todo abusivo coloca-las ao mesmo nível.
Embora lhe chamem de filosofia, aqui a astrologia também
peca, pois a Filosofia tem por base a razão, o pensamento, sendo mais honesto
dizer que a astrologia recorre a conceitos e práticas místicas do oriente, onde
se interpenetram magia, religiões e algumas superstições, às quais também
apelidam de filosofia, mas não é o conceito que se usa no ocidente. A Filosofia
de origem grega, século V a.C., é radicalmente oposta, desde o seu nascimento, aos
mitos e a todas as influências e magias que colidem racionalmente com o
pensamento e a capacidade intelectiva do ser humano.
Quanto à religião é outra história, pois a astrologia
hoje está intimamente ligada aos movimentos da Nova Era ou “New Age” ,
o qual, segundo os ditos astrólogos preconizam o final dos tempos da Era dos
Peixes dominado pelo pensamento cristão, para dar origem a uma outra nova, a
Era do Aquário, recorrendo ambas, astrologia e Nova Era, a conceitos
pseudocientíficos e a toda uma miscelânea de religiões esotéricas, magias,
crenças pagãs e outras práticas pouco usadas no ocidente, mas adaptadas como
forma de grandes correntes e teorias convincentes.
Em relação ao cristianismo é bem claro que as
adivinhações, todos os recursos aos poderes ocultos e tentativas de adoração a
outros deuses, são condenadas porque são pagãs e são aproximações a outras
forças, por isso o Pai Nosso tem no seu fim: “não nos deixeis cair em tentação
e livrai-nos do mal,” deste mal, do maligno. Para alguma dúvida basta recorrer
ao Catecismo da Igreja Católica e ler os pontos 2116 e 2117, que são muito claros:
“A Astrologia é condenada pela doutrina católica porque é uma forma de
adivinhação que se presta a tentar usar poderes ocultos da natureza” e “Todas
as formas de adivinhação hão-de ser rejeitadas (…). A consulta aos horóscopos,
a astrologia, (…) escondem uma vontade de poder sobre o tempo, sobre a história
e, finalmente, sobre os homens, ao mesmo tempo que um desejo de ganhar para si
os poderes ocultos. Essas práticas contradizem a honra e o respeito que, unidos
ao amoroso temor, devemos exclusivamente a Deus”. O Catecismo enfatiza ainda
mais no parágrafo 2117: “mesmo que seja para proporcionar a saúde,
são gravemente contrárias à virtude da religião”.
Benjamim
M. Santos
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