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terça-feira, 4 de setembro de 2018

Astrologia, ciência, filosofia e religião

A astrologia é uma arte de adivinhar o futuro através de alguns astros, é uma previsão que procura identificar uma relação entre as suas posições e o destino dos seres humanos. Funciona na base da sugestão, recorre ao misticismo oriental e reporta-se a práticas antiquíssimas, algumas oriundas do antigo Egipto, e não tem algum rigor científico nos dados em que trabalha. Há quem diga que é uma pseudociência, pois os astrólogos são também praticantes de outras artes divinatórias.

A astronomia é uma ciência exacta a partir século XVI, do domínio da Física e da Matemática, aliado à observação através de estudos e programas de investigação exaustivos, de experimentação, levada a cabo por profissionais que se dedicam a estudar a origem, evolução, composição e classificação de todos os corpos celestes.

Se durante séculos astrologia e ciência coabitaram juntas, a partir de Copérnico, Galileu, Kepler e, mais tarde, Newton, a sua separação foi inevitável e as distâncias que as separam hoje são intransponíveis.

A astrologia não pode nem deve ser confundida com astronomia, a ciência que verdadeiramente estuda os astros e seu funcionamento, tem características completamente diferentes e será, de todo abusivo coloca-las ao mesmo nível.

Embora lhe chamem de filosofia, aqui a astrologia também peca, pois a Filosofia tem por base a razão, o pensamento, sendo mais honesto dizer que a astrologia recorre a conceitos e práticas místicas do oriente, onde se interpenetram magia, religiões e algumas superstições, às quais também apelidam de filosofia, mas não é o conceito que se usa no ocidente. A Filosofia de origem grega, século V a.C., é radicalmente oposta, desde o seu nascimento, aos mitos e a todas as influências e magias que colidem racionalmente com o pensamento e a capacidade intelectiva do ser humano.

Quanto à religião é outra história, pois a astrologia hoje está intimamente ligada aos movimentos da Nova Era ou “New Age” , o qual, segundo os ditos astrólogos preconizam o final dos tempos da Era dos Peixes dominado pelo pensamento cristão, para dar origem a uma outra nova, a Era do Aquário, recorrendo ambas, astrologia e Nova Era, a conceitos pseudocientíficos e a toda uma miscelânea de religiões esotéricas, magias, crenças pagãs e outras práticas pouco usadas no ocidente, mas adaptadas como forma de grandes correntes e teorias convincentes.

Em relação ao cristianismo é bem claro que as adivinhações, todos os recursos aos poderes ocultos e tentativas de adoração a outros deuses, são condenadas porque são pagãs e são aproximações a outras forças, por isso o Pai Nosso tem no seu fim: “não nos deixeis cair em tentação e livrai-nos do mal,” deste mal, do maligno. Para alguma dúvida basta recorrer ao Catecismo da Igreja Católica e ler os pontos 2116 e 2117, que são muito claros: “A Astrologia é condenada pela doutrina católica porque é uma forma de adivinhação que se presta a tentar usar poderes ocultos da natureza” e “Todas as formas de adivinhação hão-de ser rejeitadas (…). A consulta aos horóscopos, a astrologia, (…) escondem uma vontade de poder sobre o tempo, sobre a história e, finalmente, sobre os homens, ao mesmo tempo que um desejo de ganhar para si os poderes ocultos. Essas práticas contradizem a honra e o respeito que, unidos ao amoroso temor, devemos exclusivamente a Deus”. O Catecismo enfatiza ainda mais no parágrafo 2117: “mesmo que seja para proporcionar a  saúde, são gravemente contrárias à virtude da religião”.

Benjamim M. Santos



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