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sábado, 15 de setembro de 2018

Cristianismo e Maçonaria - Casamento ou Divórcio?


É histórico o confronto entre a franco-maçonaria e a Igreja Católica, pois desde o seu princípio houve vozes a discordar e a conciliar ambas, mas também, desde sempre, o Magistério da Igreja declarou, de forma peremptória, a impossibilidade da conciliação, posição que ainda mantém, não obstante ter havido alguns maçons que advogaram o contrário e outros que foram mais longe, tentando sintetizar os seus princípios básicos e traçar as directrizes duma “super-religião” não religiosa.

A Maçonaria defende a existência de um Grande Arquitecto do Universo ou G. A. D. U., o que não é para eles um Deus, antes é uma expressão equívoca, ambígua e tão vaga que pode adaptar-se a todos os gostos e pode ser compatível com uma visão ateia, agnóstica, ou luciferina.

O Grande Arquitecto do Universo refere-se a um princípio supremo indeterminado, que não tem qualquer semelhança com o Deus dos Católicos.

Quem adere à Maçonaria poderá aceitar de boa vontade que Jesus Cristo é um “grande iniciado”, mas nunca poderá acreditar que Ele é Deus, Criador e Redentor. Logo terá de interpretar o cristianismo à luz das regras maçónicas, o que desvirtua a essência da Fé católica consignada no Catecismo, nas Sagradas Escrituras e na Bíblia.

Se existem maçons que insistem continuamente na perfeita compatibilidade das duas obediências e há outros que a negam, o Magistério da Igreja afirma taxativamente a impossibilidade, sem excepção, de conciliar a dupla pertença.
A maçonaria foi proibida logo em 1738, pelo Papa Clemente XII com a bula In Eminenci . Treze anos mais tarde, o Papa Bento XIV promulgou a Encíclica Providas (18 de maio de 1751) na qual reiterava e confirmava as palavras da anterior. Em 1775, o Papa Pio VI publicou a Encíclica Inscrutabile, na qual adverte para os perigos da época, entre os quais inclui as “seitas heréticas “que oferecem uma visão dum Deus supérfluo e despreocupado da realidade, que não fez nenhuma revelação aos homens.

A 13 de setembro de 1821, o Papa Pio VII publicou a Encíclica Ecclesiam, na qual reafirmava as anteriores condenações contra a maçonaria e alertava para uma corrente que ganhava força em Itália, os carbonários, que tinham a principal função de propagar a indiferença em matéria religiosa.

Leão XIII, numa mensagem aos italianos (Custodi di quella Fede) em 1892, identificava assim os erros maçónicos: ”A tentativa satânica destes perseguidores foi de substituir o cristianismo pelo naturalismo, o culto da fé pelo culto da razão; a moralidade católica pela chamada moral autónoma; o progresso espiritual pelo progresso material”. E insistia:” Lembrai-vos que cristianismo e maçonismo são essencialmente irreconciliáveis, de modo que, unir-se a um, é divorciar-se do outro”. “Estes homens querem conciliar Cristo com Belial, a Igreja de Deus com um governo sem Deus”.

Leão XIII foi o último Papa a promulgar uma encíclica doutrinal contra a maçonaria e ao condenar o naturalismo. Na Humanun Genus mostra como esta escusa cristã face ao espírito da  maçonaria é parte integrante das grandes declarações de princípio realizadas pela Igreja, as quais não decaíram, nem foram desactualizadas com a passagem do tempo.

De facto estes princípios têm sido corroborados e mantido o mesmo parecer face a este tema, nem João XXIII, nem o Concilio Vaticano II alteraram nada em relação à posição da Igreja face ao fenómeno maçónico, antes pelo contrário, foram sendo reforçadas as posições dos papas anteriores

Assim foi e assim continua a ser, a Doutrina da Igreja não mudou e é aqui que reside o cerne da questão: a maçonaria tentou sempre desprestigiar o papado, propondo outra forma de compreender o cristianismo e os católicos que se deixaram seduzir por esta estratégia capciosa, esqueceram a autoridade que Jesus Cristo conferiu a Pedro para guiar a Sua Igreja.

A essência da maçonaria é o naturalismo, cujo princípio defende que a natureza e a razão humana são a fonte donde vem o conhecimento, enquanto a génese e a essência do cristianismo, emanam de Deus transcendente, autor da Revelação, Criador da humanidade, fonte de Amor que conduz o homem à vida sobrenatural.

Não aceitemos meias verdades, porque uma meia verdade é uma mentira forjada para induzir em erro, dividir e, se possível, desvirtuar e denegrir o Reino de Jesus Cristo presente na terra.

Gustavo de Almeida



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