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sábado, 7 de junho de 2014

Homilia do papa na Casa Santa Marta: para os sacerdotes, Jesus tem que ser o primeiro amor

Francisco recorda aos sacerdotes os aspectos mais importantes da sua relação com Cristo


Cidade do Vaticano, 06 de Junho de 2014 (Zenit.org)


Os sacerdotes, mais do que estudiosos, são pastores; não podem nunca se esquecer de Cristo, seu "primeiro amor", e devem permanecer sempre do seu lado. Foi o que o Santo Padre afirmou na homilia desta manhã, na capela da Casa Santa Marta.

“Como está hoje o meu primeiro amor? Estou enamorado como no primeiro dia? Estou feliz contigo ou te ignoro? São perguntas que temos que fazer com frequência”, disse o papa. “E não só os cônjuges: também os sacerdotes, diante de Jesus. Porque Ele pergunta isso todos os dias, como perguntou a Pedro: ‘Simão, filho de João, tu me amas?’”.

Na homilia, o papa fez referência a esse diálogo do evangelho em que Cristo pergunta três vezes ao primeiro dos apóstolos se ele o ama. Francisco convidou os bispos e sacerdotes a se perguntarem se continuam enamorados de Jesus como “no primeiro dia” ou se “o trabalho e as preocupações me fazem olhar para outras coisas e esquecer um pouco o amor”. E advertiu: “Os cônjuges brigam! E isso é normal. Mas, quando não há amor, não se briga: se rompe”.

Por isso, Francisco os convidou a nunca se esquecerem do primeiro amor e mencionou alguns aspectos a ser levados em conta na relação de diálogo entre um sacerdote e Jesus. Ser, acima de tudo, um pastor, como Jesus pediu a Pedro: "Apascenta as minhas ovelhas". O resto, afirma o papa, vem depois: ser pastor é mais importante do que o estudo, que o desejo de se tornar “um intelectual da filosofia, da teologia ou da patrologia”.

"Apascenta. Com a teologia, com a filosofia, com a patrologia, com aquilo que estudas, mas apascenta. Sê pastor. Porque nosso Senhor nos chamou para isto. E as mãos do bispo sobre a nossa cabeça são para sermos pastores", exortou. E perguntou: "Sou pastor ou sou um empregado dessa ONG que eu chamo de Igreja"?.

Francisco advertiu que não existe nem "glória" nem "majestade" para o pastor consagrado a Jesus. "Não, irmão. Vais terminar da forma mais comum e, muitas vezes, mais humilhante: na cama, com alguém te dando de comer, tendo que te vestir... Inútil, doente...". Porque o nosso destino é "terminar como Ele terminou", recordou o pontífice. Morrendo "como a semente de trigo, que assim dará fruto. Fruto que eu não verei".

A "palavra mais forte" com que Jesus termina a sua conversa com Pedro é "segue-me", disse o papa, explicando: "Se nós perdemos a orientação e não sabemos como responder sobre o amor, também não sabemos como responder sobre ser pastores, não sabemos como responder e não temos certeza de que nosso Senhor não vai nos deixar sozinhos nos momentos mais difíceis da vida, na doença. Ele diz: 'Segue-me'. E esta é a nossa certeza. Nas pegadas de Jesus. Neste caminho. 'Segue-me'".

Ao terminar a homilia, o Santo Padre pediu de Deus a graça para os sacerdotes e bispos encontrarem sempre ou se lembrarem sempre do primeiro amor, de ser pastores, de não ter vergonha de acabar humilhados no leito de morte ou de perder a cabeça por Cristo. “E que Deus nos dê sempre a graça de seguir Jesus, as pegadas de Jesus: a graça de segui-lo”.

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