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sexta-feira, 13 de junho de 2014

Homilia na Casa Santa Marta: Jesus pede-nos para entrar em acordo para acabar com os ódios

Na homilia desta quinta-feira, o Santo Padre recorda as indicações de Jesus para o amor fraterno


Cidade do Vaticano, 12 de Junho de 2014 (Zenit.org)


Jesus nos ensina três critérios para superar os conflitos entre nós: realismo, coerência e filiação. Foi o que o papa Francisco explicou na missa desta manhã na Casa Santa Marta, numa homilia focada no amor fraterno que Jesus ensinou aos seus discípulos.

"Como deve ser o amor entre nós, segundo Jesus?". Esta pergunta serviu de guia na homilia de hoje. Jesus, observou o papa, nos diz que devemos amar o próximo, mas não como os fariseus, que não eram coerentes e que "matizavam demais as ideias, porque eram ideólogos". Francisco indicou que a atitude dos fariseus "não era de amor", mas de "indiferença pelo próximo". E explicou, então, os três critérios que Jesus nos deu.

"Primeiro, um critério de realismo: de sadio realismo. Se você tem algo contra alguém e não consegue solucionar isso definitivamente, tente alguma solução; é necessário, pelo menos, fazer um acordo com o adversário. Não é o ideal, mas o acordo é uma coisa boa. É realismo", afirmou.

A este propósito, o pontífice indicou que também há quem pense que "o esforço de fazer um acordo" é "vulgar demais". Para salvar muitas cosas, "precisamos chegar a um acordo. Um dá um passo, o outro dá outro e pelo menos há paz: uma paz muito provisória, mas é a paz do acordo", reiterou o papa. Jesus "também fala disto. Da capacidade de fazer acordos entre nós e superar a justiça dos fariseus, dos doutores da lei, daquela gente". Há muitas situações humanas a resolver e, "enquanto estamos caminhando, fazemos um acordo", para assim "parar o ódio e a luta entre nós".

O segundo critério indicado pelo papa é "o critério da verdade". A este respeito, o Santo Padre advertiu que "falar mal do outro é matar, porque a raiz dessas atitudes é o mesmo ódio". "Você mata de outra maneira: com os mexericos, com as calúnias, com a difamação".

"Hoje pensamos que não matar o irmão significa não assassiná-lo, mas não é só isso: não matar é também não insultar. O insulto nasce da mesma raiz do crime: o ódio. Se você não tem ódio, não vai matar o seu inimigo, nem insultar o seu irmão. Mas insultar é um costume muito comum entre nós. Existe gente que, para expressar o seu ódio contra outra pessoa, tem uma capacidade de fazer germinar as ‘flores dos insultos’. Impressionante, mesmo! E isso faz mal. Gritar. Insultar... Não, sejamos realistas. Com o critério do realismo, o critério da coerência. Não matar, não insultar".

O terceiro e último critério mencionado pelo bispo de Roma na homilia de hoje é o "da filiação".

"Se nós não devemos matar o irmão é porque ele é irmão, ou seja, porque temos o mesmo Pai. Eu não posso ir até o Pai se não estou em paz com o meu irmão", disse Francisco. "Pelo menos [posso fazer] um acordo" com meu irmão.
Para encerrar, o pontífice reiterou: "Não falar com o Pai sem estar em paz com o irmão. Três critérios: um critério de realismo, um critério de coerência, ou seja, não matar nem insultar, porque quem insulta mata, assassina; e um critério de filiação: não podemos falar com o Pai se não podemos falar com o irmão. E isto é superar a justiça dos escribas e dos fariseus. Este planeamento não é fácil, não é? Mas é caminhando que Jesus nos mostra como seguir em frente".

Francisco nos fez o convite, ao finalizar a homilia, para pedir a nosso Senhor a graça de seguir adiante em paz entre nós, mesmo que seja “mediante acordos”, mas sempre com coerência e com espírito de filiação.

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