Uma longa marcha, ontem, em Washington, para enfatizar a importância do casamento e da família natural. O arcebispo de São Francisco: "Nenhuma lei pode alterar a natureza"
Roma, 20 de Junho de 2014 (Zenit.org) Federico Cenci
Nem mesmo o calor escaldante e as nuvens carregadas de chuva
são uma ameaça capaz de deter as muitas pessoas que, nos Estados
Unidos, estão lutando para defender a família tradicional. Testemunho
nesse sentido foi ontem, 19 de Junho, a longa procissão que na Capitol
Hill, a colina de Washington onde surge uma das duas casas do Congresso,
manifestou a convicção de que "toda criança precisa de uma mãe e de um
pai".
Convicção escrita no coração e nas ideias dos milhares de
participantes da segunda Marcha para o Matrimónio de ontem, bem como da
extensa "minoria silenciosa" do País norte-americano. Uma minoria que se
expressou claramente em várias ocasiões, por exemplo, em Novembro de
2008, na Califórnia, quando o 52,8% dos eleitores aprovaram uma proposta
que acrescentava à Constituição da Califórnia a definição de matrimónio
como união entre homem e mulher.
A vontade do povo de nada valeu. O Supremo Tribunal Federal, de fato,
como resultado de uma acção movida por um casal homossexual contra o
Governador da Califórnia, que lhe havia negado a possibilidade de se
casar, sancionou o reconhecimento das uniões entre pessoas do mesmo
sexo. Uma sentença que deixou sinais profundos na sensibilidade
democrática do povo americano. Não é casual que a primeira edição da
Marcha para o Matrimónio tenha acontecido no dia 26 de Março de 2013,
justamente no dia em que as togas estavam expressando-se sobre a questão
do casal homossexual da Califórnia.
"Nós nunca aceitaremos decisões que redefinam algo evidentemente
óbvio como o fato de que é preciso um homem e uma mulher para se fazer
um matrimônio”, disse ontem Brian Brown, presidente do National
Organization for Marriage. “Isso é só o começo - continuou, dirigindo o
próprio olhar para o Congresso – estaremos aqui todos os anos para lutar
pela verdade”.
Essa luta, aludida pelo presidente da organização, têm que lidar com
um grande sector da política americana que promove uma interpretação
original do conceito de matrimónio. O presidente Obama não deixou de
elogiar publicamente a decisão da Corte Suprema de Março de 2013,
chamando-a de "um passo histórico para a igualdade nos matrimónios".
São de opiniões diferentes, no entanto, Mike Huckabee, ex-governador
republicano do Arkansas, e Rick Santorum, ex-senador da Pensilvânia, que
concorreu para a nomeação republicana à presidência em 2012. Em seu
discurso na marcha ontem, Huckabee lembrou os momentos em que ainda não
tinham surgido ideologias radicais capazes de minar princípios, em um
tempo, compartilhados transversalmente.
"Tem havido um passado onde liberais e conservadores, na América,
estavam de acordo sobre o fato de que o matrimónio é fundamental para a
estrutura, a longevidade e a estabilidade da sociedade", disse Huckabee.
Depois explicou que "alguns de nós não renunciamos a tal noção” e que
“existem muitas formas diferentes de governo, mas se os fundamentos
colapsam, desmorona-se tudo ao seu redor”. E a família “representa este
fundamento”, muitas vezes prejudicado por um conceito errado de matrimónio, de acordo com o católico Santorum.
De fato, o ex-senador explicou como a definição de matrimónio, como
"ideia romântica" seja um erro, porque abre o caminho para todo tipo de
união. Em vez disso, afirmou, o matrimónio é “uma relação única entre um
homem e uma mulher com o objectivo de ter e criar filhos e formar,
assim, uma família”. Esta união é a única – disse Santorum tomando
emprestado o slogan da Marcha – que pode garantir às crianças o direito
de “ter uma mãe e um pai e uma vida estável” dentro de um definido
núcleo familiar.
O Estado do qual era senador Santorum, a Pensilvânia, tornou-se em
maio, o 19° Estado onde os juízes derrubaram a proibição de matrimónios
homossexuais, facilitando, assim, o caminho para o governo federal
reconhecer esta forma de união. Sam Roher, presidente de uma rede de
pastores da Pensilvânia, admitiu que a questão "não foi resolvida
ainda", porque o Supremo Tribunal Federal a está investigando. No
entanto, ressaltou: "O Tribunal não é a máxima autoridade, mas sim
Deus".
A marcha foi apoiada pela Conferência Episcopal da América do Norte.
Presente entre os manifestantes, o Arcebispo de São Francisco, Mons.
Salvatore J. Cordileone, e o Bispo de Buffalo (NY), Mons. Richard J.
Malone. Apaixonado o discurso de Mons. Cordileone, que disse: "Sim, nós
temos que mostrar amor. O amor é a resposta. Mas o amor na verdade. E a
verdade é que cada criança vem de uma mãe e de um pai, e,
deliberadamente, privar uma criança de conhecer e de ser amada por sua
mãe e seu pai é uma injustiça real e verdadeira". "Esta é a nossa
própria natureza; - Disse o arcebispo - nenhuma lei pode mudar isso".
(Trad.TS)
(20 de Junho de 2014) © Innovative Media Inc.
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