Provavelmente cancelada a manifestação silenciosa dos cristãos da província de Wenzhou, prevista hoje, contra a campanha de demolição dos lugares de culto e remoção de crucifixos
Roma, 24 de Junho de 2014 (Zenit.org)
Provavelmente será anulada a grande manifestação de protesto
dos cristãos da província meridional do Zhejiang, na China, contra a
campanha de demolição das igrejas e de remoção de cruzes dos locais de
culto. A causa: a pressão da polícia local a vários líderes cristãos da
região.
Um deles – disse a agência Asia News – narrou, de facto, que as
forças policiais ligaram para vários pastores protestantes com o fim de
adverti-los “a não se juntarem” ao protesto silencioso em frente aos
departamentos do governo da província de Piangyang, no município de
Wenzhou, onde se encontra a maior concentração de cristãos de todo o
país.
Também uma outra fonte não identificada disse ao jornal South China
Morning Post que havia recebido um telefonema da delegacia de polícia de
Pingyang: "Perguntaram-me se eu era o organizador do protesto marcado
para hoje - diz - e ‘explicaram-me’ que esta manifestação nos trará
muitos problemas, porque é ilegal”. Os agentes telefonaram também a
outros pastores, para “advertir-los” também.
Antes dessas chamadas, os representantes de todas as 135 igrejas
cristãs de Pingyang tinham confirmado a presença na manifestação. Todos –
explica Asia News – são membros do Movimento das Três autonomias e do
Conselho cristão da China, órgão do governo nascido para o controle da
comunidade cristã.
Desde Janeiro de 2014, a campanha "Três ajustes e uma demolição",
lançada pelo governo resultou na demolição de cerca de 360 cruzes ou
edifícios cristãos e na demolição de uma igreja. De acordo com os
cristãos locais, a campanha é um exemplo claro de perseguição religiosa;
para o governo local, a iniciativa "é dirigida contra construções
ilegais, não apenas contra as igrejas".
"Enviamos várias vezes alguns representantes para tentarem negociar
com as autoridades - diz outro líder cristão - perguntando-lhes quais
regras as nossas igrejas violaram e colocando-nos a disposição para
corrigir os erros. Mas, todas as nossas solicitações colidiram com um
muro de silêncio”.
Enquanto a comunidade cristã diz-se, portanto, pronta para continuar a
proteger as cruzes, fontes próximas ao governo municipal anunciam que
um líder provincial vai visitar a área no dia 28 de Junho para monitorizar
a situação das cruzes que violam os regulamentos.
"Eis porquê o governo e a polícia nos controlam tão de perto - disse o
representante religioso -, mas estamos empenhados em proteger as nossas
cruzes. As tiraremos nas nossas igrejas enquanto o Partido iça a
bandeira comunista nos seus edifícios”. Trad.TS
(24 de Junho de 2014) © Innovative Media Inc.
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