Francisco nos convidou a "ficar próximos dos refugiados, compartilhando os seus medos e incertezas e aliviando os seus sofrimentos"
Cidade do Vaticano, 18 de Junho de 2014 (Zenit.org) Rocio Lancho García
Mais uma quarta-feira em que o Santo Padre passou a manhã na
Praça de São Pedro rodeado de fiéis e peregrinos de todas as partes do
mundo. Bandeiras ondulavam enquanto a multidão saudava com energia a
passagem do pontífice, a bordo do papa-móvel descoberto. Francisco
abençoou e beijou as crianças e até autografou um livro que alguém lhe
estendeu. Antes de sair para a praça, ele tinha passado alguns minutos
na Sala Paulo VI, onde saudou outro grupo de peregrinos.
O papa recordou que, neste próximo 20 de Junho, será celebrada a
Jornada Mundial do Refugiado, dedicada pela comunidade internacional às
pessoas que são obrigadas a deixar a própria terra para fugir de
conflitos e perseguições. "O número desses irmãos refugiados está
crescendo e, nos últimos dias, outras milhares de pessoas foram
obrigadas a deixar as suas casas para se salvar", observou o pontífice,
destacando que “milhões de famílias refugiadas em muitos países e de
diversas fés religiosas vivem dramas e feridas que dificilmente poderão
ser sanadas”.
Por isso, o Santo Padre nos convidou a "ficar próximos deles,
compartilhando os seus medos e a sua incerteza diante do futuro e
aliviando concretamente os seus sofrimentos". O papa pediu também que
"nosso Senhor apoie as pessoas e as instituições que trabalham com
generosidade para assegurar aos refugiados acolhimento e dignidade, além
de lhes dar motivos de esperança".
"Lembremos que Jesus foi um refugiado: Ele teve que fugir para salvar
a vida. Com São José e Maria, Ele teve que ir para o Egipto. Ele foi um
refugiado", recordou o papa, incentivando-nos ainda a orar por
intercessão de Nossa Senhora, que "conhece as dores dos refugiados".
Francisco rezou então uma ave-maria com todos os fiéis presentes.
Passadas as chuvas e temporais que caíram sobre Roma nos últimos
dias, o sol surgiu timidamente na manhã de hoje para os peregrinos
desfrutarem do encontro com o pontífice.
Na semana passada, Francisco encerrou a série de catequeses sobre os
dons do Espírito Santo e hoje começou uma nova série. No resumo final,
ele disse:
“Queridos irmãos e irmãs: hoje começo uma série de catequeses sobre a
Igreja. É como um filho que fala da sua mãe, da sua família, porque a
Igreja não é uma ONG nem deve se restringir ao clero e ao Vaticano. A
Igreja somos todos nós. A Igreja é uma realidade muito ampla, aberta a
toda a humanidade e com uma história muito antiga. Foi fundada por
Cristo, mas as suas raízes estão no Antigo Testamento. Quero indicar
três pontos sobre esta história. O primeiro ponto que chama a atenção é
que, no início, Deus não chamou Abraão sozinho, como indivíduo isolado,
mas acolheu também a sua casa, a sua família, os seus servos. Ele quis
formar um povo, que levasse a sua bênção para toda a terra. Segundo: não
é Abraão quem convoca esse povo; não é uma obra humana para a qual se
pede a bênção de Deus: é Deus quem toma a iniciativa. Seu amor é a chave
de tudo. O terceiro ponto nos faz entender que, apesar de começarmos a
caminhar, como Abraão, nós muitas vezes resistimos. É a história da
fidelidade de Deus e da infidelidade do povo. É a paciência de Deus, que
não se cansa de nos educar, como filhos; que não se cansa das pessoas. O
fato de nos reconhecermos pecadores nos permite acolher a sua
misericórdia; isto faz a Igreja crescer; não os nossos méritos, mas a
experiência quotidiana do amor de Deus”.
No final da audiência, o pontífice saudou "cordialmente os peregrinos
dos países latino-americanos" e convidou a todos a pedirem de Deus a
graça da fidelidade à sua Palavra e da docilidade para levar a sua
bênção e o seu amor a toda a Terra.
Depois dos cumprimentos em diversos idiomas, o papa saudou em
especial os jovens, os doentes e os recém-casados. Ao recordar que
estamos na véspera de Corpus Christi, o pontífice pediu: "Queridos
jovens, que a Eucaristia seja o alimento principal da nossa fé; queridos
enfermos, não se cansem de adorar nosso Senhor também na provação; e,
queridos recém-casados, aprendam a amar com base no exemplo daquele que,
por amor, se fez vítima pela nossa salvação".
(18 de Junho de 2014) © Innovative Media Inc.
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