Debate sobre o presente e futuro dos meios de comunicação católicos, na conferência Peregrinos no Cyberspace
Roma, 13 de Junho de 2014 (Zenit.org) Massimo Nardi
Um título sugestivo, ‘Peregrinos no Cyberspace’, três dias
de encontro (de 12 a 14 de Junho), em um belo resort na costa do
Adriático (Grottammare, na província de Ascoli Piceno). Esta é a
"moldura" do primeiro encontro de jornalistas católicos de mídia
impressa e web que reúne profissionais do sector para um confronto que
visa o desenvolvimento de percursos comuns.
O encontro foi organizado pelo Jornal Diocesano L´Ancora, pela
Federação Italiana de Imprensa Católica, pelo SIR- Serviço Italiano
Religioso, pela agência internacional ZENIT, e pela Ordem de Jornalistas
de Marche.
O primeiro dia da Conferência, que terminou ontem à noite, foi aberta
por uma conferência de imprensa, realizada no salão da prefeitura de
Grottammare, com a participação do Prefeito Enrico Piergallini, na
presença de alguns organizadores do evento, que explicaram a finalidade e
o desejo de realizar um encontro anual da imprensa católica: Simone
Incicco, editor-chefe do Jornal L´Ancora; Antonio Gaspari, director de
ZENIT; Francesco Zanotti, presidente dos Jornais Católicos; o embaixador
russo junto à ONU, Alexey Komov, que teve como tradutor, Antonio
Brandi, presidente da organização sem fins lucrativos ProVita.
Estiveram presentes os dois patrocinadores que permitiram a
realização do evento: a agência de viagens GoAsia "Eu viajo com Deus" e a
editora Shalom.
A abertura do evento à tarde foi confiada a Dom Carlo Bresciani,
Bispo de San Benedetto del Tronto. "É importante que os jornais
católicos encontrem uma maneira de trabalhar juntos para contar a
história quotidiana em que Deus está sempre presente", disse o bispo. "A
evolução no âmbito informacional é rápida - disse o prelado - somos
invadidos por uma massa de dados que é difícil de ler. Serve uma
mediação para a compreensão sapiencial: uma tarefa da qual não podemos
escapar, mesmo que para se opor à atitude generalizada de fatalismo
diante dos acontecimentos negativos da vida”.
Peter Pompei, director do L´Ancora, ilustrou a difícil transição do
impresso para o on-line, na esperança da coexistência de ambas as formas
de comunicação.
"O risco é que o cyberspace nos afaste da realidade", alertou o
prefeito Piergallini: "Não podemos ser vítimas das estruturas dominantes
de comunicação: nomeações, desfiles e assim por diante."
Ludovico Scortichini, proprietário da GoAsia, apresentou uma
experiência interessante, que para provoca a emoção da fé nos turistas
agnósticos através de uma viagem à Terra Santa. Experiência que deu
certo.
Alvaro Mascioni, editor da Shalom, incentivou o desenvolvimento do
uso da Internet, porque é a única maneira de se comunicar com os jovens.
Francesco Zanotti destacou que o objectivo do encontro é descobrir
como ajustar funcionalmente diferentes meios de comunicação social.
Antonio Gaspari apontou com clareza o tema central da conferência:
não é uma escolha entre web e media impressa, como alguns acreditam, mas
para entender como para amplificar a mensagem da comunicação católica
"levando o nosso testemunho como a parte boa da web".
Antonio Brandi, na apresentação do embaixador Komov, que também é
presidente do Congresso Mundial de Famílias e representante do
Patriarcado de Moscovo, denunciou o ataque ao conceito de família, que
desvirtua, do ponto de vista antropológico, o que era o coração da
sociedade humana por mais de mil anos. O embaixador desenvolveu este
tema, fazendo especial referência ao seu país e às informações
distorcidas que são transmitidas na media ocidental. Partindo de uma
premissa: na Rússia, depois de setenta anos de nefasto comunismo ateu,
está passando por uma forte recuperação da espiritualidade.
O último palestrante, que encerrou o primeiro dia, foi Dario
Gattafoni, presidente da Associação de Jornalistas de Marche, que
desenvolveu o tema da ética na rede. Moderadora de encontro: Marilisa
Della Monica, do jornal L´amico de Popolo, de Agrigento.
Gattafoni concentrou-se em um conceito essencial: a deontologia do
jornalista na busca da verdade e na verificação das fontes é - e deve
ser - exactamente a mesma. Seja na media impressa ou na web. O problema,
acrescentou, é que a inovação legislativa está atrasada, e ainda hoje
não existem leis especificas destinadas a regulamentar, na sua
especificidade, esta questão. Vamos adiante com decisões
interpretativas do judiciário para decidir sobre casos específicos. O
risco - concluiu Gattafoni – é que se aplique para a web o mesmo prazo
legislativo de 20 anos que vimos na transição do monopólio RAI, no
advento da televisão comercial.
(Trad.:MEM)
(13 de Junho de 2014) © Innovative Media Inc.
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