Comunicado da FIAMC sobre o anteprojecto espanhol de Lei Orgânica de Protecção dos Direitos do Concebido e da Mulher Grávida
Roma, 25 de Junho de 2014 (Zenit.org)
A Federação Internacional de Associações de Médicos
Católicos (FIAMC) é contrária à mudança da reforma da lei que limita o
aborto, "por considerá-la um passo atrás em comparação com a reforma
inicial anunciada pelo ministro da Justiça". Por este motivo, os médicos
lançaram um comunicado em que expressam uma série de razões para o seu
desacordo quanto ao novo anúncio.
Eles explicam, em primeiro lugar, que a Lei Orgânica espanhola de Protecção dos Direitos do Concebido e da Mulher Grávida, tal como
anunciada em Dezembro do ano passado, "implica uma melhora quanto à lei
de 2010, porque volta a considerar o aborto como um delito e retira a
sua consideração como direito". Mas "a malformação do feto não pode ser
considerada como uma premissa válida para se abortar, porque significa
um grave atentado contra as pessoas com deficiências".
A FIAMC aborda ainda a problemática das pressões mercantilistas e
ideológicas em favor do aborto e afirma que "foi transferida para a
população a ‘necessidade’ do aborto, mas esta ‘necessidade’ não existe,
como se verifica em vários países onde o aborto é proibido ou muito
restrito".
Os médicos católicos afirmam que "o aborto pode ter graves
consequências psicológicas para a mãe". Segundo vários estudos,
"observa-se em muitas mulheres que abortaram um estado depressivo e
desordens psicológicas diversas", o que é conhecido como “síndrome
pós-aborto”. Eles advertem que, embora estes efeitos prejudiciais para a
saúde psíquica da mãe não sejam levados em consideração, "eles podem
chegar a ser muito traumáticos".
O comunicado indica que em países como a Espanha, com boa assistência
obstétrica, "a proibição do aborto não elevaria a mortalidade materna,
como às vezes se alega, mas sim ajudaria muitas mulheres a escolherem
outras vias de solução para o ‘problema’ de uma gravidez não desejada". A
gravidez indesejada, na Espanha, "está muito ligada à incultura da
contracepção e da regulação natural da fertilidade", complementam.
Por fim, os médicos da FIAMC reasseguram, com base na própria
experiência internacional científica e assistencial durante 60 anos, a
tese da não necessidade de uma lei do aborto.
A FIAMC é a Federação Internacional de Associações de Médicos
Católicos, nascida do Secretariado Internacional das Sociedades
Nacionais de Médicos Católicos, criada em 1966 e formada por cerca de
oitenta associações médicas profissionais dos cinco continentes.
(25 de Junho de 2014) © Innovative Media Inc.
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