Coral da Capela Sistina cantou em Roma durante evento em parceria com o Centro Astaldi
Roma, 16 de Junho de 2014 (Zenit.org) Sergio Mora
O coral da Capela Musical Pontifícia Sistina fez neste
domingo à noite, 15 de Junho, um concerto em homenagem à canonização de
São João XXIII e São João Paulo II, na igreja de San Lorenzo in Lucina,
no centro de Roma.
O evento, intitulado “Cantate Domino canticum novum”, apresentou
uma variedade de peças musicais, começando pelo gregoriano, passando por
diversos polifónicos, como o “Gloria” de Lorenzo Perosi e o “Angelus
Domini” de Palestrina, e terminou com um motete do século XVI, de
Christopher Tye.
Este último canto foi acrescentado após as apresentações conjuntas em
Londres e Roma com dois corais britânicos, um católico e o outro
anglicano, em mais um encontro que promoveu o diálogo ecuménico.
O Coral da Capela Sistina participa de celebrações litúrgicas do sumo
pontífice. Milenar, foi reorganizado no século VI por Gregório Magno e
depois por Bonifácio VIII e Sisto IV. Entre os organizadores do momento
de espiritualidade deste domingo estava o Centro Astaldi, que acolhe
imigrantes na Itália, e seu presidente, o sacerdote jesuíta Giovanni La
Manna.
Entrevistado por ZENIT, o padre La Manna afirmou que “o concerto é um
momento para destacar a canonização de dois papas que foram testemunhas
e que nos ajudam a manter a esperança e o olhar voltados para o alto”.
O centro Astaldi, contou La Manna, está preparando um novo encontro
para o mês de Agosto, “para nos ajudar a reconhecer nos refugiados, como
nos pede o papa Francisco, a carne de Cristo”. É “uma oportunidade para
darmos vida ao senso de comunidade, porque é a comunidade quem acolhe,
não as pessoas individualmente”.
“Vivemos num momento em que os desembarques [de imigrantes
clandestinos] acontecem um atrás do outro [na costa italiana]. Continua
morrendo muita gente no Mar Mediterrâneo apesar da operação de resgate
Mare Nostrum. A Europa da qual fazemos parte deveria reagir rapidamente,
com dignidade e com justiça, para criar canais humanitários seguros,
que permitam distribuir os prófugos no território europeu, porque, sem
isso, eles correm o risco de ser abandonados à morte no mar ou de ser
explorados pelos traficantes de pessoas”.
La Manna recordou que o papa Francisco, nesta mesma tarde, durante a
visita que fez à igreja de Santa Maria in Trastevere a convite da
Comunidade de Santo Egídio, indicou a necessidade de “voltar às raízes
cristãs” e afirmou que “a Europa não é idosa, mas está cansada, porque
perdeu de vista as suas raízes e tem que ser ajudada a recuperá-las”.
O jesuíta recordou ainda que “o papa, como uma testemunha credível e
autêntica, desperta e convida a sua Igreja a ser capaz de maravilhar, de
surpreender, nos convida a ser inquietos. Ele está nos dando muita
energia e esperança, porque nos ajuda a crer que, ao transformar a nossa
vida, podemos transformar este mundo, que, do jeito que vai, não tem
como nos agradar”.
Quanto ao motete britânico de Christopher Tye, interpretado pelo
coral da Sistina, o director do coral do Teatro de Roma, Roberto
Gabbiani, disse a ZENIT: “Eu apreciei muito a apresentação. Foi
executada com uma grande delicadeza, com um estilo muito diferente do
espírito palestriniano. E o maestro Palombela conseguiu ressaltar muito
bem essa delicadeza refinada do renascimento inglês”.
O director do coral da Capela Sistina, dom Massimo Palombela, elogiou o
ali presente maestro decano dos corais pontifícios de Roma, Paolo
Colino, “que, com seus 80 anos, acaba de fazer um esplêndido concerto em
que demonstrou profundo conhecimento dos estudos semiológicos e de tudo
o que a polifonia conquistou com esforço desde 1900 até hoje”.
Participaram do evento outras iniciativas de solidariedade. Os fundos
levantados serão dados a obras como o refeitório do Centro Astalli para
refugiados.
(16 de Junho de 2014) © Innovative Media Inc.
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