A mulher condenada à morte no Sudão, no corredor da morte, juntamente com seu filho recém-nascido, recebe constantes solicitações para se converter ao Islão, único caminho para que seja colocada em liberdade
Roma, 12 de Junho de 2014 (Zenit.org)
Mariam Ibrahim, a mulher sudanesa condenada à morte por
apostasia, ainda se recusa a negar sua fé cristã, apesar das fortíssimas
pressões para que se converta ao Islamismo. A notícia foi dada pela
Organização Ajuda a Igreja que Sofre, por meio de um comunicado nas
últimas horas.
"Há muitas pessoas que estão tentando convencer Mariam de abandonar
o Cristianismo, para que possa ser libertada, mas ela está rejeitando a
proposta", diz a Arquidiocese de Khartoum, no Sudão do Norte, a qual
também relata que a perseverança de Mariam resiste até mesmo às
"súplicas" de tantas pessoas que lhe pedem para renunciar a sua fé para
salvar a própria vida.
Padre Mussa Kacho, vigário episcopal da região de Khartum, divulgou
ontem, 11 de Junho, um comunicado para pedir à media que corrija as
"imprecisões" escritas sobre o assunto nos últimos dias e para clamar às
autoridades uma solução do caso.
"A Sra. Mariam ainda está na prisão, em Omdurman, no corredor da
morte, amamentando seu filho e acorrentada. O seu caso está actualmente
no tribunal de apelações. Ninguém sabe quando o Tribunal de Recurso se
pronunciará sobre isso", disse ele.
Segundo as autoridades, explica ainda o padre Kacho, “Mariam pode ser
libertada somente com a condição de que ela renuncie ao cristianismo,
se divorcie do marido Daniel e abrace o Islão". A única maneira de salvar
o casamento, acrescenta o sacerdote, é que, uma vez divorciado, também o
seu actual marido renuncie ao cristianismo e se converta ao islamismo e
case de novo com Mariam no rito islâmico.
O casal celebrou as bodas em uma igreja católica no dia 19 de
dezembro de 2011. Daniel Bicensio Wani, seu marido, sempre foi católico,
enquanto Mariam Ibrahim se converteu da Igreja Ortodoxa Etíope ao
catolicismo pouco depois do casamento. O padre de Mariam era muçulmano,
enquanto que sua mãe tinha herdado a fé cristã ortodoxa. A declaração
emitida pela Arquidiocese de Khartoum afirma que Mariam nunca foi uma
muçulmana na sua vida, e é por isso que nunca renunciou ao Islão.
A Arquidiocese de Khartoum solicita, portanto, ao tribunal, uma
revisão do caso, “levando-o a uma solução razoável". (F. C. /Trad.TS)
(12 de Junho de 2014) © Innovative Media Inc.
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