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sexta-feira, 13 de junho de 2014

Iraque: os cristãos fogem de Mossul depois do ataque de extremistas

Arcebispo caldeu declara à organização Ajuda à Igreja que Sofre que nunca vimos nada como isto: uma grande cidade refém do caos por causa dos grupos que a atacaram


Cidade do Vaticano, 12 de Junho de 2014 (Zenit.org)


A cidade iraquiana de Mossul se encontra em situação dramática desde o recente ataque apoiado provavelmente pelo grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIS, na sigla em inglês). O arcebispo caldeu dom Amel Shimon Nona manifestou à organização Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) a sua preocupação com a situação.

O arcebispo explica que os confrontos começaram na quinta-feira, 5 de Junho, mas se limitaram inicialmente a certas áreas da parte ocidental da cidade. "Mais da metade dos habitantes e toda a comunidade cristã fugiram imediatamente para a planície vizinha de Nínive".

"Até as 5 da manhã desta terça-feira estivemos recebendo famílias em fuga e tentando encontrar alojamento para elas nas escolas, nas salas de catequese, em casas abandonadas”. O prelado está agora em Talkif, povoado a três quilómetros ao norte de Mossul.

Acredita-se que o ataque é obra do grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIS), organização terrorista vinculada à Al-Qaeda e conhecida por cometer brutais ataques contra os cristãos na Síria, explica a AIS.

O arcebispo acredita, porém, que também podem estar envolvidas outras formações. “Não sabemos ainda de que grupo se trata. Alguns falam do ISIS, outros que são elementos de várias facções. Temos que esperar para ter uma compreensão melhor da situação real. O que é verdade é que são extremistas, muitos já os viram patrulhando as ruas”.

Há notícias que indicam que o ISIS atacou quatro igrejas e um mosteiro. “Recebemos ameaças porque agora todos os fiéis fugiram da cidade. Eu me pergunto se algum dia vamos conseguir voltar para lá”, prossegue o arcebispo.

Em 2003, a comunidade cristã de Mossul tinha 35.000 fiéis. Nos onze anos seguintes ao começo da guerra, o número caiu tragicamente para cerca de 3.000. "Agora, é provável que não tenha sobrado ninguém", declara dom Nona.
"Continuamos orando para que o nosso país possa finalmente encontrar a paz (...) Não é fácil depois de tantos anos de sofrimento, mas nós, cristãos iraquianos, estamos firmes em nossa fé e temos que manter a esperança, mesmo na perseguição. É um grande desafio, especialmente depois do que aconteceu nestes dias".

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