Farida Belghoul, radical anti- racismo dos anos 80, actualmente na luta contra a doutrinação da ideologia de género nas escolas francesas
Roma, 05 de Junho de 2014 (Zenit.org) Federico Cenci
Existe um fio condutor no compromisso social de Farida
Belghoul. Na década de 80 ia para as ruas como líder da "beur
movimento", formado por multidões de jovens norte-africanos que pediam
integração na sociedade francesa. Hoje, depois de quase trinta anos de
"descanso" das actividades públicas, uma nova emergência social levou-a a
assumir o seu papel, usando seu inegável talento para atrair. Trata-se
da difusão da ideologia de género, que "é mortal" e parte de "um projecto
global que tem por objectivo garantir que as crianças percam todos os
pontos de referência.”
É “mais grave" do que o racismo. Palavras duras, proferidas em entrevista ao Il Foglio,
que atestam o nível de consciência que este ícone dos direitos civis,
de origem argelina, demonstra a respeito do fenómeno, que "tende a tirar
das crianças o último reduto que permite a identificação com algo
sólido e enraizado: a identidade sexual".
Na França, o ‘género’ começou a estabelecer-se na sala de aula há
alguns anos, na época em que a grande maioria das pessoas jamais teria
ousado imaginar que um programa educacional pudesse ser tão subversivo
ao ponto de minar os fundamentos do direito natural. Agora, o projecto
atingiu o seu ápice. Sob o pretexto de "luta pela igualdade e contra a
homofobia", o ministro da Educação, Vincent Peillon, "nos passos de seu
predecessor, Luc Chatel," estabeleceu a meta, para o início do próximo
ano lectivo, de formalizar a educação de género nas escolas.
Seria o marco institucional para uma realidade já existente na
prática: "centenas de escolas estão envolvidas no projecto, que tem como objectivo declarado “desconstruir os estereótipos de género". E como
estereótipos de género, esses "jacobinos de identidade sexual",
compreendem a diferença entre meninas e meninos, como a atitude de uma
menina que brinca com bonecas e um menino com os carrinhos. Para Farida
Belghoul tudo isso é uma loucura. "Goste ou não os partidários do género, a diferença sexual é a origem da humanidade. A reprodução
humana ocorre devido a esta diferenciação, que é o fundamento do mundo
em que vivemos, e que a ideologia de género pretende destruir de modo
astuto, ‘pelas costas’ dos pais”. "É um projecto claro e organizado, que
devemos absolutamente impedir", insiste.
Para detê-lo, foi organizado um movimento intitulado Journée de Retrait de L`Ecole
("um dia ao mês sem escola"). Mais de setenta comités e milhares de
pais aderiram à ideia. Os próprios têm trabalhado, provocando uma
movimentação que corre rápido através de sms, e-mails, redes sociais e
boca a boca, reunindo uma avalanche de adeptos. Muitas escolas francesas
ficaram quase vazias, em protesto contra a educação tingida de
"arco-íris".
A campanha de boicote assustou o governo. O Ministério da Educação
chamou às pressas os pais (católicos, muçulmanos, não-crentes...) que
tinham decidido retirar seus filhos da escola, para explicar-lhes que a
doutrinação do género era apenas uma crença, resultado da conspiração
típica de "reaccionários" e eclodido pela "extrema direita". Mas o
exercício imperecível, peculiar à gauche, de agitar o "espectro negro" desta vez não teve o efeito desejado.
Além disso, Peillon foi desmentido, há alguns meses atrás, por uma
colega do Executivo, Ministra dos Direitos das Mulheres, Najat Vallaud -
Belkacem, que em entrevista ao 20minutes.fr, disse: "A teoria
de género, que explica a "identidade sexual" dos indivíduos , seja
através do contexto sócio- cultural que da biologia, tem o mérito de
abordar as inadmissíveis e persistentes desigualdades entre homens e
mulheres, ou, a homossexualidade, e realizar o trabalho pedagógico sobre
esse assunto”.
Palavras que soaram como um alarme aos ouvidos de Farida Belghoul.
"Estamos diante de um estado totalitário, que está operando
tendenciosamente para impor a sua ideologia, aproveitando de nossos
filhos. Quer substituir pais e mães, considerados implicitamente
incompetentes, e reeducar nossos filhos, ‘arrebatando-os’, e aqui cito o
ministro Peillon, pelo “determinismo familiar”.
O problema, no entanto, sendo o sintoma de uma tendência cultural
expandiu-se rapidamente por todo o Ocidente, para além das fronteiras
francesas. Por isso, Belghoul considera necessário que "todas as
famílias da Europa, todas as mães e pais, estejam cientes do que está
acontecendo com nossos filhos, porque eles estão sendo destruídos." Se
não vencermos a batalha, “será uma catástrofe para toda a humanidade”.
Porque a "teoria de género leva a barbárie". Palavras de Farida
Belghoul, ex-ícone da esquerda francesa, ativista em favor do bem
social.
(Trad.:MEM)
(05 de Junho de 2014) © Innovative Media Inc.
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