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sábado, 25 de outubro de 2014

Halloween: não brinquemos com fogo!

Eis os riscos que se escondem por trás de uma festa que está se tornando cada vez mais popular entre os jovens


Roma, 24 de Outubro de 2014 (Zenit.org) Carlo Climati


A ingenuidade é muitas vezes a causa de muitos males do nosso tempo. Muitas pessoas, de boa fé, são influenciadas por modismos e encontram-se brincando com fogo. Não percebem os riscos que poderiam se esconder atrás de situações aparentemente inócuas.

Um exemplo óbvio desta ingenuidade é a participação de muitos pais, crianças e jovens na festa de Halloween.

Há alguns anos atrás, este evento só poderia ser conhecido através de alguns filmes ou quadradinhos norte-americanos. Mas hoje o mundo mudou. O advento da Internet e a proliferação dos meios de comunicação contribuem facilmente para a disseminação de modas.

E assim, o Dia das Bruxas atravessou as fronteiras e se espalhou em muitos outros países.

Para dar-se conta do fenómeno basta olhar para as vitrines de restaurantes e lojas de brinquedos. Foram invadidas por objectos, figurinos e bonecos relacionados a este evento.

O símbolo do Halloween é uma abóbora esculpida com os olhos, nariz e boca, iluminada por uma vela colocada dentro. Na noite entre o 31 de Outubro e 1 de Novembro, as crianças americanas têm o costume de vestir-se como fantasmas, vampiros ou monstrinhos. Batem nas portas das casas com um saquinho na mão, pedindo doces e balas.

Alguém pode dizer: "O que há de errado? Por que não podemos fazer o mesmo? Afinal de contas, o Halloween é uma espécie de carnaval! Uma maneira de se divertir e brincar um pouco'!”. E é essa ingenuidade, a falta de profundidade, que leva muitos pais a não entenderem os possíveis riscos que se escondem por trás de certas modas.

Tentemos reflectir sobre a realidade dos fatos. Vamos perceber, também, que Halloween não é apenas uma espécie de carnaval, mas algo mais. É uma moda que, muitas vezes, tem raiz na superficialidade com que se vive a fé cristã em certas famílias.

Muitos pais baptizam seus filhos, os levam ao Catecismo e os fazem fazer a sua primeira comunhão. Mas depois se esquecem de leva-los à Missa, porque dizem que têm muitos compromissos no domingo. Depois das suntuosas festas de primeira comunhão as igrejas se esvaziam.

O baptismo e a Primeira Comunhão parecem ter se tornado rituais com base na aparência, onde as pessoas se vestem bem e fazem grandes refeições no restaurante com parentes e amigos. Mas poucos pais, depois, se comprometem seriamente em acompanhar os filhos em um caminho de fé.

A participação ingénua no Halloween é um dos frutos dessa falta de compromisso. Em vez de vestir as crianças de monstros, os pais deveriam ensiná-las a orar. Deveriam contar-lhes as fascinantes histórias da vida dos Santos, tendo em vista o primeiro de Novembro.

Em quantas famílias se reza hoje? Em um tempo as crianças recitavam uma oraçãozinha antes de ir dormir. Quantas o fazem ainda hoje? Talvez os pais estejam ocupados demais em disfarçar seus filhos de vampiros e não têm tempo para educá-los ao conhecimento das nossas tradições autênticas.

Em torno do Halloween se desencadeou também um fenómeno comercial que toca os jovens e os adolescentes: a dos "rave" e das festa na discoteca cheias de mau gosto. Representam uma verdadeira e real exaltação do macabro, em que as pessoas vestem trajes horríveis e irreverentes, muitas vezes ofensivos para a religião.

Em certas festas com temas esotéricos, além de dança, há o risco de se deparar com "magos" e ocultistas que se aproveitam da ocasião para introduzir os jovens nas práticas mágicas e supersticiosas.

Halloween se transformou em uma ocasião a mais para chegar tarde e frequentar ambientes questionáveis. A moda acaba por distrair a atenção dos jovens em um período do ano que, por tradição, sempre foi reservado à memória de todos os santos e à comemoração dos mortos.

A memória dos santos e dos mortos foi substituída pela vulgaridade de certos costumes. Os momentos de meditação e oração foram trocados pelos volume ensurdecedor da discoteca.

É por isso que o Dia das Bruxas não pode ser considerado simplesmente um segundo Carnaval. Por trás das abóboras, fantasias e festas, aparentemente inofensivas, poderia esconder-se algumas armadilhas.

É preciso estimular um maior senso crítico nos jovens, ajudando-os a não beber passivamente as mensagens enganosas que estão associados a esta festa. Começa como uma brincadeira, aceitando o convite de um "mago" na discoteca para ler o futuro nas cartas, e depois corre-se o risco de se tornarem escravos do ocultismo.

Não esqueçamos as nossas tradições! Não precisa ter medo de lembrar aos rapazes o significado da época do ano em que nos encontramos. Será uma oportunidade preciosa para redescobrir a riqueza espiritual das nossas raízes cristãs.

Os jovens precisam de uma cultura nova, alternativa e contra-corrente, que substitua o som de certos fenómenos de massa com a intimidade e os silêncios de uma fé viva, vivida na beleza da sua jornada diária.

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