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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Apoio da Santa Sé aos povos indígenas

A questão foi abordada pelo Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, mons. Auza, falando na 69° sessão da Assembleia Geral da ONU


Roma, 23 de Outubro de 2014 (Zenit.org)


Falando na 69ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, mons. Bernard Auza, Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, acolheu as instâncias do Congresso Mundial sobre o tema da protecção dos direitos dos povos indígenas.

No entanto, há "ainda há muito a ser feito", disse o prelado, sobre a custódia de tais populações, principalmente através do desenvolvimento de "políticas que envolvam seriamente as populações indígenas e respeitem as suas específicas identidades e culturas”.

De acordo com a Santa Sé, continuou mon. Auza, “nenhuma discriminação baseada em raça, sexo, religião ou etnia deve ser tolerada". Por esta razão, acrescentou, a delegação do Vaticano saudou os esforços realizados em vários países para eliminar tais discriminações.

No entanto, "estimular as especificidades e as culturas indígenas não significa necessariamente voltar ao passado", mas sim ajudá-los "a ir para a frente, guiados pelos seus valores colectivos e enraizados no tempo, como o respeito pela vida humana e pela dignidade, os processos decisionais representativos e a preservação dos rituais comunitários”. Se trata, destacou o prelado, de valores que “não podem ser postos de lado”.

A delegação do Vaticano liderada por Dom Auza, portanto, destacou os seguintes princípios:

- Os povos indígenas têm as mesmas prerrogativas de toda pessoa, povo ou nação em seus direitos fundamentais ao desenvolvimento;

- A realização dos seus direitos ao desenvolvimento deve ser o mais coerente possível e harmoniosa com as suas identidades e valores específicos;

- Os mesmos povos indígenas devem ter uma palavra a dizer, no que diz respeito ao seu desenvolvimento.

Na falta de tal participação, as políticas locais e nacionais tendem a ser "prejudiciais" para os nativos, especialmente se "não reflectem ou respeitam o seu sistema de valores e de identidade". Depois, há a "tentação" de se referir a eles "puramente ou principalmente para efeitos folclorísticos".

Um aspecto mais específico foi o pedido da Santa Sé de "leis justas para regular as relações entre os povos indígenas e as indústrias extractivas que operam em suas terras ancestrais", que em muitos casos, são "de grande importância cultural e ambiental."

Outra esperança é que “a agenda pós-2015” da Organização das Nações Unidas, preveja "iniciativas que digam respeito às necessidades dos povos indígenas", que sejam guiadas pelo "princípio do respeito pelas suas identidades e culturas, incluindo tradições e valores religiosos".

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