Páginas

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Contra o terrorismo, a Santa Sé pede "decisões corajosas"

Falando no Conselho de Segurança da ONU, o Observador Permanente Dom Auza reforça a ideia dos "dois Estados" para Israel e Palestina


Roma, 29 de Outubro de 2014 (Zenit.org) Luca Marcolivio


A Santa Sé continua a acompanhar de perto a situação no Oriente Médio "com grande interesse e preocupação". Isto foi afirmado por mons. Bernardito Auza, Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, intervindo no Conselho de Segurança da ONU cujo tema era “A situação no Oriente Médio e a questão palestina”, que foi realizado no passado dia 21 de Outubro.

O Vaticano, disse monsenhor Auza, continua a ser a favor “das negociações e do diálogo entre as partes envolvidas” e “sempre fez tudo o que pode para ajudar as vítimas da violência”.

O prelado recordou os esforços realizados pelo Papa Francisco nos últimos meses ao pedir o respeito da “lei humanitária internacional” e dos “direitos humanos fundamentais”, a partir da convocação no Vaticano dos núncios apostólicos no Oriente Médio.

Com particular referência à questão Israel-Palestina, a Santa Sé recoloca a solução da divisão em dois estados, como já tinha argumentado o Papa Francisco durante a sua peregrinação à Terra Santa em maio desse ano.

"Israel e Palestina, com o forte apoio dos órgãos competentes das Nações Unidas e de toda a comunidade internacional, podem trabalhar para o objectivo final, que é a realização do direito dos palestinos de ter seu próprio Estado independente e soberano e do direito dos israelitas à paz e à segurança", disse o Observador Permanente.

O próximo ponto envolveu a "situação horrível na Síria", a qual a Santa Sé pede urgentemente a todas as partes em causa para “parar as violações em massa do direito internacional humanitário e dos direitos humanos fundamentais”, e à comunidade internacional de “ajudar as partes a encontrar uma solução”.

Por sua parte, o Líbano, continuou monsenhor Auza, é um país que é fortemente influenciado pela crise síria, como testemunhado pela "presença maciça de refugiados", portanto, a Santa Sé exorta as autoridades de Beirute a "encontrar o quanto antes uma solução à Presidência da República vacante”.

A Santa Sé reafirma o seu apoio a um Líbano "soberano" e "livre" porque o próprio país é uma "mensagem" e um "sinal de esperança para a coexistência dos diferentes grupos que o compõem".

Um lembrete para as Nações Unidas veio sobre a ascensão do "Estado islâmico" no Iraque e na Síria, a fim de que sejam tomadas medidas para "evitar possíveis novos genocídios e para ajudar o crescente número de refugiados".

A Santa Sé apela, em especial, para a "protecção dos grupos étnicos e religiosos, incluindo as comunidades cristãs", que são particularmente visadas.
Contra o terrorismo, de acordo com a Santa Sé, é necessário "fortalecer a estrutura legal de uma aplicação multilateral da responsabilidade de proteger as pessoas do genocídio, dos crimes de guerra, da limpeza étnica, dos crimes contra a humanidade e de todas as formas de injusta agressão".

As tentativas frustradas de pôr fim aos "horrores do genocídio" e as "violações flagrantes dos direitos humanos fundamentais e do direito humanitário internacional" devem incentivar"decisões corajosas".

A Santa Sé renova também a chamada aos "líderes religiosos da região e de todo o mundo” para que promovam “o diálogo inter-religioso e inter-cultural, denunciando rapidamente todo uso da religião que justifique a violência e educando ao recíproco respeito”, concluiu portanto mons. Auza.

Sem comentários:

Enviar um comentário