O patriarca caldeu, Sako, lembra que o Isis não é a religião de Maomé e pede que se saiam às ruas para testemunhar qual é o verdadeiro Islão
Roma, 22 de Outubro de 2014 (Zenit.org)
Uma "frente comum" de todo o povo do Iraque, cristãos ou
muçulmanos, para vencer a violência brutal do Estado Islâmico. É o que
pode o patriarca caldeu Mar Louis Raphael I Sako. O prelado, depois de
ter participado nas últimas semanas dos trabalhos do Sínodo sobre a
família e do Consistório dedicado aos cristãos do Oriente Médio,
encontra-se nesses dias em Milão para um congresso.
Encontrado pela agência Asia News, o patriarca lembra que o Isis
não é a religião de Maomé, e "que o Nusra e o Al-Qaeda não representam" o
mundo muçulmano: "Em várias ocasiões pedi para que saiam às ruas para
testemunhar qual é o verdadeiro Islão. Nós acreditamos, mas é preciso
falar abertamente”.
O patriarca caldeu recoloca a confiança, então, no mundo muçulmano e
nos líderes religiosos que rejeitam as violências dos terroristas; No
entanto, acrescenta, "esta falta de coragem" no repudiar os ataques,
barbáries e brutalidades dos jihadistas não ajuda. Há uma necessidade,
de fato, de uma forte “rejeição pública” das violências cometidas aos
“inocentes, atacados só porque professam outra religião”.
Além disso, Mar Sako enfatiza a necessidade de um testemunho concreto
de proximidade, moral e espiritual, porque as pessoas também precisam
disso: “Por muito tempo fomos uma Igreja isolada – afirma – portanto,
agora, seria necessário visitas, exemplos de vida comum. Grupos de
jovens, irmãs, leigos, sacerdotes do Ocidente em visita às famílias
cristãs do Iraque, ir às casas e entre as pessoas, isso pode ajudar
bastante, e mais do que o dinheiro”.
Tendo em vista o Advendo e o Natal, o prelado pede para encontrar os
refugiados iraquianos para “levar um panetone para cada família”, como
“sinal concreto de proximidade e de solidariedade” entre estas pessoas
que vivem ainda hoje no medo, desilusão, desconfiança por uma guerra que
poderia durar provavelmente anos. Pelo menos de acordo com os anúncios
do governo dos Estados Unidos.
No entanto, adverte Sako, "apenas com os bombardeios aéreos não pode
se derrota o Estado islâmico, mas se fazem outras vítimas inocentes".
Por esta razão, muitas famílias decidem fugir; também "a atitude de
alguns sacerdotes, que incentivam esse fenómeno, não ajuda, mas deve ser
condenada".
(22 de Outubro de 2014) © Innovative Media Inc.
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