Ricardo Ten Argiles, medalhas de ouro em Sidney e Pequim
Actualizado 16 de Outubro de 2014
Juan Cadarso/Mirada21.es
Dizer Ricardo Ten Argiles é dizer trabalho, superação e êxito. Este atleta paralímpico, nascido em Valência há 39 anos, tem três medalhas de ouro, conseguidas em Sidney e Pequim (100 metros bruços e 4x50 estilos), sete campeonatos do mundo e mais de uma dezena de campeonatos da Europa. É o palmarés de um nadador de craveira mundial.
“Quando se tem grandes obstáculos na vida está claro que se passa muito mal, mas não nos podemos ficar aí, há que superá-lo pondo-nos objectivos pelos quais lutar. Os desafios são o sal da vida que te fazem seguir em frente”, comenta em exclusivo a Mirada21.es.
Perdeu os braços e uma perna
Com apenas oito anos, a Ricardo mudar-lhe-ia a vida para sempre, um cabo eléctrico caiu sobre ele enquanto jogava no campo com o seu primo. Aquele acidente causou-lhe queimaduras em 75% do seu corpo e tiveram que amputar-lhe os braços e uma perna.
O que nunca perdeu este talento do desporto espanhol foram as suas vontades de viver, lutar e competir. “Eu digo-o muitas vezes, quando tive o acidente mudou a minha vida radicalmente e mudou até um sítio no qual posso dizer que sou feliz. Dou graças pela família que tenho e pela carreira que pude realizar”, relata o nadador com entusiasmo.
Levar as crianças ao colégio... E treinar muito
Como para qualquer desportista de elite, a jornada de Ricardo começa ao despontar do Sol. “Levanto-me às sete e um quarto da manhã, tomo um pequeno-almoço forte e levo os meus filhos ao colégio, depois treino duas horas e vou ao ginásio. Pela tarde repito a mesma rotina”, explica o atleta.
Para ele, a família e a educação no desporto é fundamental: “Desde pequeno pratiquei muitos desportos não federados e cresci com eles na minha casa, os meus pais sempre me inculcaram a paixão por competir, e agora sou um enamorado de todo o tipo de desportos, sobretudo quando os pratico com amigos”.
A importância de divulgar a superação
Para este paralímpico acostumado a conseguir o que se propõe é muito importante que as pessoas conheçam testemunhos de superação.
“A minha paixão pela natação vem de quando tinha 16 ou 17 anos, quando li num artigo a história de uma inválida que fazia natação, nunca antes tinha visto que os inválidos pudessem dedicar-se ao desporto”, comenta.
Ricardo, que colabora com diversas fundações dando palestras de superação pessoal a universitários e trabalhadores por toda a Espanha, oferece informação dos projectos desportivos e sociais nos quais participa desde a sua página da internet (www.ricardoten.net).
Melhoria no desporto paralímpico
“Quando escutei a notícia foi uma grande satisfação, que os desportistas paralímpicos tenhamos os mesmos prémios que os olímpicos é um sintoma de que vamos por bom caminho, é um passo mais para a integração total. Vivi muitas etapas no desporto antes de chegar à selecção e no princípio os paralímpicos tínhamos que ter outros trabalhos para poder viver, hoje pouco a pouco isso vai mudando. Deram-se passos na boa direcção, mas não é suficiente”, afirma Ten Argiles sobre a recente medida tomada pelo Conselho Superior de Desportos (CSD) de igualar as quantias económicas dos prémios obtidos pelos olímpicos e paralímpicos. O CSD outorgou a Ricardo em 2009 a medalha de prata ao Mérito Desportivo.
Espanha, bom medalheiro paralímpico
A brilhante trajectória deste grande atleta não se trata de algo isolado no paralimpismo espanhol. No medalheiro histórico dos Jogos, a Espanha posiciona-se como uma das grandes potências. Com 578 medalhas, das quais 191 são de ouro, a equipa espanhola situa-se numa meritória décima posição na classificação mundial. Nos últimos campeonatos europeus celebrados este Verão em Eindhoven (Países Baixos), a equipa espanhola conseguiu 48 medalhas, 15 foram de ouro, 19 de prata e 14 de bronze.
Do esforço à alegria
O relógio na vida de cada um dos desportistas mais laureados do desporto paralímpico espanhol corre a toda a velocidade e já pensa em novos desafios. “Agora venho de Eindhoven, de onde pude trazer o ouro, já só espero que chegue o Mundial de Glasgow, onde nós jogamos a taça para os Jogos de Rio. Quando estás subindo no pódio recebendo a medalha vem-se-te à cabeça todo o trabalho e o esforço realizado até esse momento e recordas-te de todas as pessoas que estiveram sempre ao teu lado. É uma das maiores alegrias da vida, sentes-te profundamente realizado”, conclui o homem que um dia se fixou num sonho e com ilusão e trabalho foi capaz de consegui-lo.
Ricardo Ten Argiles é uma das grandes estrelas dos medalhados paralímpicos mundiais pelas suas façanhas em natação |
Actualizado 16 de Outubro de 2014
Juan Cadarso/Mirada21.es
Dizer Ricardo Ten Argiles é dizer trabalho, superação e êxito. Este atleta paralímpico, nascido em Valência há 39 anos, tem três medalhas de ouro, conseguidas em Sidney e Pequim (100 metros bruços e 4x50 estilos), sete campeonatos do mundo e mais de uma dezena de campeonatos da Europa. É o palmarés de um nadador de craveira mundial.
“Quando se tem grandes obstáculos na vida está claro que se passa muito mal, mas não nos podemos ficar aí, há que superá-lo pondo-nos objectivos pelos quais lutar. Os desafios são o sal da vida que te fazem seguir em frente”, comenta em exclusivo a Mirada21.es.
Perdeu os braços e uma perna
Com apenas oito anos, a Ricardo mudar-lhe-ia a vida para sempre, um cabo eléctrico caiu sobre ele enquanto jogava no campo com o seu primo. Aquele acidente causou-lhe queimaduras em 75% do seu corpo e tiveram que amputar-lhe os braços e uma perna.
O que nunca perdeu este talento do desporto espanhol foram as suas vontades de viver, lutar e competir. “Eu digo-o muitas vezes, quando tive o acidente mudou a minha vida radicalmente e mudou até um sítio no qual posso dizer que sou feliz. Dou graças pela família que tenho e pela carreira que pude realizar”, relata o nadador com entusiasmo.
Levar as crianças ao colégio... E treinar muito
Como para qualquer desportista de elite, a jornada de Ricardo começa ao despontar do Sol. “Levanto-me às sete e um quarto da manhã, tomo um pequeno-almoço forte e levo os meus filhos ao colégio, depois treino duas horas e vou ao ginásio. Pela tarde repito a mesma rotina”, explica o atleta.
Para ele, a família e a educação no desporto é fundamental: “Desde pequeno pratiquei muitos desportos não federados e cresci com eles na minha casa, os meus pais sempre me inculcaram a paixão por competir, e agora sou um enamorado de todo o tipo de desportos, sobretudo quando os pratico com amigos”.
A importância de divulgar a superação
Para este paralímpico acostumado a conseguir o que se propõe é muito importante que as pessoas conheçam testemunhos de superação.
“A minha paixão pela natação vem de quando tinha 16 ou 17 anos, quando li num artigo a história de uma inválida que fazia natação, nunca antes tinha visto que os inválidos pudessem dedicar-se ao desporto”, comenta.
Ricardo, que colabora com diversas fundações dando palestras de superação pessoal a universitários e trabalhadores por toda a Espanha, oferece informação dos projectos desportivos e sociais nos quais participa desde a sua página da internet (www.ricardoten.net).
Melhoria no desporto paralímpico
“Quando escutei a notícia foi uma grande satisfação, que os desportistas paralímpicos tenhamos os mesmos prémios que os olímpicos é um sintoma de que vamos por bom caminho, é um passo mais para a integração total. Vivi muitas etapas no desporto antes de chegar à selecção e no princípio os paralímpicos tínhamos que ter outros trabalhos para poder viver, hoje pouco a pouco isso vai mudando. Deram-se passos na boa direcção, mas não é suficiente”, afirma Ten Argiles sobre a recente medida tomada pelo Conselho Superior de Desportos (CSD) de igualar as quantias económicas dos prémios obtidos pelos olímpicos e paralímpicos. O CSD outorgou a Ricardo em 2009 a medalha de prata ao Mérito Desportivo.
Espanha, bom medalheiro paralímpico
A brilhante trajectória deste grande atleta não se trata de algo isolado no paralimpismo espanhol. No medalheiro histórico dos Jogos, a Espanha posiciona-se como uma das grandes potências. Com 578 medalhas, das quais 191 são de ouro, a equipa espanhola situa-se numa meritória décima posição na classificação mundial. Nos últimos campeonatos europeus celebrados este Verão em Eindhoven (Países Baixos), a equipa espanhola conseguiu 48 medalhas, 15 foram de ouro, 19 de prata e 14 de bronze.
Com a Medalha de Ouro em Pequim |
O relógio na vida de cada um dos desportistas mais laureados do desporto paralímpico espanhol corre a toda a velocidade e já pensa em novos desafios. “Agora venho de Eindhoven, de onde pude trazer o ouro, já só espero que chegue o Mundial de Glasgow, onde nós jogamos a taça para os Jogos de Rio. Quando estás subindo no pódio recebendo a medalha vem-se-te à cabeça todo o trabalho e o esforço realizado até esse momento e recordas-te de todas as pessoas que estiveram sempre ao teu lado. É uma das maiores alegrias da vida, sentes-te profundamente realizado”, conclui o homem que um dia se fixou num sonho e com ilusão e trabalho foi capaz de consegui-lo.
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