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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Card. Mulller: colegialidade e diálogo na Congregação para a Doutrina da Fé

O prefeito abre um simpósio internacional na Universidade de Lovaina sobre Uma Igreja em diálogo, reler o Vaticano II


Roma, 30 de Outubro de 2014 (Zenit.org)

"Já que a Igreja é muito grande” o trabalho da Congregação para a Doutrina da Fé deve ser desenvolvido necessariamente “em equipe, ou seja, em diálogo, na troca entre as tendências teológicas e na escuta do outro”. Assim explica o cardeal Gerhard Ludwig Müller, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé durante um discurso na Universidade de Lovaina, no simpósio internacional Omnes Gentes. O encontro foi celebrado do 26 ao 29 de Outubro e foi organizado pela Conferência Episcopal da Bélgica, em colaboração com Missio e as faculdades teológicas do ateneu sobre o tema: “Uma Igreja em diálogo, reler o Vaticano II”.

Durante seu discurso de abertura, o cardeal analisou o argumento dos trabalhos à luz do carácter “dialógico” dos principais documentos conciliares. Assim como explica um artigo do L’Osservatore Romano publicado nesta quarta-feira, o cardeal destacou a necessidade do diálogo na Igreja no geral e nas suas instituições particulares, descrevendo como exemplo a actividade do seu dicastério, julgado por muito – observou o prefeito – como uma instância de não diálogo e de rejeição do diálogo.

Dessa forma, indicou que na prática parece “que o magistério faça possível um diálogo autêntico” e “que invocando constante e tenazmente o depósito da fé, o magistério feche definitivamente a porta para as discussões sobre questões pendentes que sufoca o diálogo”.

Por isso o cardeal Müller explicou que as coisas não são assim, enquanto apresentou aos participantes do encontro o estilo de trabalho que caracteriza a Congregação. "As questões pendentes são continuamente analisadas ​​pelos responsáveis de arquivo (cerca de 40 pessoas de todos os continentes) para ser tratadas com os superiores da Congregação em uma reunião semanal."

Por outro lado, indicou que os casos mais complexos "são transmitidos para cerca de 25 consultores que se reúnem regularmente para discutir, de um ponto de vista teológico". Finalmente, "as decisões fundamentais são tomadas pelos membros -uns trinta cardeais e bispos - na assembleia mensal" da congregação. E não só isso, depois são apresentadas ao Papa pelo prefeito durante uma audiência privada.

O cardeal destacou a colegialidade e o diálogo que caracterizam o trabalho da congregação e citou as duas realidades que estão intimamente ligadas a ela: a Pontifícia Comissão Bíblica e a Comissão Teológica Internacional.

Concluindo seu discurso, o Cardeal Müller disse que a Congregação para a Doutrina da Fé é "uma estrutura aberta e fundada no diálogo". Não poderia ser de outra forma já que – observou – a introdução das grandes redes de telefonia móveis nos precipitaram, nos últimos 25 anos, em um espaço ilimitado e sincronizado de comunicação” e “que o desaparecimento das fronteiras relativas aos novos meios técnicos levou a um aumento sem precedentes da comunicação". E como resultado – explicou – a Igreja não pode não dialogar com o mundo que está ao seu redor.

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