Beja, 27 Out 2014 (Ecclesia) – O bispo de Beja diz que a sociedade está
“pouco a pouco a perder a experiência da morte” e o “respeito e culto
pelos mortos”, como se estas realidades “não fizessem parte da sua
existência”.
D. António Vitalino deixa este alerta na sua nota pastoral mais
recente, dedicada ao “Dia de Todos os Santos” (1 de Novembro), um dos
feriados que “a crise tirou” aos portugueses.
No texto, enviado à Agência ECCLESIA, o prelado recorda que “desde os
princípios do cristianismo até aos nossos dias houve sempre um culto
especial dos mortos”.
Para o responsável católico, as “mudanças” actuais estão a contribuir
“para uma profunda alteração da relação das pessoas com o sofrimento e a
morte”.
E não se restringem apenas à questão do feriado mas a todas as formas de olhar para a “fragilidade da vida, a doença e a dor”.
“Os idosos entregam-se aos lares, os doentes e moribundos aos hospitais
e lares de cuidados continuados e os mortos são entregues às agências
funerárias, aos tanatórios ou cemitérios em lugares retirados do normal
convívio da sociedade”, aponta D. António Vitalino.
Para o bispo de Beja, é fundamental reaprender a “conviver” com a questão da morte, e “inverter hábitos” que estão instalados.
Quanto ao “Dia de Todos os Santos”, o facto de este ano calhar num
“fim-de-semana” abre a possibilidade de manter a tradição católica de
“participar na missa” e nas “romagens aos cemitérios, onde jazem os
entes queridos já falecidos”, conclui.
JCP
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