«Quanto vales, irmãzinha? Tão pouco? Cristo morreu por ti!»
Salvador
dedica uma tarde cada semana a tratar com prostitutas e travestis e dizer-lhes que para Deus eles são valiosos e amados como filhos |
Actualizado 19 de Outubro de 2014
Samuel Gutiérrez/Catalunya Cristiana
«Quanto cobras, irmãzinha? Tão pouco?
Ninguém te disse que vales todo o sangue de Cristo?»
Assim inicia Salvador Íñiguez muitos dos encontros que uma noite por semana mantém com prostitutas e travestis na cidade mexicana de Guadalajara.
Impulsionado pelo seu amor à Virgem Maria, Salvador há anos que se sente chamado a realizar este apostolado tão peculiar no mundo da prostituição.
O seu testemunho deu a volta ao mundo graças à película documental Mary’s Land. Terra de Maria, de Juan Manuel Cotelo.
- Que o leva até ao mundo da prostituição?
- Leva-me o saber-me filho de Deus, o saber-me cristão baptizado e membro da Igreja apostólica. Sinto que é meu dever anunciar a Boa Nova àqueles que não conhecem o amor de Deus nas suas vidas; aqueles que não o conhecem porque poucos ou quase ninguém se atreve a partilhá-lo com eles.
Em contacto com o mundo da prostituição descobri corações feridos como o meu e como o de todos, mas com menos possibilidades de conhecer o amor de Deus pelas circunstâncias adversas na história das suas vidas.
- Pelas manhãs, de casa em casa, como enfermeiro geriátrico. E pelas noites, de prostíbulo em prostíbulo, abordando prostitutas e travestis.
Desde quando exerce esta «dupla vida»?
- Desde há aproximadamente 7 ou 8 anos. Na realidade só vou um dia por semana a uma zona específica de prostituição ainda que às vezes encontro prostíbulos sem querer na minha passagem pela cidade.
Pelo comum, eu trabalho pelas manhãs um turno de 6 horas e as tardes e noites dedico-as ao meu apostolado «Maria Rainha da Paz: Dá-me o teu coração ferido». Os prostíbulos não são a única actividade que tenho. Também visito enfermos, levo comida a indigentes, viciados na droga e imigrantes, levo despensa na medida das minhas possibilidades a pessoas necessitadas, a prostitutas que tem filhos que manter, etc.
- Como se prepara para este apostolado tão pouco habitual?
- Uma noite nos prostíbulos implica, primeiro de tudo, tomar o tempo necessário para encher-te do que queres partilhar. E se vais partilhar o amor de Deus, pois o primeiro é encher-te d’Ele...
Isso significa que há que dedicar o tempo necessário para ir à missa, depois adorar no mínimo uma hora a Jesus sacramentado, rezar e orar frente a Ele... Eu costumo rezar também a coroa da Divina Misericórdia, peço o seu Espírito Santo para que me dê as palavras necessárias para aproximar-me com estes irmãos e irmãs e não faltar à caridade em nenhum momento... E depois, mãos à obra!
- Qual é a sua visão sobre as prostitutas?
- A minha visão para elas é um olhar de compaixão. Sinto-as minhas irmãs, meus irmãos... Quero-os com um amor fraternal, converteram-se em pessoas importantes na minha vida. Eles e elas merecem o meu respeito. Trato de ver nelas a Cristo Jesus.
- «As prostitutas adiantaram-nos no reino dos céus.» Que lhe diz esta frase de Jesus?
- São palavras que não compreendia de verdade até que comecei a viver esta experiência... Quando as prostitutas e os travestis experimentam o amor grande de Deus e que não as condena, mas sim tudo pelo contrário, a sua conversão costuma ser muito grande.
Experimentam um amor misericordioso e incondicional, um amor que não as assinala e a sua resposta costuma ser generosa. A muitos dos que nos dizemos cristãos apostólicos romanos, com uma lista de títulos em institutos eclesiais conquistados durante anos, não se nos permite ver essa conversão de que fala o Evangelho. É a conversão da qual falava João Baptista, a qual pede Jesus e que actualmente a Virgem nos pede nas suas diversas aparições no mundo.
Entre as prostitutas descobri mulheres que lutam por levar em frente uma família. Meio mundo fechou-lhes as portas em trabalhos, julga-as e condena-as... E elas são obrigadas a exercer este estilo de vida por tanta injustiça na sociedade.
- Que mensagem tenta transmitir-lhes?
- Uma mensagem de amor, de misericórdia e de paz.
- Foi bem acolhido?
- No princípio não, porque eles e elas não pediram que alguém se aproximasse a falar-lhes de Deus. Menos quando a sociedade e alguns membros da Igreja lhes fizeram saber e sentir que vivem condenados em vida...
No princípio tive que suportar insultos, ameaças e empurrões. Mas se Jesus, sendo o Filho de Deus, o tratamos pior que lixo, que se pode esperar para nós?... Com o tempo e a relação a maioria aceita e espera a mensagem.
- Uma noite nos prostíbulos implica, primeiro de tudo, tomar o tempo necessário para encher-te do que queres partilhar. E se vais partilhar o amor de Deus, pois o primeiro é encher-te d’Ele...
Isso significa que há que dedicar o tempo necessário para ir à missa, depois adorar no mínimo uma hora a Jesus sacramentado, rezar e orar frente a Ele... Eu costumo rezar também a coroa da Divina Misericórdia, peço o seu Espírito Santo para que me dê as palavras necessárias para aproximar-me com estes irmãos e irmãs e não faltar à caridade em nenhum momento... E depois, mãos à obra!
- Qual é a sua visão sobre as prostitutas?
- A minha visão para elas é um olhar de compaixão. Sinto-as minhas irmãs, meus irmãos... Quero-os com um amor fraternal, converteram-se em pessoas importantes na minha vida. Eles e elas merecem o meu respeito. Trato de ver nelas a Cristo Jesus.
- «As prostitutas adiantaram-nos no reino dos céus.» Que lhe diz esta frase de Jesus?
- São palavras que não compreendia de verdade até que comecei a viver esta experiência... Quando as prostitutas e os travestis experimentam o amor grande de Deus e que não as condena, mas sim tudo pelo contrário, a sua conversão costuma ser muito grande.
Experimentam um amor misericordioso e incondicional, um amor que não as assinala e a sua resposta costuma ser generosa. A muitos dos que nos dizemos cristãos apostólicos romanos, com uma lista de títulos em institutos eclesiais conquistados durante anos, não se nos permite ver essa conversão de que fala o Evangelho. É a conversão da qual falava João Baptista, a qual pede Jesus e que actualmente a Virgem nos pede nas suas diversas aparições no mundo.
Entre as prostitutas descobri mulheres que lutam por levar em frente uma família. Meio mundo fechou-lhes as portas em trabalhos, julga-as e condena-as... E elas são obrigadas a exercer este estilo de vida por tanta injustiça na sociedade.
- Que mensagem tenta transmitir-lhes?
- Uma mensagem de amor, de misericórdia e de paz.
- Foi bem acolhido?
- No princípio não, porque eles e elas não pediram que alguém se aproximasse a falar-lhes de Deus. Menos quando a sociedade e alguns membros da Igreja lhes fizeram saber e sentir que vivem condenados em vida...
No princípio tive que suportar insultos, ameaças e empurrões. Mas se Jesus, sendo o Filho de Deus, o tratamos pior que lixo, que se pode esperar para nós?... Com o tempo e a relação a maioria aceita e espera a mensagem.
- Como sorteou os perigos de um mundo no qual com muita frequência as mulheres estão submetidas a redes mafiosas?
- Caminho com a bandeira da paz... Riscos existem em toda a missão empreendida em nome de Cristo. Eu só me aproximo a partilhar-lhes uma mensagem de Amor, Misericórdia e Paz...
Tento ser prudente e respeitoso e soube ganhar o respeito dos chulos e de alguns líderes criminosos da zona. A eles também lhes compartilho a mensagem, dou-lhes rosários e estampas da Virgem e agradecem-no. E respeito as mafias, eu não me meto dentro dessa problemática, as autoridades o sabem e até se passeiam por aí.
- Tem medo?
- Não, medo não. No seu momento nervosismo sim, mas medo não. Confio em Jesus. O papa João Paulo II não se cansava de dizer-nos: «Não tenham medo!» E a Santíssima Virgem em Medjugorje em inumeráveis mensagens repete-nos: «Não tenham medo eu estou com cada um de vocês.»
Recebi algumas ameaças, como mostrar-me uma pistola à cintura, mas logo vêem como falas e ao que vais, e não passa a pior. Dás um rosário e uma estampa da Virgem e problema solucionado. E tão amigos!
- O seu objectivo é ajudá-las a sair da prostituição ou simplesmente acompanhá-las neste caminho?
- O meu objectivo é que nenhum deles e elas morram sem saber que Deus os ama e que temos uma Mãe no Céu que vela por nós aqui na terra... O meu objectivo é que conheçam a Palavra de Deus, o seu amor, que experimentem a sua misericórdia e sua paz…
É dar-lhes um seguimento e acompanhamento espiritual assessorando-os se necessitam recorrer a alguma hospedagem ou o que precisem. Gostaria de ter uma casa onde brindar-lhes apoio moral e espiritual, mas a minha economia apenas me dá para viver.
Eu não lhes coloco sair da prostituição. Isso lhes corresponde a eles e a elas. A resposta à mudança é livre e pessoal, eu só ofereço o que tenho e não é muito.
- O seu testemunho aparece na película Mary’s Land. Terra de Maria. Que significou para você?
- Uma graça de Deus, um presente, um dom... Jamais imaginei algo assim. Eu só prometi a Jesus consagrar a minha vida difundindo a sua palavra e a mensagem de Medjugorje aos mais pobres entre os pobres e esquecidos. Logo chega isto e quando menos o esperei vejo-me envolto numa torrente de bendição... Isto fez-me conhecer gente nova, países novos para mim.
- Caminho com a bandeira da paz... Riscos existem em toda a missão empreendida em nome de Cristo. Eu só me aproximo a partilhar-lhes uma mensagem de Amor, Misericórdia e Paz...
Tento ser prudente e respeitoso e soube ganhar o respeito dos chulos e de alguns líderes criminosos da zona. A eles também lhes compartilho a mensagem, dou-lhes rosários e estampas da Virgem e agradecem-no. E respeito as mafias, eu não me meto dentro dessa problemática, as autoridades o sabem e até se passeiam por aí.
- Tem medo?
- Não, medo não. No seu momento nervosismo sim, mas medo não. Confio em Jesus. O papa João Paulo II não se cansava de dizer-nos: «Não tenham medo!» E a Santíssima Virgem em Medjugorje em inumeráveis mensagens repete-nos: «Não tenham medo eu estou com cada um de vocês.»
Recebi algumas ameaças, como mostrar-me uma pistola à cintura, mas logo vêem como falas e ao que vais, e não passa a pior. Dás um rosário e uma estampa da Virgem e problema solucionado. E tão amigos!
- O seu objectivo é ajudá-las a sair da prostituição ou simplesmente acompanhá-las neste caminho?
- O meu objectivo é que nenhum deles e elas morram sem saber que Deus os ama e que temos uma Mãe no Céu que vela por nós aqui na terra... O meu objectivo é que conheçam a Palavra de Deus, o seu amor, que experimentem a sua misericórdia e sua paz…
É dar-lhes um seguimento e acompanhamento espiritual assessorando-os se necessitam recorrer a alguma hospedagem ou o que precisem. Gostaria de ter uma casa onde brindar-lhes apoio moral e espiritual, mas a minha economia apenas me dá para viver.
Eu não lhes coloco sair da prostituição. Isso lhes corresponde a eles e a elas. A resposta à mudança é livre e pessoal, eu só ofereço o que tenho e não é muito.
- O seu testemunho aparece na película Mary’s Land. Terra de Maria. Que significou para você?
- Uma graça de Deus, um presente, um dom... Jamais imaginei algo assim. Eu só prometi a Jesus consagrar a minha vida difundindo a sua palavra e a mensagem de Medjugorje aos mais pobres entre os pobres e esquecidos. Logo chega isto e quando menos o esperei vejo-me envolto numa torrente de bendição... Isto fez-me conhecer gente nova, países novos para mim.
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