1. Futuro da família
Nestas últimas semanas a família andou na berlinda. Durante quinze dias o Sínodo extraordinário dos bispos em Roma, com cerca de 200 representantes de toda a Igreja Católica, debateram os problemas que afectam as famílias na actualidade, não apenas na sua relação com a Igreja, mas também com a sociedade e os diversos sistemas políticos. Mas a comunicação social salientou sobretudo questões periféricas, como a admissão aos sacramentos dos recasados depois de um casamento canónico e dos diversos tipos de uniões para além daquela que constitui o casamento católico, ou seja, a união de um homem e de uma mulher para constituir uma comunhão de vida.
Nestas últimas semanas a família andou na berlinda. Durante quinze dias o Sínodo extraordinário dos bispos em Roma, com cerca de 200 representantes de toda a Igreja Católica, debateram os problemas que afectam as famílias na actualidade, não apenas na sua relação com a Igreja, mas também com a sociedade e os diversos sistemas políticos. Mas a comunicação social salientou sobretudo questões periféricas, como a admissão aos sacramentos dos recasados depois de um casamento canónico e dos diversos tipos de uniões para além daquela que constitui o casamento católico, ou seja, a união de um homem e de uma mulher para constituir uma comunhão de vida.
O Papa Francisco pediu aos participantes para apresentarem os problemas reais que afectam as famílias e não belos discursos sobre as ideias de cada um acerca da família. Tratando-se de um Sínodo em dois tempos, que terminará em Outubro de 2015, neste primeiro tempo interessava apresentar a realidade, em todas as suas facetas e problemáticas e sensibilizar a Igreja para o acolhimento de todos, sem acepção de pessoas ou exclusão de quem não vive de acordo com as normas jurídicas da Igreja no que concerne à família. Apresentar caminhos de inclusão e não de rejeição é a missão da Igreja. Cristo traçou-nos metas e objectivos, mas deu-nos o exemplo do acolhimento, da misericórdia e do perdão. Praticar o evangelho da família na verdade e na caridade não é tarefa fácil e simples, que se pode delinear em princípios e normas universais e objectivas. Sem cair no relativismo de que tudo está certo, também não podemos apregoar uma rigidez insensível e aplicável em todas as situações na pastoral familiar.
Isto vai exigir muito dos pastores, em comunhão com o sucessor de Pedro, o Papa. Até à próxima sessão do Sínodo dos Bispos, em Outubro de 2015, teremos que dialogar muito e sobretudo afinar as nossas sensibilidades e métodos na abordagem dos problemas que afectam as famílias. Mais que de normas precisamos de atenção mais concreta às pessoas que constituem a família e um coração sensível e acolhedor de todos na comunhão da Igreja, convictos de que sem família não há futuro para a sociedade e a Igreja.
2. A diocese de Beja prepara mudanças
Também na diocese de Beja temos um longo caminho a percorrer, para ajudar a construir a família eclesial. O acolhimento e inclusão das diversas sensibilidades e dons, para que todos contribuam para a construção da família humana, são tarefa e missão sempre a iniciar e recomeçar através de múltiplas actividades, seja na área da formação, da oração e do culto e principalmente na prática da caridade apostólica. Crescer na fé e na prática da caridade é o lema deste ano pastoral e de sempre.
Para isso precisamos de novos impulsos, pois todos corremos o perigo de estagnar e quem para recua. Neste sentido felicito os organizadores de vários acontecimentos no último fim de semana: o centro diocesano missionário com a jornada diocesana das missões, em Aljustrel, a mensagem de Fátima com a sua assembleia diocesana, o caminho neo-catecumenal com o convívio das comunidades em Milfontes, etc. Mas, numa diocese tão dispersa e com pouca percentagem de católicos comprometidos em movimentos e serviços, temos de coordenar melhor as nossas acções, para evitar uma maior dispersão. Felicito os organizadores da jornada missionária diocesana, que se empenharam em concretizar um programa rico de formação e animação, em Aljustrel. Muitas paróquias e movimentos estiveram ausentes e perderam uma grande oportunidade de se formar, conviver, divertir e orar. Espero que de futuro orientemos melhor as nossas agendas, pois o Dia Mundial das Missões só acontece uma vez por ano e toca uma dimensão essencial da vida da Igreja.
Com a vinda do Bispo Coadjutor, D. João Marcos, esperamos poder dar um forte impulso na construção da família diocesana. Neste fim de semana já esteve entre nós, para combinarmos alguns pormenores do início da sua missão como Bispo Coadjutor, e que num futuro próximo será o meu sucessor. Vai ser ordenado bispo na igreja dos Jerónimos, em Lisboa, no dia 23 de Novembro, pelas 16,00 horas. Espero que uma forte delegação da diocese possa participar na ordenação do nosso futuro bispo, clero e leigos. Na semana seguinte virá para Beja e será apresentado solenemente à diocese na celebração do primeiro domingo do Advento, no dia 30 de Novembro, pelas 17,00 horas, na igreja de Santa Maria da Feira.
Por este motivo e pelo atraso nas respostas de vários arciprestados sobre as reflexões sinodais, decidimos adiar a próxima assembleia sinodal, prevista para o dia 8 de Novembro, para uma data em que já possamos contar com a sua presença, que nos ajudará a crescer na fé e na prática da caridade, citando o lema deste ano pastoral, sobretudo com o seu exemplo e sensibilidade de artista. Atendendo a muitos pedidos e após ver o seu local de residência, decidiu trazer com ele os seus pincéis de pintor, pois pela arte também se evangeliza. Entretanto continuamos a interceder por ele na nossa oração, preparando-nos para o acolher nesta família diocesana, sempre em construção
† António Vitalino, Bispo de Beja
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