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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Naufrágio no Mediterrâneo faz 62 mortos

Navio partiu a poucos metros da costa

 | 26 Fev 2023

Barco com refugiados no Mediterrâneo. Foto © ACNUR

Barco com refugiados no Mediterrâneo: este salvamento teve um fim mais feliz que o desta madrugada na costa de Itália. Foto de arquivo © ACNUR

Um naufrágio de um barco de migrantes ao largo da costa do sul de Itália, perto de Crotone, na Calábria, deixou 81 sobreviventes, 62 corpos foram resgatados sem vida, incluindo um recém-nascido, e muitos estão desaparecidos. As equipas de socorro italianas receiam que possa haver mais vítimas mortais.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, expressou, num comunicado, o seu “profundo pesar” pela tragédia e disse que era “criminoso colocar um barco de 20 metros com 200 pessoas a bordo e uma previsão do mau tempo” no mar.

A incerteza quanto ao número de vítimas deve-se a diferentes relatos dos sobreviventes quanto às pessoas que viajavam no barco que naufragou ao amanhecer perto da cidade italiana de Crotone, na Calábria (sul), avança a TSF, citando a Lusa.

O número de passageiros adiantado por sobrevivente varia entre 150 e 250, disseram elementos das equipas de socorro, admitindo haver dificuldades de comunicação com os migrantes por causa da língua. A imprensa italiana noticiou que os migrantes são do Iraque, Irão, Síria e Afeganistão, depois de inicialmente também ter sido referida a presença de paquistaneses.

Meloni disse que o Governo está empenhado em evitar a partida de barcos em condições que resultem em tragédias como a deste domingo, e prometeu continuar a fazê-lo, “exigindo sobretudo a maior colaboração dos Estados de partida e de origem”.

Este naufrágio ocorreu poucos dias depois de o parlamento ter aprovado novas regras controversas sobre o resgate de migrantes, formuladas pelo executivo dominado pela extrema-direita. A nova lei obriga os navios humanitários a efetuar apenas um salvamento de cada vez, o que, segundo os críticos, aumenta o risco de morte no Mediterrâneo central, que é considerado a travessia mais perigosa do mundo para os migrantes.

O Papa Francisco mostrou-se entristecido com as notícias do naufrágio. “Soube, com dor, do naufrágio que aconteceu na costa da Calábria, junto a Crotone”, disse Francisco, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação da oração do ângelus. “Rezo por cada um deles, pelos desaparecidos e pelos outros migrantes sobreviventes. Agradeço a todos os que levaram socorro e aos que oferecem acolhimento. Que Nossa Senhora apoie estes nossos irmãos e irmãs”, declarou o Papa, citado pela Ecclesia.



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