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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Mais do que um relatório

Mais do que um relatório

Olá, bom dia

É apresentado hoje o resultado de um ano de investigação e estudo sobre abusos sexuais de menores na Igreja Católica, durante os últimos 70 anos. A iniciativa foi da Conferência Episcopal Portuguesa, que criou uma comissão independente para recolher depoimentos, analisar a imprensa, investigar arquivos: dados reunidos ao longo de quase um ano que vão ser divulgados hoje. E com um propósito, afirmado por Pedro Strecht quando entregou o documento à Presidência da Conferência Episcopal Portuguesa, este domingo:

“Todos esperamos que este trabalho dê frutos e possa constituir uma nova etapa dentro daquilo que mais desejamos que é o bem-estar as crianças e o conhecimento da própria Igreja daquilo que aconteceu de errado no passado e a perspetiva positiva da construção de um novo futuro” (Pedro Strecht)

D. José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal, agradeceu o trabalho da Comissão Independente, considerando-o histórico e uma etapa de um “caminho iniciado”:

“Este trabalho em comum, com a independência de papéis e de competência num caminho comum ficará certamente ligado à história de todos nós, como património para continuar o caminho iniciado” (D. José Ornelas)

O tema da proteção de menores está hoje em destaque na Agência ECCLESIA pelo relevo que vamos dar à apresentação do relatório da Comissão Independente e a primeira análise que dele vai fazer o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, mas também por iniciarmos a apresentação de um conjunto de trabalhos que mostram ações concretas que, no terreno, indiciam uma mudança de cultura para que a “tolerância zero” diante de casos de abuso seja, de facto, um propósito comum. Destaque também para duas análises mais abrangentes: a que resulta da entrevista Renascença/Ecclesia, onde Ricardo Barroso, docente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Psicologia da Justiça, afirma que o “pior” que a Igreja pode fazer seria dizer “os casos estão prescritos, não há nada a fazer” e, por outro lado, diz que “não há nenhum estudo que nos diga que os abusos sexuais ocorrem devido ao celibato”; outra análise é de José Souto Moura, presidente da Coordenação Nacional das Comissões Diocesanas de Proteção de Menores, e vai ser emitida no programa Ecclesia/RTP2, pelas 15h00.

A realização do estudo e a apresentação do relatório vão, por certo, pôr a descoberto uma realidade que permaneceu e pode ainda permanecer escondida. Mas vai de certeza marcar a determinação em combater o drama dos abusos e promover uma cultura de prevenção. O primeiro passo estará dado: o conhecimento do passado.

Votos de uma ótima jornada!

Paulo Rocha

 


www.agencia.ecclesia.pt

      



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