Mais do que um
relatório Olá, bom dia É apresentado hoje o
resultado de um ano de investigação e estudo sobre abusos sexuais de menores
na Igreja Católica, durante os últimos 70 anos. A iniciativa foi da Conferência
Episcopal Portuguesa, que criou uma comissão independente para recolher
depoimentos, analisar a imprensa, investigar arquivos: dados reunidos ao
longo de quase um ano que vão ser divulgados hoje. E com um propósito,
afirmado por Pedro Strecht quando entregou o documento à Presidência da
Conferência Episcopal Portuguesa, este domingo: “Todos esperamos que este trabalho dê frutos e possa constituir
uma nova etapa dentro daquilo que mais desejamos que é o bem-estar as
crianças e o conhecimento da própria Igreja daquilo que aconteceu de errado
no passado e a perspetiva positiva da construção de um novo futuro” (Pedro
Strecht) D. José Ornelas,
presidente da Conferência Episcopal, agradeceu o trabalho da Comissão
Independente, considerando-o histórico e uma etapa de um “caminho iniciado”: “Este trabalho em comum, com a independência de papéis e de
competência num caminho comum ficará certamente ligado à história de todos
nós, como património para continuar o caminho iniciado” (D. José Ornelas) O tema da proteção de
menores está hoje em destaque na Agência ECCLESIA pelo relevo que vamos dar à
apresentação do relatório da Comissão Independente e a primeira análise que
dele vai fazer o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, mas também
por iniciarmos a apresentação de um conjunto de trabalhos que mostram ações
concretas que, no terreno, indiciam uma mudança de cultura para que a
“tolerância zero” diante de casos de abuso seja, de facto, um propósito
comum. Destaque também para duas análises mais abrangentes: a que resulta da
entrevista Renascença/Ecclesia, onde Ricardo Barroso, docente da Universidade
de Trás-os-Montes e Alto Douro e presidente da Sociedade Portuguesa de
Psiquiatria e Psicologia da Justiça, afirma que o “pior” que a Igreja pode
fazer seria dizer “os casos estão prescritos, não há nada a fazer” e, por
outro lado, diz que “não há nenhum estudo que nos diga que os abusos sexuais
ocorrem devido ao celibato”; outra análise é de José Souto Moura, presidente
da Coordenação Nacional das Comissões Diocesanas de Proteção de Menores, e
vai ser emitida no programa Ecclesia/RTP2, pelas 15h00. A realização do
estudo e a apresentação do relatório vão, por certo, pôr a descoberto uma
realidade que permaneceu e pode ainda permanecer escondida. Mas vai de
certeza marcar a determinação em combater o drama dos abusos e promover uma
cultura de prevenção. O primeiro passo estará dado: o conhecimento do
passado. Votos de uma ótima
jornada! Paulo Rocha |
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