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domingo, 14 de abril de 2019

Uma cruz sobre a Europa

Alinhar a Igreja pelos valores da sociedade, especialmente duma sociedade laica, tem sido o grande empenho das últimas décadas, por parte da maioria dos governantes dos países europeus.

Com o protesto de se abrirem ao mundo, muitas foram as cedências feitas, não só pelos cristãos, mas também por alguns membros de clero; quando deveria ser o contrário, o mundo é que se devia abrir a Cristo.

Este e outros comportamentos semelhantes resultaram numa grande crise espiritual, moral e política no nosso mundo ocidental, consequência de décadas anteriores em que se procurou abafar, denegrir ou mesmo desterrar Deus da sociedade.

Facilitou-se muito a participação nos Sacramentos, o Catecismo quase foi sendo deixado de se ensinar e o receio de se afirmar como cristão e praticante provocou um afastamento de Deus e da natural prática religiosa. Tudo aliado a uma ”tentativa mais global de destronar a Igreja”, em prol de ideologias desagregadoras, implementadas com estratégias políticas, por minorias empossadas e apoiadas por poderes económico de cariz anti clerical.

Nesta Europa, continente de tradições, cultura, história e religião, muitos são os que gostariam de lhe colocar uma cruz em cima, enterrando-a, esquecendo ou intencionalmente omitindo todo o seu passado, paganizando-a e, em consequência, alastrando ao resto do mundo.

Cenário semelhante a uma Sexta-feira Santa quando os Apóstolos deixaram Cristo, quando Judas O traiu por dinheiro, quando o mundo parecia sucumbir nas mãos dos que detinham o poder, mas novamente ressalta uma expressão de esperança: "E quando Eu for levantado da terra, atrairei todos a Mim." (Jo. 12,32).

A Europa foi continente de Missão para Deus, quando enviou os Apóstolos Pedro e Paulo, com o fim de evangelizarem um império civilizado, mas em degradação moral, em queda livre, em agonia existencial, em decadência, em morte lenta e anunciada.

Assim são os percursos e as encruzilhadas da humanidade, mas habita-nos a certeza de que Deus nunca nos abandona, está sempre connosco, é eternamente misericordioso, com os filhos pródigos, os bons ladrões, os pecadores e os doentes do corpo e da alma. Ele veio para salvar e não para condenar, veio para trazer a vida ao mundo e para que a tenhamos em abundância.

Tenhamos uma Santa Páscoa, unidos em Jesus Cristo implorando-Lhe como os discípulos de Emaús: “Fica connosco, Senhor, porque já é tarde e o dia declina” (Lc 24,29).

Maria Susana Mexia






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