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| O coro de Miriam Toubal |
Cidade maravilhosa, Alepo,
reunia no seu seio uma imponente arquitectura, uma beleza natural, um ambiente
encantador e numa envolvência inolvidável. As suas gentes, de sorriso pronto e
acolhedor, afáveis e de uma alegria contagiante aliada a uma disponibilidade e
cortesia sem igual, completavam o encanto desta cidade.
Visitá-la é ficar com ela na memória e no coração
para sempre. Resta-nos agora a dor de saber o que sofreram, sofrem e não merecem.
Cidade destroçada, Alepo
foi o maior centro comercial da Síria e hoje está reduzida a ruínas e a cinzas.
As expectativas duma vida
normal para breve são muito frágeis, o futuro não se apresenta brilhante, as
dificuldades são muitas e as ajudas poucas.
O bloqueio económico não facilita o seu renascer, Antoine Chahda, Arcebispo
siro-católico, lamenta o desespero de muitos cristãos, que tendo sido em tempos uma comunidade trabalhadora
e próspera, hoje são os mais pobres e perseguidos, vivendo da esmola. Também monsenhor
George Abu Zakham, bispo greco-ortodoxo de Homs, refere que ambas as igrejas se
têm unido e trabalhado juntas para minorarem a fome e o sofrimento destas
gentes. A AIS tem sido o baluarte para a sua sobrevivência, mas muito há ainda
para fazer.
Porém, em Março, uma gota de esperança
brotou num concerto realizado pelo Movimento Juvenil Ortodoxo que celebrando o
63° Aniversario da sua criação. O coro de Miriam Toubal composto por sessenta
crianças, jovens e cinco músicos, numa sala cheia, levou um novo alento, uma
réstia de luz num futuro que ainda se pode construir e do qual todos anseiam
vivamente, naquela cidade destroçada pela violência e cegueira dos homens e das
armas.
Michele Bonheur
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