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domingo, 21 de abril de 2019

Amêndoas amargas

Não leitor amigo, não vou falar de um licor que por aí se oferece e lhe chamam “amarguinha”, mas esta dose é bem violenta, frontal, viral e, infelizmente, uma realidade enterrada…só que a verdade é como o azeite, vem ao de cima.

Tendo conhecimento de que os presidentes de todas as conferências episcopais do mundo foram convocados para uma reunião no Vaticano no final de Fevereiro, para se debruçarem sobre «A Protecção dos Menores na Igreja» o Papa Emérito, compilou “algumas notas suas considerando que poderiam contribuir com algumas informações e observações pertinentes sobre o tema em questão”. O Papa Emérito Bento XVI achou por bem expor-nos as suas reflexões sobre o tema numa nova carta-encíclica, “A Igreja e o Escândalo do abuso sexual”.
Limito-me a referir alguns pontos da 1ª parte, deixando ao leitor a possibilidade de explorar este pequeno texto, mas grande tratado, onde a verdade nos surge nua e crua, muito ao jeito do “Papa Ratzinger”, como bom filósofo e excelente teólogo que sempre foi e ainda é.
Começa por inserir o seu diagnóstico no contexto social do problema, mencionando alguns traços da revolução decorrida nos inesquecíveis anos 60 do século XX, processo minuciosamente preparado para a dissolução do conceito de moralidade, o qual foi tornado público pelo radicalismo sem precedentes das liberdades sexuais defendidas nas manifestações estudantis, nomeadamente as de Maio 68, em Paris.
Salienta a facilidade com que alguns países, nomeadamente a Áustria e a Alemanha aderiram a uma cultura de libertinagem na educação sexual, na publicidade e nos espectáculos, já com muita pornografia e pedofilia, insinuando-os como comportamentos aceitáveis.
Muitos foram os académicos, de vários âmbitos da cultura, que se associaram na defesa desta pseudo liberdade sexual, salientando a ideia de que nada é absoluto nem verdadeiro, a noção de bem tornar-se-ia relativa, o que levou quase ao colapso da moral católica, baseada em dogmas e fortes crenças morais.
Foram também muitos os “teólogos moralistas” nos Estados Unidos e na Europa que tomaram o partido da “modernidade” reagindo negativamente à encíclica Veritatis Splendor (O Esplendor da Verdade) de Papa João Paulo II, publicada em 1993, assim como ao Catecismo da Igreja Católica, de 1992, onde foi reafirmada e sistematizada a fundamentação da moral católica, questões que estão intimamente relacionadas com o princípio fundamental da Fé, relação essa também contestada pelos sectores progressistas da teologia moral.

Reafirma o novo documento do Papa Emérito que a «Igreja não se pode silenciar nas questões da moral, sobretudo quando se encontra em jogo a fronteira entre a verdade e a mentira»; assim como a absoluta necessidade da declaração bíblica da «imagem de Deus» segundo a qual todos os humanos somos feitos e que se manifestou plenamente em Seu Filho Jesus Cristo.

Enfim, sugere a premente necessidade de haver ambientes onde o modo de vida cristão, hoje, possa ser vivido e protegido.

Terá sido um documento muito pouco divulgado, talvez por receio de se atearem muitas outras chispas que ao longo dos tempos têm sido lançadas na fogueira do reino de Deus e de muito joio que foi semeado pelo inimigo e pelo falso amigo.

As mentiras e as meias verdades do demónio deixam estrago, só Deus sabe o que estará para vir, mas que as forças do mal não hão-de prevalecer e nesta Semana Maior, a Semana Santa, em que Paris não está a arder, mas a Notre Dame* foi alvo de labaredas muito grandes e dilacerantes, pensemos no nosso Crucificado, e com Ele peçamos ao Pai que lhes perdoa porque (não?) sabem o que fazem.

*Recordo que na última quinzena de Março já tinham sido incendiadas 12 Igrejas em França, noticia divulgada pelo Jornal ABC espanhol.

Mariano Romero



1 comentário:

  1. Pois, pois, Santo Papa Bento XVI, em união com Francisco, e todos juntos por uma Igreja menos mundana e mais divina.
    "Vigiai e Orai", pois o inimigo espreita e não dorme, já sabemos.

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