Não leitor amigo, não vou falar de um licor que por aí se oferece e lhe
chamam “amarguinha”, mas esta dose é bem violenta, frontal, viral e,
infelizmente, uma realidade enterrada…só que a verdade é como o azeite, vem ao de
cima.
Tendo conhecimento de que os presidentes de todas as conferências
episcopais do mundo foram convocados para uma reunião no Vaticano no final de
Fevereiro, para se debruçarem sobre «A Protecção dos Menores na Igreja» o Papa
Emérito, compilou “algumas notas suas considerando que poderiam contribuir com
algumas informações e observações pertinentes sobre o tema em questão”. O Papa Emérito Bento XVI achou por bem expor-nos as suas reflexões sobre o tema numa
nova carta-encíclica, “A Igreja e o Escândalo do abuso sexual”.
Limito-me a referir alguns pontos da 1ª parte, deixando ao leitor a
possibilidade de explorar este pequeno texto, mas grande tratado, onde a
verdade nos surge nua e crua, muito ao jeito do “Papa Ratzinger”, como bom
filósofo e excelente teólogo que sempre foi e ainda é.
Começa por inserir o seu diagnóstico no contexto social do problema,
mencionando alguns traços da revolução decorrida nos inesquecíveis anos 60 do século
XX, processo minuciosamente preparado para a dissolução do conceito de
moralidade, o qual foi tornado público pelo radicalismo sem precedentes das
liberdades sexuais defendidas nas manifestações estudantis, nomeadamente as de
Maio 68, em Paris.
Salienta a
facilidade com que alguns países, nomeadamente a Áustria e a Alemanha aderiram
a uma cultura de libertinagem na educação sexual, na publicidade e nos espectáculos,
já com muita pornografia e pedofilia, insinuando-os como comportamentos
aceitáveis.
Muitos foram os académicos, de vários âmbitos da cultura, que se
associaram na defesa desta pseudo liberdade sexual, salientando a ideia de que
nada é absoluto nem verdadeiro, a noção de bem tornar-se-ia relativa, o que levou
quase ao colapso da moral católica, baseada em dogmas e fortes crenças morais.
Foram também muitos os “teólogos
moralistas” nos Estados Unidos e na Europa que tomaram o partido da
“modernidade” reagindo negativamente à encíclica Veritatis Splendor (O
Esplendor da Verdade) de Papa João Paulo II, publicada em 1993, assim como ao
Catecismo da Igreja Católica, de 1992, onde foi reafirmada e sistematizada a
fundamentação da moral católica, questões que estão intimamente relacionadas
com o princípio fundamental da Fé, relação essa também contestada pelos
sectores progressistas da teologia moral.
Reafirma o novo documento do
Papa Emérito que a «Igreja não se pode silenciar nas questões da moral,
sobretudo quando se encontra em jogo a fronteira entre a verdade e a mentira»;
assim como a absoluta necessidade da declaração bíblica da «imagem de Deus»
segundo a qual todos os humanos somos feitos e que se manifestou plenamente em
Seu Filho Jesus Cristo.
Enfim, sugere a premente
necessidade de haver ambientes onde o modo de vida cristão, hoje, possa ser
vivido e protegido.
Terá sido um documento muito
pouco divulgado, talvez por receio de se atearem muitas outras chispas que ao
longo dos tempos têm sido lançadas na fogueira do reino de Deus e de muito joio
que foi semeado pelo inimigo e pelo falso amigo.
As mentiras e as meias verdades
do demónio deixam estrago, só Deus sabe o que estará para vir, mas que as
forças do mal não hão-de prevalecer e nesta Semana Maior, a Semana Santa, em
que Paris não está a arder, mas a Notre Dame* foi alvo de labaredas muito
grandes e dilacerantes, pensemos no nosso Crucificado, e com Ele peçamos ao Pai
que lhes perdoa porque (não?) sabem o que fazem.
*Recordo que na última
quinzena de Março já tinham sido incendiadas 12 Igrejas em França, noticia
divulgada pelo Jornal ABC espanhol.
Mariano Romero
Pois, pois, Santo Papa Bento XVI, em união com Francisco, e todos juntos por uma Igreja menos mundana e mais divina.
ResponderEliminar"Vigiai e Orai", pois o inimigo espreita e não dorme, já sabemos.