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domingo, 28 de abril de 2019

Quando a hospitalidade é o quarto voto

João de Deus, gravura do século XX patente no Museu São João de Deus.
Como reinventar a hospitalidade para os tempos actuais? São seis padres e 26 irmãos da Ordem Hospitaleira de S. João de Deus, mas há mais quem ajude e entre no espírito: “O que está subjacente à essência desta intervenção” é absorvido por alguns colaboradores que comungam da mesma ideia, que percebem que a salvação do ser humano depende de serviços como este, diz o psiquiatra Vítor Cotovio, médico na Casa de Saúde do Telhal, uma das instituições da Ordem Hospitaleira de S. João de Deus nos arredores de Lisboa.
Quer ali, quer em Montemor-o-Novo, manifesta-se a preocupação pelos mais frágeis da sociedade, com especial atenção à demência e ao alcoolismo, em unidades de convalescença e de cuidados paliativos que em vários casos oferecem acompanhamento familiar durante 24 horas.
A reportagem Quando a hospitalidade é o quarto voto, que passou na TSF na passada Sexta-Feira Santa, 19 de Abril, pretende falar dessa dimensão da Ordem Hospitaleira, que se traduz num voto acrescentado aos da pobreza, castidade e obediência.
Na reportagem, faz-se também uma radiografia aos ofícios e às artes, que incluem o fabrico de sapatos trabalhados à medida de cada pé, de moldes para aplicar em ortóteses e do trabalho com próteses. Todas elas, ocupações de “grande responsabilidade” que visam responder à ausência de membros do corpo. E às quais se acrescentam terapias ocupacionais e planos de reabilitação para utentes maioritariamente da terceira idade e cuja média etária se situa entre os 75 e os 80 anos, habitualmente.
 “Parti o fémur há uns meses, e também tenho bronquite asmática. Tenho de andar devagar, porque me canso muito”, conta uma paciente da instituição. Mas “devagar se vai ao longe”, sobretudo numa ordem em que a hospitalidade contribui para a cura e que se sente cada vez mais próxima de outros corpos sociais.
Quando a hospitalidade é o quarto voto, uma reportagem de Manuel Vilas Boas e Mésicles Helin, que pode ser ouvida aqui e que termina com um utente a declamar versos de Fernando Pessoa sobre chocolate, com os quais “delira”…


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