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domingo, 7 de abril de 2019

A Alegria da Ressurreição

«Cristo vive: é Ele a nossa esperança e a mais bela juventude deste mundo! Tudo o que toca torna-se jovem, fica novo, enche-se de vida. Por isso as primeiras palavras, que quero dirigir a cada jovem cristão, são estas: Ele vive e quer-te vivo!».

É com estas palavras que o Papa inicia a exortação apostólica CHRISTUS VIVIT resultante do sínodo dos jovens em Outubro do ano passado.

O Papa fala da parábola do Filho Pródigo que penso todos conhecemos e sempre me fez reflectir na minha vida e perguntar-me - que filho sou eu? O mais novo que abandona a casa do Pai, ou o mais velho aparentemente cheio de ciúmes e inveja porque a ele nunca foi dado uma festa ou algo para festejar apesar de ter sido sempre fiel. Curiosamente ouvi no outro dia algo em que nunca tinha pensado: o Pai convida o filho mais velho a entrar na festa que fazia pelo regresso do benjamim e nós não sabemos a resposta deste filho, o que nos faz pensar que o Senhor não o esclareceu propositadamente, para nos fazer reflectir no nosso próprio caso. E à minha cabeça veio logo a imagem de Maria, da Mãe, é que ainda que eu esteja relutante a entrar em casa, não terei a menor dúvida em fazê-lo por sua mão, porque Ela tem a doçura de mãe que sabe curar todas as feridas.
Neste quase final de Quaresma não quero deixar de transmitir algo mais do que ouvi e li neste tempo quaresmal. No livro a Força do Silencio, diz a dada altura o cardeal Robert Sarah: “ Deus vê-nos a todo o momento, mas quando nos entregamos a Ele o Seu olhar é mais penetrante; apercebemo-nos da doçura dos Seus olhos e a Sua Presença ilumina-nos, pacifica-nos e diviniza-nos.” Anteriormente havia lido no mesmo livro “Não são precisas palavras específicas para se estar com Deus. Basta calarmo-nos e contemplarmos o seu Amor. No silêncio, olhamos para Deus e deixamos que Ele olhe para nós.” Este olhar de Deus permite-me não ter mais medo de nada pois sei que sou Sua filha e tudo o que acontecer Ele o quer e permite, e dar-me-à forças, para tudo superar.

Ouvi também um padre dizer, que por mais que não queira acreditar no diabo ele existe e temos de estar alertas, pois anda à solta por este nosso mudo. Ele é a divisão, a desunião entre as famílias, entre os casais, entre pais e filhos, entre irmãos, entre os homens de um modo geral. Ele é a mentira, a inveja, no fundo é a falta de Deus tal como a escuridão é a falta de luz. Onde Deus está, nada disto pode acontecer e se o perdermos sempre o poderemos encontrar no sacramento da penitência, na confissão, que não é mais que o “ abraço de Deus”, como dizia um padre meu amigo. Embora se possa ter um sacerdote que nos dirija espiritualmente, quando nos ajoelhamos no confessionário, não temos lá este padre ou aquele, mas o Senhor Jesus que nos aconselha, nos perdoa e nos diz – vai em paz e não voltes a pecar. Não seremos nada sem este sacramento, que nos prepara para receber Jesus na nossa alma limpa e lavada. Nunca esgotaremos as acções de graça que devemos dar por tão grande misericórdia, que nos permite viver felizes e alegres por mais agruras que a vida nos traga.

Desejando uma Santa Páscoa da Ressurreição deixo-vos o último desafio do Papa Francisco na exortação: «Queridos jovens, ficarei feliz vendo-vos correr mais rápido do que os lentos e medrosos. Correi atraídos por aquele Rosto tão amado, que adoramos na sagrada Eucaristia e reconhecemos na carne do irmão que sofre…A Igreja precisa do vosso ímpeto, das vossas intuições, da vossa fé...E quando chegardes aonde nós ainda não chegamos, tende a paciência de esperar por nós»

Maria Teresa Conceição
professora universitária
aposentada



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