«Cristo vive: é Ele a nossa esperança e a mais bela juventude
deste mundo! Tudo o que toca torna-se jovem, fica novo, enche-se de vida. Por
isso as primeiras palavras, que quero dirigir a cada jovem cristão, são estas:
Ele vive e quer-te vivo!».
É com estas
palavras que o Papa inicia a exortação apostólica CHRISTUS VIVIT resultante do
sínodo dos jovens em Outubro do ano passado.
O Papa fala da
parábola do Filho Pródigo que penso todos conhecemos e sempre me fez reflectir
na minha vida e perguntar-me - que filho sou eu? O mais novo que abandona a
casa do Pai, ou o mais velho aparentemente cheio de ciúmes e inveja porque a
ele nunca foi dado uma festa ou algo para festejar apesar de ter sido sempre
fiel. Curiosamente ouvi no outro dia algo em que nunca tinha pensado: o Pai
convida o filho mais velho a entrar na festa que fazia pelo regresso do
benjamim e nós não sabemos a resposta deste filho, o que nos faz pensar que o
Senhor não o esclareceu propositadamente, para nos fazer reflectir no nosso
próprio caso. E à minha cabeça veio logo a imagem de Maria, da Mãe, é que ainda
que eu esteja relutante a entrar em casa, não terei a menor dúvida em fazê-lo
por sua mão, porque Ela tem a doçura de mãe que sabe curar todas as feridas.
Neste quase
final de Quaresma não quero deixar de transmitir algo mais do que ouvi e li
neste tempo quaresmal. No livro a Força do Silencio, diz a dada altura o
cardeal Robert Sarah: “ Deus vê-nos a todo o momento, mas quando nos entregamos
a Ele o Seu olhar é mais penetrante; apercebemo-nos da doçura dos Seus olhos e
a Sua Presença ilumina-nos, pacifica-nos e diviniza-nos.” Anteriormente havia
lido no mesmo livro “Não são precisas palavras específicas para se estar com
Deus. Basta calarmo-nos e contemplarmos o seu Amor. No silêncio, olhamos para
Deus e deixamos que Ele olhe para nós.” Este olhar de Deus permite-me não ter
mais medo de nada pois sei que sou Sua filha e tudo o que acontecer Ele o quer
e permite, e dar-me-à forças, para tudo superar.
Ouvi também um
padre dizer, que por mais que não queira acreditar no diabo ele existe e temos
de estar alertas, pois anda à solta por este nosso mudo. Ele é a divisão, a
desunião entre as famílias, entre os casais, entre pais e filhos, entre irmãos,
entre os homens de um modo geral. Ele é a mentira, a inveja, no fundo é a falta
de Deus tal como a escuridão é a falta de luz. Onde Deus está, nada disto pode
acontecer e se o perdermos sempre o poderemos encontrar no sacramento da
penitência, na confissão, que não é mais que o “ abraço de Deus”, como dizia um
padre meu amigo. Embora se possa ter um sacerdote que nos dirija
espiritualmente, quando nos ajoelhamos no confessionário, não temos lá este
padre ou aquele, mas o Senhor Jesus que nos aconselha, nos perdoa e nos diz –
vai em paz e não voltes a pecar. Não seremos nada sem este sacramento, que nos
prepara para receber Jesus na nossa alma limpa e lavada. Nunca esgotaremos as
acções de graça que devemos dar por tão grande misericórdia, que nos permite
viver felizes e alegres por mais agruras que a vida nos traga.
Desejando uma
Santa Páscoa da Ressurreição deixo-vos o último desafio do Papa Francisco na
exortação: «Queridos jovens, ficarei feliz vendo-vos
correr mais rápido do que os lentos e medrosos. Correi atraídos por aquele Rosto
tão amado, que adoramos na sagrada Eucaristia e reconhecemos na carne do irmão
que sofre…A Igreja precisa do vosso ímpeto, das vossas intuições, da vossa
fé...E quando chegardes aonde nós ainda não chegamos, tende a paciência de
esperar por nós»
Maria Teresa Conceição
professora universitária
aposentada
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