Há um vácuo existencial de ausência de sentido de vida, o
qual se foi alastrando nas últimas décadas, agravada pelo facto de passar a ser
tabu falar em procurar um sentido para a vida.
Uma vida sem sentido é um barco sem leme, à deriva, perdido
no alto mar, em zona de forte rebentação, desprovido de todo e qualquer
elemento de orientação, de rumo, de caminho para seguir viagem e chegar a bom
porto.
A necessidade de sentido de vida é uma característica do ser
humano, não existe nos animais, é como se fosse uma emergência de encontrar um
rumo superior, mais transcendente a si mesmo, quer dizer, o homem necessita de
apontar mais alto, para além de si próprio, para fora do seu limite, crescer,
ser maior e melhor, para si e também para os outros, sonhador, impulsionador e
concretizador.
Porém, esta meta de mais amplitude, de chegar mais além,
compete ao próprio homem fazê-la, desencadear o seu projecto, formular as suas
directrizes, de acordo com a realidade, o caracter e a situação, que é sempre
única e irrepetível, mas caminho para a sua realização.
É uma responsabilidade e uma oportunidade pessoal delinear o
sentido da vida, não é tarefa de outros mas do próprio, sob pena de destruir
todo um potencial de felicidade e de concretização dos anseios e dos objectivos
que dariam rumo ao pulsar duma realização existencial.
O Homem não é um produto das suas circunstâncias, mas o resultado
das suas decisões, no tempo em que lhe assiste viver, existir, amar, trabalhar,
desfrutar e construir o caminho eleito para o percurso de uma existência em
plenitude.
Maria Susana Mexia |
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