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sábado, 18 de abril de 2015

Copa do Mundo 2022 no Catar: um milhão de operários escravos

Imigrantes trabalham no sistema kafala e já há registo de 1200 mortos


Roma, 17 de Abril de 2015 (Zenit.org)


Uma tragédia esquecida e uma catástrofe silenciosa: sob o sol do Catar, 1.200 pessoas já morreram na construção de estádios para o Mundial de Futebol de 2022.

A denúncia dos sindicatos internacionais e italianos, transmitida pela Rádio Vaticano, destaca as condições de escravidão em que os imigrantes trabalham no país árabe. A fim de despertar a atenção para este drama, os sindicatos escreveram uma carta ao governo italiano e aos dirigentes internacionais do futebol.

A principal acusação dos sindicatos é contra o sistema "kafala", uma relação de trabalho a que empresários do Catar submetem trabalhadores indianos e nepaleses: os empregados não podem deixar a empresa sem o consentimento do empregador, não têm visto para sair do país e não existe acordo claro sobre as condições de trabalho, as horas e os salários.

O sindicado denuncia que, no país, mais de um milhão de trabalhadores são obrigados a trabalhar 16 horas por dia, com 50 graus centígrados à sombra. "Mais da metade das mortes se devem a ataques cardíacos causados pelas condições ambientais e de trabalho. Se nada for feito, as 2.022 mortes de hoje passarão para 4.000. Um rio de sangue inocente que pode transformar a festa do desporto numa tragédia".

O governo do Catar sempre rejeitou as acusações e os dados sobre as mortes, mas, nos últimos dois anos, foram registados nas embaixadas da Índia, do Nepal e de Bangladesh 900 casos, metade dos quais classificados como “imprevistos de natureza desconhecida” ou “parada cardíaca”.

As federações sindicais mundiais da construção suspeitam que os dados escondam mortes por trabalho exaustivo. 

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